É melhor ser machucado do que machucar...

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Passa-se a noite e a manhã chega

Estavam no hospital: Marcelo, Durval e Gustavo

Eles acordam com o Médico chamando-os

Durval: - Oi, doutor. Alguma notícia?

Médico: - A Poliana já acordou e está fora de perigo.

Durval suspira aliviado

Durval: - Que bom, que bom...

Marcelo: - E a Luísa?

Médico: - Do mesmo jeito.

Marcelo assinte com a cabeça

Gustavo: - E a gente pode ver a menina?

Médico: - Acredito que ainda hoje sim, ela está um pouco debilitada também.

Gustavo: - Tá bem.

Corte de tempo: 12 horas

Mansão 242

Otto acordava aos poucos, via um feixe de luz no seu rosto

Otto: - Eu tô quebrado...

Otto se vira de barriga pra cima na cama e olha a hora no relógio ao lado

Otto: - Nossa... meio dia.

Otto se levanta e vai até a sala, ele estava de roupão, com os olhos inchados, com uma feição abatida, era como se estivesse com uma gripe a dias

Otto se senta no sofá e pega seu tablet, assim que pega a tela reflete seu rosto, ele a maneira que estava, mas não se importava, somente ligou e começou a trabalhar

Depois de horas trabalhando, Otto se levanta e vai até o banheiro, ele faz suas higienes pessoais e coloca uma roupa simples. Quando sai do banheiro recebe uma ligação, era Roger, não tinha como não atender, sua voz estava mole, embargada, mas consegue disfarçar na ligação. Depois que desliga, coloca o celular na cama e passa a mão pelo seu rosto logo em seguida pelos seus cabelos, ele respira fundo, volta em sua mente tudo que Gustavo havia falado, ele não sabia se ficava preocupado com elas ou decepcionado consigo mesmo. Ele não calculou os riscos, confiou demais em si mesmo, não podia ter agido com tanta imprudência... era a Poliana, era a Luísa, ele queria poder voltar no tempo, por mais que a Ester fosse o motivo dele superar o que havia acontecido no passado, era melhor se ele nunca superasse, parecia um tanto quanto egoísmo da parte dele, ele queria consertar tudo

Otto dá alguns passos pelo quarto e retira a mão do rosto por um instante quando o vinho... ele estava em cima da mesinha e atrás de um vaso de flor. Aquele mesmo vinho... era ele, o vinho do jantar na piscina. Otto é tomado por culpa mais um vez, ela tinha dito que o amava, mas agora, quando acordasse e se acordasse iria odiá-lo, ele tinha plena certeza disso, ele conseguia lidar, ou às vezes não estava nem aí pro ódio alheio, mas ele não conseguia se manter indiferente quando se tratava de Luísa e Poliana, ele sabia lamentar. Otto suspira e fixa o olhar no vinho, na sua mente vem as imagens do jantar, e principalmente os risos de Luísa, mas agora... ele nem sabia se ela iria sobreviver, ela foi a mais impactada pelo ataque, o ataque que ele causou. O homem vai até o vinho e o pega em mãos, as lágrimas lutavam para sair de seus olhos, mas ele não deixava, num ato de fragilidade ele deixa o vinho cair e cai no chão junto ao mesmo, o chão branco agora estava vermelho, vermelho vinho, igualmente a blusa clara de Otto, o homem abaixa a cabeça e fixa seus olhos para seus pés. Não foram apenas erros... elas podiam morrer, ele podia tirar a vida das mulheres que ele, finalmente, amava. Otto se deita no chão gelado e molhado, seus cabelos estavam, agora, vermelhos, seu corpo estava contornado pelo vinho e por cacos. Ele queria um remédio, algo que fizesse parar de doer, não consegue e não quer mais segurar, o homem chora... chora como um menino que busca o colo de sua mãe, seu choro era um choro de culpa, de remorso e por fim, de dor

Otto: - Eu não queria, eu juro... eu não queria.
Diz soluçando, era como se ele dissesse isso a sua própria inquietação

Por mais que ele insistisse em dizer que não foi a intenção, outro lado do mesmo insistia em dizer que ele era o culpado pelo que estava acontecendo com Luísa e com Poliana, Otto se contraia, o fardo que ele carregava estava virando uma dor física, ele se contorcia no chão, seu pulmão fechava a cada contorção e sua pele entrava em contato com os frios e pontiagudos cacos

No hospital

No hospital estavam somente Durval e Cláudia. O homem esperava ansiosamente por notícias, principalmente de Luísa. Alguns minutos depois o Médico chega na recepção e se dirige a Durval

Médico: - Você já pode ver sua sobrinha.

Durval sorri

Durval: - E a minha irmã?

Médico: - Ela já não corre risco de vida.

Durval: - Não podia ser melhor, doutor.

Eles seguem até o quarto de Poliana e Durval entra

Durval: - Oi, Poly.
Diz adentrando o quarto

Poliana: - Oi, tio.
Diz com a voz meio embargada

Durval: - Como você tá?

Poliana: - Só o braço que tá um pouco dolorido.

Durval: - Logo melhora.

Poliana: - E minha tia?

Durval: - Ela tá internada, porém não corre riscos.

Poliana: - Ah sim.

A menina desvia o olhar do tio

Durval: - A gente já sabe o que aconteceu.

Poliana: - Já sabem? Como?

Durval: - A Lorena estava em uma investigação do clubinho e seguiu vocês, ela filmou tudo.

Poliana: - Ela tá bem?!

Durval: - Tá, tá sim.

Poliana: - Ufa...

Durval: - E você? Como se sente com tudo isso?

Poliana: - Eu ainda não entendi como a Ester pode ser uma Android... eu vivi com ela como se fosse minha irmã.

Durval: - É... foi tudo horrível mesmo.

Poliana: - E meu pai?
Pergunta com receio

Durval: - O Otto não vai voltar mais, Poly, fica tranquila.

Poliana se sentia decepcionada e até com medo, como o Otto podia ter feito isso? Ela não entendia, ele parecia gostar delas, como pôde usá-las como cobaias?

Poliana: - Uhum.

Apenas um toque... mas de quem será o toque? (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora