O jogo da vida

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Assim como tinha prometido, Karinne acompanharia Chelsy até o médico, pois não iriam confiar em um teste qualquer de farmácia, uma vez que precisavam ter certeza da gravidez.

Depois de contatar o médico da família da britânica, elas compareceram no consultório no dia marcado, e o clínico pediu um hemograma completo, além do Beta HCG quantitativo.

Como o exame era mais completo que o qualitativo e indicaria não apenas se se tratava de positivo ou negativo, mas também o número de semanas de gestação, este demorou três dias para ficar pronto.

Esses dias de espera pareceram durar uma eternidade e antes mesmo do prazo acabar, Chelsy consultava o site da clínica à todo minuto, na esperança do resultado sair antes do esperado, mas isso não aconteceu.

Quando finalmente o dia chegou, a britânica ficou tão apreensiva, que pediu a Karinne que visse o resultado em seu lugar. E a amiga, mesmo nervosa, acessou o site com a senha que a clínica forneceu à namorada de seu primo, e agora não havia mais dúvidas, Chelsy estava grávida de seis semanas.

- Eu estou grávida mesmo?! - a britânica indagou, espantada. O meu ginecologista sempre disse que eu não poderia ter filhos, pois tenho SOP - Síndrome do Ovário Policístico... - explicou, ainda sem acreditar. Acho melhor eu esperar um pouco mais para contar ao Rick, pelo menos os três meses de segurança. Não quero que ele sofra se algo acontecer com o bebê - completou, preocupada e cabisbaixa.

- E o seu sofrimento, não importa?! Não, eu não concordo com isso, Chelsy. Já que você tem essa preocupação, é mais um motivo para você contar a ele - Karinne protestou, convencendo a amiga.

Mesmo depois de ter ficado um pouco mais calma com a conversa que teve com Karinne, a namorada de Richarlison continuava insegura e procurou o seu ginecologista pessoal, que conhecia melhor o seu histórico médico, para uma segunda opinião. O Dr. Albert foi sincero e disse que teriam que tomar uns cuidados à mais com a gravidez por ela ter SOP, mas garantiu que ter uma gestação saudável e bem sucedida não era impossível.

Aquela notícia deu esperanças a Chelsy, que em pouco tempo mandou fazer uma mini chuteira igual à que Richarlison usava, para presenteá-lo, e assim fazer a revelação da gravidez.

Embrulhou os pequenos sapatos, e assim que o namorado chegou em casa, deu a ele, com um sorriso de orelha a orelha no rosto. Richarlison estranhou, pois não era seu aniversário e nenhuma outra data comemorativa, não que se lembrasse, mas nada disse. Imediatamente, e sem nenhuma delicadeza, rasgou o embrulho todo e quando viu as pequenas chuteiras dentro de uma caixa dourada, uma ideia maluca passou na sua cabeça, mas, depois de pensar bem, acabou se convencendo de que não devia ser o que estava pensando, não podia ser.

- É o que eu estou pensando? - quis saber, só para garantir.

- Sim, exatamente o que você está pensando, papai - Chelsy confirmou, com lágrimas nos olhos.

- Quer dizer que vamos ter um pombinho ou uma pombinha?! - indagou, extasiado.

- Se tudo der certo, sim - Chelsy afirmou, e no mesmo instante Richarlison foi até ela, a pegou no colo com todo o cuidado do mundo e a girou no ar, sorrindo animadamente.

- Já deu mais do que certo! - o jogador afirmou, confiante. Eu nunca disse nada, pois sei que você tem SOP e achei que era impossível, mas eu sempre sonhei em ser pai - confessou, ainda sem acreditar.

- Eu sei que você está animado, mas eu preciso te contar uma coisa... Eu conversei com o Dr. Albert e essa gravidez vai requer muitos cuidados, então não quero que se precipite, e é melhor não contarmos à ninguém por enquanto - Chelsy contou, apreensiva.

- Não se preocupe, meu amor. Eu sei que não vou poder estar com você o tempo todo, mas eu vou falar com a Karinne e tenho certeza que ela vai nos ajudar - Richarlison disse, tentando acalmá-la.

Antes mesmo que Richarlison pedisse isso, Karinne já tinha decido ficar mais alguns meses para ajudar a amiga, mas tinha alguns problemas em mente.

Primeiramente, teria que deixar o emprego na loja em que trabalhava e também o voluntariado como fisioterapeuta na ONG Geriátrica, duas coisas que partiam o seu coração. Afinal, era muita apegada à dona da loja, que era acima de tudo sua amiga pessoal, de modo que até mesmo depois de ter se formado em fisioterapia não teve coragem de deixá-la na mão, e tinha também se afeiçoado aos idosos que frequentavam a ONG que era voluntária, depois de ter cuidado deles por tantos anos. No entanto, agora havia outra pessoa que necessitava dos seus cuidados e nunca se perdoaria se não ficasse para ajudá-la.

Outro problema, senão o principal, era o dinheiro, pois a quantia que tinha poupado bastava apenas para um mês de intercâmbio, e ainda que o visto de turismo valesse por seis meses, não teria mais como se manter em uma cidade com o custo de vida tão alto quanto o de Londres, e em hipótese nenhuma aceitaria trabalhar ilegalmente. Sendo assim, enquanto tentava conseguir o visto de trabalho, Richarlison se ofereceu para sustentá-la, o que a causou calafrios, mas era isso ou voltar para o Brasil e deixá-los sozinhos nessa situação complicada, o que não faria, apenas porque não conseguia engolir o seu orgulho.

Também não podia mentir que seria incrível poder ficar perto do seu amado jogador sul-coreano, dono dos olhos puxados mais lindos do mundo e da personalidade mais amável que já conheceu.

Sem muito esforço e sem ficar muito surpresa, descobriu que ele era canceriano e logo tudo fez sentido. É claro que era sensível, cavalheiro e um futuro pai de família perfeito, afinal a família era algo que presava muito e que sonhava muito em ter, uma característica que compartilhava com o seu primo Richarlison, que era um típico taurino - pé no chão, caseiro, que gosta de conforto e de tudo que é seguro e concreto. Chelsy, por outro lado, era escorpiana, o signo oposto complementar de Richarlison, e portanto, curiosa, obstinada, misteriosa e sedutora. Ambos tinham muito o que ensinar um ao outro e até aquele momento tinham conseguido usar as qualidades que faltavam em um e sobravam no outro para equilibrar a relação e evoluírem individualmente.

Ainda que Richarlison tivesse concordado que não contaria da gravidez para ninguém, não conseguiu esconder isso de Sonny, que era como um irmão pra ele. E como esperava, o amigo ficou extremamente feliz, como se ele próprio tivesse recebido a notícia de que seria pai, e antes que pudesse ter esse privilégio, se realizaria através do amigo.

(Faça essa autora feliz, deixando ⭐ e comentários 👇🏽💜☺️)

𝙰𝚕𝚕 𝚖𝚢 𝚂𝚘𝚗𝚗𝚢 𝚍𝚊𝚢𝚜 | 𝓢𝓸𝓷 𝓗𝓮𝓾𝓷𝓰-𝓶𝓲𝓷Onde histórias criam vida. Descubra agora