Julho, 1985 - Hawkins High School
Primeira semana das férias de verão, mas nem todos os alunos vão poder aproveitar o sol quente do lado de fora, os dedos lambuzados de sorvete e o cheiro do protetor solar colando na pele antes de um dia todo na pis...
Algumas músicas são citadas durante esse cap, e se quiserem acompanhar junto com a Chrissy, na hora que ela começar a ouvir, cliquem no link da playlist que vou deixar no comentário bem ao lado da 1 música.
Obg por continuarem aqui <3333
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Estava prestes a fechar a porta quando percebeu algo estranho na escadaria da entrada de casa. Franziu os olhos tentando enxergar. Chrissy desceu um degrau. Dois degraus. E ali, em cima do terceiro degrau, encontrou um buquê de uma dúzia derosas pintadas de azul.
O coração acelerou tanto repentinamente num misto de surpresa e felicidade que por um segundo parou, o peito doeu em pontadas violentas e ela perdeu o ar.
Flores azuis.
Porque sabe muito bem o que significa flores azuis.
Ela travou, tentando processar o que está vendo em seus pés, sem conseguir parar de olhar para o buquê cheio de rosas pintadas de azul a fazendo sorrir grande ao ponto das bochechas doerem mais que o peito tentando manter o coração acelerado dentro do peito.
A expressão de choque no rosto logo virou um enorme sorriso esperançoso. Tumtum tumtum, o coração disparou, tão alto que parecia bater dentro da cabeça, nos ouvidos e no corpo todo, até descer para o estômago. Algo aconteceu, ela não esperava, o frio no estômago, o calor no peito...talvez, talvez, as borboletas possam ressuscitar.
Chrissy olhou desesperadamente para todos os lados, o pescoço doeu de tanto que ela o balançava pra lá e pra cá, mas a rua estava completamente vazia. Ela correu até a cerca quebrada da casa, saiu, pés descalços na calçada, olhou, olhou, o coração disparado, mas não viu ninguém.
É ele. Só pode ser ele. As flores azuis.
É ele.
Tem que ser ele.
Ela sabe muito bem o que significa as flores azuis. Só ele poderia a dar flores azuis. Ele voltou? Ele não me odeia? Ele está aqui? Ficou parada na frente da casa por quase dois minutos.
O coração tão rápido num misto de alegria, surpresa e confusão, que até dói no peito, que o bolo na garganta pega fogo, que o peito queimando incinera o corpo todo.
Correu até a escada de entrada da porta, ainda confusa, ainda com o coração acelerado, ainda olhando de um lado pro outro e esperando ele aparecer ali. Flores azuis, ele a deu flores, ganhou flores pela segunda vez na vida, ele pintou as flores, pra ela, de novo.
O sorriso da esperança virou sobrancelhas curvadas em dúvida, a cabeça agitada olhava desesperadamente para todo canto, o procurando. Chrissy ficou parada, sem reação, na frente da casa, mas não o encontrou.
Com esperança de o ver ali. Sabe que foi ele. Só pode ter sido ele. Tumtum tumtum.
Ele não veio? Não é ele? Mas quem deixou isso aqui? E se é ele mesmo, por que não aparece?
