Atacante

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Em Karinne, Sonny encontrou a sua parceira ideal, pois antes de tomar a decisão de não se relacionar romanticamente, o seu maior medo era de encontrar alguém e a sua rotina agitada acabar desgastando o relacionamento. No entanto, como a brasileira era muito independente, inesperadamente era ele quem mais sentia saudades.

Como estava acostumada e gostava de ficar só, Karinne sabia aproveitar ao máximo a sua própria companhia. Não se importava de sair sozinha para comer ou passear, e tinha feito muito isso ao longo da vida, estando ou não em um relacionamento. Contudo, agora que Chelsy precisava dela, teve que fazer uma pequena alteração no seu estilo de vida, e passou a incluir a amiga em algumas atividades que costumava fazer sozinha, mas não em todas, pois ainda precisava de momentos consigo mesma. E, é claro, também reservou um tempo para Sonny, que de uma hora para outra se tornou uma das pessoas mais importantes da sua vida.

Depois de todas essas mudanças, estaria mentindo se dissesse que estava tudo bem. Pois é óbvio que ter que dar conta de todas essas coisas de uma só vez, custou a ela uma boa dose de estresse. E era nesses momentos que se dava conta do quanto era sortuda por ter Sonny ao seu lado, pois ele era a calmaria, o aconchego e a segurança que tanto precisava. Enquanto era enérgica, extrovertida e impulsiva, ele era calmo, introvertido e equilibrado.

Na última conversa que tiveram, o artilheiro comentou sobre uma partida importante que teria àquela semana, e ainda que não tivesse dito isso expressamente, Karinne sentiu que seria importante para ele que fosse vê-lo jogar àquele dia. Sendo assim, conseguiu com o seu primo uma camiseta oficial do Tottenham Hotspur com o nome e o número dele, e foi torcer por seu amado.

Na maioria das vezes, não se importava com a opinião ou com o julgamento que as pessoas faziam dela, mas quando chegou ao estádio e foi se sentar na cadeira que tinha reservado, notou que um casal de velhinhos estava sentado à sua frente, e logo percebeu que ambos, mas principalmente o senhor, eram muito parecidos com Sonny. Dessa forma, não pôde ignorar a hipótese de que eles poderiam ser os pais do seu namorado, e se deu conta que, se existiam no mundo pessoas a quem gostaria de causar uma boa impressão, eram aqueles dois.

Tomada pelo nervosismo, tentou se comportar da melhor forma possível, e até que conseguiu se conter, mas só até Sonny fazer o primeiro gol, e assim despertar a torcedora fanática que existia dentro dela, que comemorou o gol como se tivesse incorporado o próprio Galvão em dia de jogo da seleção.

Impulsionado pela energia daquele momento, primeiro o sul-coreano recebeu os cumprimentos de seus colegas de time, depois parou em frente ao lugar onde seus pais e Karinne estavam sentados e fez todos os tipos de corações que conseguia fazer com as mãos em poucos segundos, fazendo a brasileira abrir um sorriso de orelha a orelha e corar, mesmo não tendo certeza se tinha feito aquilo para ela ou para os pais dele.

Depois daquele gol, o jogador fez mais dois e Karinne os comemorou com a mesma animação do primeiro, ficando rouca de tanto gritar, e se esquecendo completamente que estava em um local público e acompanhada dos pais dele, o que era pior.

Assim que o jogo acabou, foi se encontrar com Sonny no vestiário, no entanto, os pais dele estavam lá com ele quando chegou, então para dar privacidade a eles, resolveu ir dar uma volta, mas antes de sair acabou ouvindo uma parte da conversa deles.

- Meu filho, acho que a sua visibilidade aumentou bastante nos últimos meses... Tinha uma torcedora estrangeira bem animada sentada atrás de nós - o pai dele comentou. E nesse instante Karinne foi tomada pelo constrangimento, e deixou o vestiário imediatamente.

- É verdade, a moça estava mesmo bem animada, e em alguns momentos as pessoas que estavam ao redor até olhavam de cara feia pra ela - a mãe dele completou.

- O quê? Você viu quem eram essas pessoas, omma? Elas foram muito ríspidas com ela? O que elas disseram exatamente, a senhora se recorda? - Sonny quis saber, apreensivo, o que deixou a mãe dele bem desconfiada.

- Não, elas só ficaram encarando e também cochichando um pouco. Por quê, meu filho? Por acaso você conhece essa moça? Ela parece ser uma grande fã sua e eu percebi que hoje você estava olhando um pouco demais na nossa direção - ela indagou, sem pensar duas vezes.

- Sim, ela é prima do Richarlison - Sonny respondeu, sem pensar muito.

- Ah, então agora está explicado - a mãe dele comentou acidamente, o deixando visivelmente indignado.

- Por que a senhora disse isso? Não gosto que fale dessa maneira - Sonny reclamou, chateado com a afirmação preconceituosa que ela tinha feito.

- Mas eu não disse nada demais, meu filho. Não sei por que você ficou assim. Eu só acho que eles são bem diferentes de nós - a senhora explicou calmamente, sem entender a reação dele.

- É verdade, eles são diferentes, mas isso não quer dizer que sejam piores ou melhores do que nós. A senhora sabe que tenho muitos amigos brasileiros e que adoro e até admiro o jeito animado e caloroso deles - Sonny argumentou firmemente.

- Tudo bem, meu filho. Não vamos mais falar sobre isso - a mãe dele desconversou, dando o assunto por encerrado.

Antes da conversa chegar naquele ponto, Sonny tinha achado que aquela situação parecia uma boa oportunidade para que apresentasse Karinne aos seus pais, mas depois de saber a primeira impressão que tiveram dela, que não tinha sido das melhores, decidiu deixar a apresentação para depois.

Logo que se despediu deles, mandou uma mensagem perguntando onde estava, e em seguida foi encontrá-la. Não comentou sobre a conversa que teve com os pais, para não alarmá-la. Apenas quis saber se gostou dos gols e das gracinhas que fez para ela, que afirmou que tinha adorado.

Como ainda não tinha assumido o relacionamento publicamente, Sonny não podia demonstrar o seu amor da forma como gostaria, mas estava ansioso para dizer ao mundo inteiro que a amava e para fazer declarações e gestos públicos de afeto.

Já podia se imaginar a pedindo em casamento na frente de toda a torcida, tirando a camiseta do time e mostrando a camiseta de baixo, estampada com o nome dela. Também conseguia vislumbrar como seria vê-la sentada na arquibancada, acompanhada de seus filhos pequenos, todos assistindo atentamente aos jogos dele e comemorando os seus gols animadamente, cheios de orgulho do pai.

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𝙰𝚕𝚕 𝚖𝚢 𝚂𝚘𝚗𝚗𝚢 𝚍𝚊𝚢𝚜 | 𝓢𝓸𝓷 𝓗𝓮𝓾𝓷𝓰-𝓶𝓲𝓷Onde histórias criam vida. Descubra agora