Apenas um toque... mas de quem será o toque? (CONCLUÍDA)

"EU NÃO CONSEGUIA FAZER NADA!"

Corte de tempo: meio dia

As notícias que chegaram de Luísa não eram nada boas, somente coisas ruins, Otto não falava com ninguém, nem mesmo com o Gustavo e ele era constantemente questionado sobre o que aconteceu na mata. Poliana, Marcelo e Durval não paravam de chorar por um só minuto. O médico adentra a sala e a sua expressão é péssima

Médico: - Sinto muito em lhes dizer isso, mas infelizmente nós acreditamos que a Luísa não vai ter muito tempo de vida. Ela não acorda... o corpo dela não reage... não sabemos o que fazer.

Todos mais uma vez ficam em choque e choram de soluçar. Otto se levanta  e começa andar pelo hospital, estava com medo de verem ele chorando. As lágrimas pesam sobre seus olhos, ele começa a dar passos mais rápidos e lembrar de tudo o que viu na tortura... ele estava claramente atordoado, ele começa a andar em passos largos e muito rápido até que para, ele chegou no fim do grande corredor e dá de cara com um crucifixo que estava dentro da capela do hospital

POV Otto
Por que ela? Por que não eu? POR QUE? ELA NUNCA FEZ MAL A NINGUÉM! NUNCA! QUAL É O SEU CRITÉRIO PRA ESCOLHER COM QUEM VOCÊ VAI MATAR? Pelo visto...  é eu me importar com a pessoa.
Otto fala isso em seus pensamentos enquanto encarava o crucifixo da capela

Otto adentra a capela e se senta no último banco e coloca a mão nos olhos

Otto: - Por favor... por favor.
Diz soluçando e repete isso diversas vezes

Gustavo estava a procura de Otto e o vê dentro da capela, ele chega no seu lado de fininho

Gustavo: - Achei que você odiava Deus.

Otto se levanta e Gustavo vê as lágrimas secas em seu rosto

Otto: - Eu não odeio Deus, eu só não acredito nele.

Gustavo: - Então por que tá aqui?

Otto: - ...

Gustavo: - Foi o que eu pensei.

Guatavo se levanta e vai embora da capela deixando Otto sozinho, o mesmo reflete sobre o que o amigo acabou de dizer e não chega a nenhuma conclusão, não sabia o que estava fazendo ali, mas sabia que precisava de ajuda. Otto se ajoelha e não se refere em nenhum momento a ele, só pede pela vida de Luísa

Quebra de tempo: seis da tarde

Todos estavam na recepção, menos Poliana e João que estavam na cafeteria, aguardando notícias, Marcelo não aguentava mais não saber o que tinha acontecido, então ele se levanta

Marcelo: - Otto, ninguém aqui aguenta mais, fala o que aconteceu na floresta!

Otto: - Eu não tenho nada a dizer, Marcelo.

Durval: - Marcelo, o Otto não tá bem, melhor não falar nada.

Marcelo: - Melhor não falar nada? Durval, esse louco sumiu com a Luísa no meio de uma floresta e ela volta nesse estado e todos acham normal?

Gustavo: - O que você quer dizer com isso, Marcelo?

Glória: - Marcelo... não é momento pra isso.

Marcelo: - Otto, fala o que você fez com ela.

Gustavo: - Marcelo, não precisa disso, ele não fez nada.

Marcelo: - Cala boca, Gustavo. Responde, Otto.

Marcelo anda pra mais perto do mesmo e Durval entra na frente dele

Durval: - Gajo, não precisa disso, vamo sentar.

Marcelo: - FALA, OTTO, COMO QUE VOCÊ MACHUCOU A LUÍSA! FALA, SEU COVARDE!

Otto se levanta com ódio no olhar

Otto: - O QUE VOCÊ SABE SOBRE MIM, MARCELO? COMO VOCÊ TEM CORAGEM DE FALAR QUE EU MACHUCARIA A LUÍSA? VOCÊ TEM NOÇÃO?

Marcelo: - COMO EU TENHO CORAGEM? TOMA VERGONHA NA SUA CARA, TODO MUNDO SABE O QUE VOCÊ FEZ ELA PASSAR E AGORA DIZ QUE NUNCA MACHUCARIA ELA? SEU ESTÚPIDO, AINDA MAIS QUE ISSO,  COVARDE! EU TENHO CERTEZA QUE FOI VOCÊ QUE DEIXOU ELA NESSE ESTADO!

Otto: - CALA SUA BOCA! EU TIVE QUE VER A LUÍSA SENDO TORTURADA DURANTE QUATRO DIAS SEGUIDOS, QUATRO DIAS! EU TIVE QUE VER TRÊS HOMENS CORTANDO COM LÂMINAS A PELE QUE RESTAVA DOS MACHUCADOS JÁ FEITOS, ENQUANTO ELA GEMIA DE DOR GRITANDO MEU NOME E EU NÃO CONSEGUIA FAZER NADA! NADA, MARCELO! ENTÃO SIM, EU SOU O RESPONSÁVEL POR ELA ESTAR NESSE ESTADO, FELIZ AGORA?

Marcelo: - Otto, eu...

Marcelo tenta se aproximar de Otto

Otto: - Sai da minha frente!

Otto empurra Marcelo e sai bruscamente da recepção

Todos estavam em choque

Gustavo: - A Luís-
Antes que pudesse terminar o mesmo coloca a mão sobre os olhos e chora incansavelmente

Ninguém tava bem depois daquele baque, Durval tava jogado num canto da recepção virado pra parede, Marcelo e Gustavo não conseguiam para de chorar e Glória... ela estava em total choque

(Coringou o Otto)