Dexter
Helena estava com problema nos rins, precisava de um transplante urgente. Meus pais não me deixaram fazer os exames de compatibilidade, pois como ela é adotada seria perda de tempo pensar que eu poderia doar. O sangue da minha irmã é raro e o meu A+.
A única saída era procurar pela mãe biológica dela. Dona Ester contou-lhe toda a verdade, e ela acabou descobrindo do tiro também. Se a ficha dos meus pais com Helena já estava suja, imagina agora.
Eu não tinha mais cabeça pra nada a não ser buscar uma saída pra salvar minha Maninha adotiva. Pedi dispensa no trabalho e viajei ao Rio de Janeiro. Por sorte, na pulseirinha encontrada com Helena também tinha o nome do hospital, logo abaixo em letras pequenas. Talvez a pulseira tenha sido feita neste bairro.
Comprei um mapa e tracei uma rota pelos hospitais daquele bairro. Eram 3 hospitais. Também iria passar pelos cartórios que possivelmente teriam os endereços das mães.
Cheguei no primeiro hospital, fui direto ao diretor e contei-lhe toda a história. 5 meninas haviam nascido naquele dia. No segundo hospital 3 e no último 7.
Anotei os nomes das mães. Apos sair da sala dos arquivos, passei na recepção e tive acesso aos prontuários. Sendo médico, podia ve-los. Abri uma por uma das pastas, três das crianças haviam falecido. Uma por pneumonia e as outras duas por uma infecção pega no hospital. Isso me reduzia ao número de 12 crianças.
Um mês depois e com todas as mamães visitadas, nenhuma delas era compatível com Helena e nenhuma delas tinha a mesma historia.
Comecei a ir nos cartórios, eram 2 naquele bairro. Todas as crianças já visitadas tinham seus nomes registrados e mais algumas. Nenhuma das mães teve sua filha raptada.
Fui até a praia naquela tarde para caminhar. Não tinha nenhuma pista. Estava me sentindo sozinho cansado, ainda restava um dos cartórios para visitar.
Uma voz feminina chama pelo meu nome, me tirando dos meus devaneios:
- Dexter, é você? Não acredito!
- Olá. Sim, meu nome é Dexter. Quem é você?
- Sou a Jane, estudamos juntos lembra? - Diz a moça com um sorriso.
- Ah, claro que lembro! Como vai?
- Bem e você? O que acha de irmos ali tomar uma agua de côco e conversar? - Convidou ela.
- Vamos, claro.
Caminhamos pela areia fofa até uma pequena tenda de lanches. Sentamos e ela começou a falar.
- Por onde andou nesses 16 anos?
- Muita coisa aconteceu. Fiquei tetraplégico, moro em Miami, me recuperei e consegui voltar a andar. - Respondi
- Nossa! Por isso você sumiu! Não sabe o quanto procuramos por você.
- Procuramos? - Perguntei surpreso.
- Sim. Eu e Lara. Ela teve uma filha sua. Foi raptada da nossa casa com dois anos enquanto ela trabalhava. Lara viajou em busca de pistas suas e da filha. E que coincidência, ela está em Miami à dois dias.
- Não acredito! Voltei ao Rio para procurar a mãe biológica da minha irmã, abandonada aos dois anos na porta da minha casa em Miami, enquanto eu estava internado. Ela está com um problema nos rins e precisa de um transplante. - Contei-lhe.
- Sinto muito, Dexter. Tenho o endereço de Lara, você pode procura-la assim que chegar em Miami. Posso dizer que sua filha era linda, cuidei dela ate a levarem. Elas moravam comigo.
- Tenho certeza que minha filha está viva em algum lugar e que ainda encontraremos ela. Devia de ser encantadora pequena. - Disse a ela
- E era. Aqui está o endereço. Tenho que voltar ao trabalho. A gente se vê. - Despediu-se ela.
Segui o meu caminho, rumo ao último cartório. Algo me instigou: a certidão de nascimento da minha filha, que também se chamava Helena e havia nascido no mesmo dia da minha irmã.
O responsável pelo cartório me comentou que a filha de Lara havia sido sequestrada e, vendo meu interesse, aconselhou-me a ir na delegacia onde a mesma prestou queixa do desaparecimento.
O delegado me mostrou foto de desaparecida da minha filha, tão linda. Pedi uma copia e a levei para casa.
Retornaria a Miami.*------------*----------*
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Duas vidas
RomanceMeu nome é Helena. Fui abandonada pelos meus pais aos dois anos de idade. Nunca me preocupei em conhecer meus pais biológicos até eu precisar de um transplante de rim.