Filhos

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Dexter
Eu estava maravilhado com os meus filhos, Pedro e Laura.
Um momento tão especial em nossas vidas.
Nossos pequenos foram levados para a encubadora e quando voltei os olhos para Lara, seus olhos estavam se fechando, junto com seu sorriso. As máquinas apitavam sem parar e eu entrei em desespero. Sabia muito bem o que estava acontecendo, estava perdendo minha esposa.
Seus batimentos caiam depressa e eu tive que intervir. Vi a vida dela escapando pelos dedos. Meu Deus, não me deixe perde-la.
Os médicos trouxeram o desfibrilador e iniciaram a manobra de reanimação. Eu chorava muito e não conseguia ajudar, estava em estado de choque. Fui levado por uma enfermeira até a sala onde meus filhos estavam e lá fiquei olhando pra eles até me acalmar. Eu preciso de força agora e não posso deixar minha esposa.
Quando retornei a sala de parto, Lara continuava imóvel na maca. Os médicos tentavam reanima-la sem sucesso. Massagem cardíaca, choques. Gritos e choro naquela sala.
Peguei a mão de Lara e a beijei.
Não me deixe, por favor, não me deixe.
Ela havia perdido muito sangue durante o parto e sua pressão havia caído.
Meu telefone vibrava no bolso, atendi.
- Pai, como está a Lara? Já nasceram?
Respirei fundo.
- Oi, filha. Ainda estamos em trabalho de parto. Logo logo nossos bebês estarão aqui e tudo ficará bem. Preciso desligar.
- Tudo bem, pai. Fique calmo. Estamos indo acompanhar os nascimentos. Já já estaremos ai. Até mais. - Helena desligou o telefone.
Eu fiquei com o celular na mão por algum tempo e fui chamado por uma das enfermeiras.
- Doutor, precisaremos estancar a hemorragia. Precisamos de você.
Troquei a roupa, lavei minhas mãos e preparei-me para a operação de emergência. Os demais ainda tentavam reanima-la.
Por favor, Lara, volte pra mim.

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