Notion D'amour | Billie Eilish

37 - One Less, One More

Capítulo 37 - "Uma a Menos, Uma a Mais."

Play Gentlemen's Club - LA
P.O.V Lauren D'Aumard
1 semana depois

A noite estava escura e serena enquanto eu saía do trabalho, e os breves minutos que fiquei na calçada ao esperar a Billie foram o suficiente para abaixar a minha temperatura corporal. Ela está em processo de produção do seu terceiro álbum, e por isso acabou não tendo tempo de me acompanhar no trabalho, mas pôde vir me buscar. – Não aguento mais isso. – Murmurei relaxando no banco do carona após cumprimentá-la com alguns selinhos.

– O que? – Ela perguntou dando a partida, já automaticamente pondo a mão na minha coxa como de costume.

– Vender a imagem do meu corpo seminu. – Bufei, olhando pela janela e tentando controlar os sentimentos e a vontade de surtar.

– Amor, mas você é paga por ser gostosa... – Ela falou sorrindo, alternando os olhares entre mim e a estrada.

– Errado. Eu sou paga para ser gostosa, se minha bunda começar a ficar flácida eu perco o emprego. – Falei com um sorriso de canto, dando ênfase no "para".

– Lauren, você é gostosa em qualquer circunstância. – À encarei com os olhos estreitos. – É sério, é justo pagar para ter a honra de admirar a beldade que você é. – Fala sério, só falta ela pedir desculpas por respirar o mesmo ar que eu, ou se ajoelhar e começar a latir.

– Você fala isso porque é cadelinha, eles me pagam pra bater punheta sozinhos. – Falei agora rindo, trazendo-a para a realidade. Quando vi que ela realmente ficou sem respostas, e de bônus, com o rosto corado, me dei liberdade para continuar a linha de raciocínio que eu havia tentado começar. – Mas enfim, acho que não quero mais ser Stripper. – Deixei no ar, e pude ver pelo canto dos olhos a expressão de Billie comprimindo seus lábios.

– Está certa, você tem seus motivos... – Assim que ela falou, pensei em como respondê-la, mas em poucos segundos minha cabeça se distraiu de uma forma imediata enquanto eu olhava pela janela. – Mas eu acho que...

– Espera! – À interrompi abaixando o vidro. Ela me questionou o porquê da interrupção e eu logo tive de apontar para o que tinha visto. Estávamos passando pela entrada de Fairyville, logo na frente da loja de música dos Johnsons, e que por sinal, havia um caminhão de mudanças na frente. Pude ver um velho aos prantos na calçada, cujo pude interpretar como sendo o pai de Lucca, pela minha memória visual.

– O que será que está havendo? – Billie se questionou ao fazer a curva com o carro para observarmos mais de perto.

Havia alguns moradores em volta, sendo uns ao confortar o Sr.Johnson e outros apenas curiosos para saber o motivo do fim da loja. – Com licença. – Murmurei para um homem alto que estava com os braços cruzados ao observar a situação enquanto fazia fofoca com alguma figura irrelevante ao seu lado. Ele me observou de cima a baixo, sem uma expressão específica. – O senhor sabe me dizer o que houve com a loja dos Johnsons? – Ele suspirou e virou seu rosto para me responder, observando a mim e à Billie agora com um olhar decifrável.

– O filho do Sr.Johnson faleceu nesta manhã. – Senti um aperto no peito de imediato, e assim que olhei sem reação para Billie à vi com os olhos azuis arregalados e a mão cobrindo sua expressão boquiaberta.

– O L-Lucca...? – Murmurei com a voz já trêmula, e o observei acenar que sim com a cabeça.

– Você o conhecia? – Ele questionou, e eu acenei que sim antes de esconder o rosto no braço que estava apoiado na janela do carro. – Foi um mal-caratismo o que fizeram com o coitado...eu não sou de fazer fofoca, mas dizem que uma garota de programa levou ele pra casa e depois o acusou de estupro. – Ele falou rindo ao negar com a cabeça, como se estivesse desacreditado da inimaginável maldade de uma "garota de programa". – Ele ainda se entregou, mal sabia que preso por estupro não sobrevive na cadeia... – Eu não aguentava mais o escutar, já tinha me arrependido da minha vida inteira desde sua primeira resposta.