Com a partida de Karinne, o mundo de Sonny pareceu ficar mais nublado, e, coincidentemente, era inverno em Londres, então não era apenas o seu humor que tinha mudado, mas também a paisagem à sua volta.
Dia a dia, as tardes ficavam mais escuras. A neve cobria as ruas e os galhos das árvores. E, por mais bonito que parecesse, havia também uma certa melancolia no ar, que era sentida apenas por pessoas sensíveis e por aquelas que estavam longe de casa ou sentiam falta de alguém.
O Natal estava chegando, e tudo o que Sonny pensava é que não o passaria com Karinne. Tentava imaginar como ela devia estar do outro lado do mundo. Certamente, a paisagem de lá era bem diferente da sua. O clima no Brasil era quente naquela época do ano e não tinha nada a ver com o de Londres, embora o espírito natalino fosse o mesmo em todos os lugares do mundo.
Estava feliz por ela poder passar aquela data com seus familiares e amigos, mas, ao mesmo tempo, lamentava por não estar lá com ela. E, de repente, todas as músicas de Natal começaram a fazer sentido, pois tudo o que mais queria "de Natal" era ela.
Se não tivesse partido tão repentinamente, teriam montando e enfeitado a árvore juntos, e depois a beijaria debaixo do visco, sempre que tivesse a oportunidade. E talvez, teria dado tempo de terem visto a primeira neve juntos, e de acordo com a superstição de seu país, não se separariam nunca mais depois disso.
Entretanto, tudo aquilo era somente fruto da sua imaginação, e a realidade é que estavam longe um do outro, e o pior é que não sabiam quando poderiam se reunir outra vez.
Em meio aquela incerteza angustiante e a saudade agonizante que sentia, tomou uma decisão no calor do momento: pegaria o próximo vôo para o Brasil e passaria o Natal com ela. Ainda que por causa do trabalho pudesse ficar apenas uma semana lá, valeria a pena. Para estar com ela, faria isso nem que pudesse ficar apenas um dia e tivesse que passar mais dois dentro de um avião.
Tomado pela empolgação de poder reencontrá-la, comprou a passagem sem pensar duas vezes, arrumou a mala apressadamente e partiu para o aeroporto. Se impressionou com a quantidade de pessoas ali, e se perguntou quantas delas também sentiam o mesmo que ele, e viajavam para poder se reunir com as pessoas que amavam e que faziam muita falta. Tanta falta que o Natal não era o mesmo sem elas.
Com a ajuda de Richarlison, conseguiu que um dos familiares de Karinne à levassem para o aeroporto com uma venda nos olhos, para que ela não desconfiasse de nada. Como também parecia impensável para o amigo passar o Natal sem Chelsy, obviamente ele também viajou para o Brasil.
A espera parecia ser capaz de matá-lo, mas Sonny não teve outra opção a não ser esperar. Sem saber de nada, Karinne também ansiava por saber o que aconteceria depois que tirassem a venda de seus olhos. Onde estava? O que a aguardava? O seu coração de alguma forma já sabia o que era, mas a sua mente não a deixava ter certeza.
- Não. Não pode ser ele... - disse a si mesma. Tentando não criar expectativas e assim não se decepcionar.
Assim que chegou no Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU), Sonny não quis perder tempo, então deixou a sua mala com Richarlison e correu em direção ao setor de desembarque. As pessoas à sua volta o encaravam, se perguntando o porquê da pressa. Mas sem se importar com o que pensavam, ele continuou a correr.
Depois de alguns minutos correndo, ele a viu. Karinne ainda estava vendada, sentada em uma cadeira a poucos metros dele. Finalmente estava ao alcance de suas mãos.
Ao contrário do que tinha feito até aquele momento, Sonny se acalmou e se aproximou dela devagar. Sem dizer nada, ele se agachou para ficar na altura que ela estava, então tomou as mãos dela, a levantando dali em um instante.
Quando fez isso, o coração de Karinne acelerou, a avisando que era ele, como havia pressentido. Instintivamente, ela levou as mãos até a venda, querendo tirá-la de uma vez e poder finalmente vê-lo. No entanto, sentiu as mãos dele cobrir as suas, a fazendo esquecer tudo e principalmente o que pretendia fazer.
Rapidamente as mãos de Sonny deslizaram até as bochechas dela e depois para os seus lábios úmidos. Karinne engoliu em seco e inclinou o corpo para ficar mais perto dele. Achou que iria beijá-la ali mesmo, seja lá onde estivessem. Entretanto, as mãos do sul-coreano logo se afastaram, a fazendo pensar que ele tinha desaparecido para sempre e que tudo não passava de uma maluquice da sua cabeça.
Antes que as lágrimas tomassem o seu rosto, Sonny desatou o nó da venda que cobria os olhos dela e a retirou, encontrando Karinne ainda com os olhos fechados. Ela hesitou por mais alguns instantes, morrendo de medo de tudo não passar de uma ilusão, mas tomada pela possibilidade de ser ele mesmo, ali na sua frente, abriu os olhos apreensivamente.
Não saberia descrever a emoção que sentiu quando o viu, perto o bastante para que visse a sua pupila dilatar. Quis beijá-lo ali mesmo, mas se conteve e apenas se jogou em seus braços, sendo logo acolhida pelos braços dele, que a envolveram carinhosamente. Sem conseguir evitar, ela fechou os olhos e suspirou demoradamente, se sentindo plena, segura e amada.
- Acho que o Papai Noel existe mesmo, pois desejei de todo o meu coração que eu pudesse passar esse Natal com você e agora você está aqui, na minha frente - Karinne afirmou, se afastando apenas o suficiente para olhar nos olhos dele.
- Claro que existe. Você acha mesmo que eu chegaria aqui a tempo para o Natal se não fosse pelo trenó mágico dele?! - Sonny brincou, fazendo Karinne rir.
- Acho que você está passando tempo demais com o meu primo... - comentou, voltando a se aconchegar no abraço dele.
- Sim, é verdade, mas eu prefiro muito mais passar o meu tempo com você - Sonny falou, a beijando na testa e tirando outro sorriso do rosto dela.
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𝙰𝚕𝚕 𝚖𝚢 𝚂𝚘𝚗𝚗𝚢 𝚍𝚊𝚢𝚜 | 𝓢𝓸𝓷 𝓗𝓮𝓾𝓷𝓰-𝓶𝓲𝓷
FanfictionKarinne Maria de Andrade é prima do famoso jogador de futebol, Richarlison, e através dele, conhece Son Heung-min, conhecido como Sonny, e os dois acabam se apaixonando. Contudo, o sul-coreano já encontra-se em um relacionamento sério com a sua carr...