Julho, 1985 - Hawkins High School
Primeira semana das férias de verão, mas nem todos os alunos vão poder aproveitar o sol quente do lado de fora, os dedos lambuzados de sorvete e o cheiro do protetor solar colando na pele antes de um dia todo na pis...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
10 Agosto, 1985 - Ohio
- Wayne te mandou umas tralhas - Richard entrou em casa e apontou para a caixa de correio que ficava torta na frente da casa e quase no meio da estrada, inutilizada porque ninguém nunca lembra de fodidos como eles.
Eddie levantou num pulo do sofá, correu pela estrada quente, abriu a caixa de correspondências enferrujada e suja de alumínio, tirou uma caixa pequena de papelão de lá de dentro com umas fitas que pediu para o tio mandar na última vez que se falaram por telefone e junto mais três envelopes brancos, uma carta de Wayne dizendo que está com saudade e com alguns trocados em dinheiro para que Eddie compre coisas que goste. Ele entrou em casa, equilibrando tudo nas mãos, olhou para os outros dois envelopes, um completamente branco sem nada escrito e o terceiro envelope era tinha o selo de Hawkins High, provavelmente só formalizando a expulsão e mandando o histórico escolar e a documentação dele para que consiga se matricular em outro lugar. Eddie jogou tudo em cima do sofá onde dorme, abriu a caixa de papelão e sorriu de felicidade ao ver todas as suas fitas do Maiden, afinal, se vai morar ali pra sempre, precisa do Maiden.
Ele olhou para os outros dois envelopes, o da escola Eddie não quis abrir porque não quer ler sobre a expulsão, isso vai o detonar por dentro. Então decidiu abrir o envelope em branco sem identificação nenhuma, não sabe o que diabos é aquilo, provavelmente algo que o tio deva ter mandado.
Eddie abriu o envelope, tinha um papel de caderno dobrado dentro, estranhou, puxou a folha e no momento em que a abriu, dezenas de pétalas de flores azuis reservadas caíram em cima dele e no chão, o coração disparou quando viu a letra no papel...a caneta rosa, ele sabe bem de quem é aquela letra porque já a viu antes, na lousa da detenção. As mãos tremerem segurando o papel no exato momento em que começou a ler.
Eddie, estou sentada aqui e pensando em tudo que aconteceu hoje...
Ele parou de ler. Hoje? Hoje quando?
Pânico nos olhos. Precisou piscar para enxergar a letra dela na carta porque o embaçado dos olhos fracos o impediram.
Hoje quando? O dia que tudo deu errado na escola? Quando foi isso? Na primeira semana de julho? Quando ela escreveu isso? Há 40 dias atrás? Por que ela o enviou uma carta se o odeia? Perguntas demais na mente desesperada, os dedos tremem tanto que o papel faz barulho, as mãos transpiram tanto que os pingos de suor mancham a folha de caderno. O peito tá tão acelerado que as pontadas no coração não o deixam respirar, acha que vai morrer de um ataque fulminante antes de ler a carta toda.
Tão desesperado que os olhos percorriam desesperadamente cada palavra da carta, ele lia tão rápido que nem sabia se estava conseguindo processar tudo aquilo. Voltou a ler.
Eddie, estou sentada aqui e pensando em tudo que aconteceu hoje, quer dizer, estou aqui sentada na janela do meu quarto, são quatro da tarde e tem mais ou menos umas cinco horas desde que você jogou o brinco no chão. Acho que isso quebra a promessa, não é?
