De frente pro gol

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Enquanto comia a sua Salada Caesar sem muita vontade, Karinne observava as outras pessoas sentadas à mesa. Logo notou que vários jogadores tinham levado suas namoradas e esposas, e alguns, os seus filhos, e se pegou analisando a forma como interagiam entre si.

No mundo do futebol, era comum que os jogadores formassem as suas famílias cedo, e tivessem filhos no final da adolescência ou no auge dos seus vinte e poucos anos, então não seria incomum que Richarlison tivesse o seu primeiro filho aos vinte e seis, o que não quer dizer que seria fácil. Tanto ele quanto Chelsy seriam pais de primeira viagem, e mesmo que a amiga estivesse em sua cidade natal, e pudesse ter a ajuda de familiares e parentes próximos, sentiria a falta de seu primo de vez em quando, uma vez que não poderia estar sempre presente por causa de sua rotina agitada.

Pensando nisso, Karinne conseguia entender um pouco a decisão de Sonny. Uma decisão que tinha sido tomada não por falta de vontade de ser pai ou de formar uma família, mas por causa de todas as questões que envolviam isso, e que agora tinha acabado de constatar.

Mesmo sendo um dos poucos jogadores solteiros do time, senão o único, era evidente que o jogador sul-coreano queria ser pai e isso ficava ainda mais aparente quando interagia com as crianças da mesa, fazendo caretas para que sorrissem e as intrertendo com brincadeiras. O que sinceramente não pareceu nada contraceptivo para Karinne, que ao ver aquela cena, ficou encantada e com o útero "coçando" para ter um bebezinho ou bebezinha com os olhinhos puxados, iguais ao dele.

- Você gosta bastante de criança, não é?! Nunca pensou em ter uma? - comentou, tomada por seus instintos mais primitivos.

- É claro que já pensei - Sonny respondeu com naturalidade, sem se sentir nenhum um pouco incomodado por ela ter feito uma pergunta tão particular. Mas essa não é uma decisão só minha, vai depender da vontade da minha companheira, afinal é o corpo dela e não o meu. Sem falar que seria difícil criar uma criança com uma carreira como a minha, ainda mais para ela - explicou, sem surpreender Karinne com a resposta, que já era esperada.

- Sim, com certeza - Karinne concordou. Mas, nesse caso, acho que o importante não é tanto a frequência, mas a intenção e a disposição do pai em se fazer presente na vida da criança. Existem tantos pais que são "presentes", mas não são realmente engajados na criação dos filhos - argumentou, encantando Sonny com a resposta.

- Isso é verdade. Cada vez eu me surpreendo mais com você, Srta. Karinne - a elogiou.

- Obrigada - Karinne respondeu, convencida.

Depois daquela conversa, eles ficaram mais íntimos e próximos um do outro. E já não era mais desconfortável falar sobre esses assuntos ou quaisquer outros. O que serviu para que Karinne ficasse um pouco menos preocupada com o futuro de seu primo, sabendo que ele teria um amigo que o apoiaria em tudo, e principalmente naquela questão específica, que exigiria que tivesse um pouco mais de maturidade.

É claro que Chelsy ainda precisaria dela e de seu apoio, e Karinne estava disposta a ajudar a amiga com o que quer que fosse. Pensou até na possibilidade de estender a sua viagem por mais alguns meses, para ajudá-la com o bebê, se estivesse mesmo grávida.

Mas pensaria nisso com calma. Primeiramente, acompanharia a namorada de seu primo até o médico para confirmar a gravidez e só então decidiriam, juntamente com Richarlison, o que fariam em seguida.

Por ora, os observava de longe, pensando no tipo de pais que seriam. Como conhecia muito bem a personalidade de seu primo, já podia imaginar que seria um bom pai, e que sofreria em ter que ficar longe de Chelsy e do bebê.

Só de pensar nisso, seus olhos começaram a lacrimejar, deixando Sonny aflito ao perceber a situação.

- Está tudo bem? - ele quis saber, ao que Karinne confirmou apenas com um aceno positivo da cabeça, que não o convenceu. Não está se sentindo bem? Quer ir embora? Se quiser eu te levo para casa - sugeriu, percebendo o desconforto dela.

- Sim, eu aceito. Obrigada - Karinne respondeu, cabisbaixa.

Discretamente, e sem alarmar as demais pessoas na mesa, Sonny explicou a Richarlison que sua prima não estava passando bem e que a levaria para casa, e a tomando pela mão, eles foram embora dali.

Quando chegaram em frente ao edifício, Sonny fez questão de subir com Karinne, para garantir que estaria bem e segura.

- Você está bem mesmo? - perguntou, notando que algo ainda a perturbava.

- Bem, na verdade eu estou com várias coisas na cabeça, mas não posso te contar nada agora. É algo que não diz respeito só a mim. Espero que entenda - Karinne afirmou, com a cabeça longe dali.

- É claro - Sonny concordou. Só perguntei porque percebi que você não está bem - explicou. Mesmo que não possa me dizer o que é, não tem nada que eu possa fazer para ajudar? - quis saber, extremamente preocupado com ela.

- Eu não sei, de verdade. Não sei de mais nada, desculpa - Karinne respondeu, aérea.

- Que isso, você não tem que se desculpar - Sonny afirmou imediatamente. Eu é que quero te ajudar, mas acho que só estou atrapalhando - confessou, se sentindo impotente naquela situação.

- Não, não fala isso. Você me ajuda muito, de verdade. Só de estar aqui comigo eu já me sinto um pouco melhor - Karinne respondeu, tentando consolá-lo.

- Se é assim, então chega mais perto - Sonny afirmou sem delongas.

Sem nenhum constrangimento, Karinne andou até ele, e Sonny a recebeu já de braços abertos, não se demorando em envolvê-la com seus braços calorosos, acomodando a cabeça dela em seu peito livre. Em seguida, apoiou delicadamente o seu queixo na cabeça dela, e começou a acariciar os seus cabelos longos, a fazendo se sentir segura e confortável, sem precisar usar nenhuma palavra.

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𝙰𝚕𝚕 𝚖𝚢 𝚂𝚘𝚗𝚗𝚢 𝚍𝚊𝚢𝚜 | 𝓢𝓸𝓷 𝓗𝓮𝓾𝓷𝓰-𝓶𝓲𝓷Onde histórias criam vida. Descubra agora