you know I love you so

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Helô estava de carro a caminho da delegacia quando observou Leonor caminhando de bicicleta na orla da praia.

Então ela ficou de vez no Rio, pensou sozinha a delegada olhando a prima de longe.

O ato de ficar, neste caso traziam muito mais implicações do que ela estava disposta a aceitar ou refletir no momento. Tudo terminava no fato de que ela havia decidido que Stenio valia o risco de tentar. Na conversa que tiveram, Helô mencionou que o preço poderia ser alto ou poderia ser baixo. Ela havia aceitado os riscos, a reposta era clara.

Mas a pergunta era: por quê?

Stenio havia dado algum indício que poderia acontecer algo de fato entre eles? Não era de hoje que ela havia notado que ele havia mudado. Havia algo diferente neste Stenio que Helô ainda estava tentando decifrar, ainda estava tentando entender. Ele ainda estava ali, indo atrás, mandando flores, aparecendo sem ser convidado, se deitando na cama dela, e se sentindo em casa...

Mas, o que Leonor era para ele?

Era exaustivo tentar ler Stenio Alencar.

Parou o carro no susto no sinal vermelho. Se desculpou com o pedestre que atravessava a rua.

Pronto. Agora além de exaustivo, era perigoso tentar ler Stenio Alencar.

Chegou na delegacia com a cara mais fechada que o normal, mais estressada que o normal.

­- Que foi que aconteceu? – perguntou Yone olhando a cara da delegada.

­- que que aconteceu com quem? ­ - disse ela um pouco ríspida, se sentando em sua cadeira.

- Com você. Tá estressada, delegada. O que foi? ­– se sentou na frente dela, esperando-a se sentir confortável para falar.

­- Leonor.

- Ah, a prima! Já voltou pra Lisboa? – perguntou Yone, tentando ler a situação.

- Ficou no Rio – respondeu Helô, se encostando na cadeira- Vi ela hoje de manhã.

- Ela....ficou? – Yone ficou olhando para Helô que apenas mascava seu chiclete e balançava a cabeça positivamente – e o que isso significa?

- Não sei, Yo. Eu não sei.

- Ela vai investir no Stenio.

- Isso eu sei. – respondeu a delegada seca.

- Te incomoda? ­ - a policial tentava esconder o riso da delegada, era sempre divertido ver Helô negando seus sentimentos por Stenio.

- Porque ela investir no Stenio me incomodaria? Eu sempre disse que ela tinha minha benção, que eu não seria um empecilho. Eu hein – disse ela tentando desconversar, já mexendo nos papéis que estavam na mesa para mudar de assunto - Yo....já me basta Creusa nessa de ex-marido! Chega de Stenio, vai...

- Tá, tá...não tá mais aqui quem falou. Tenho novidades sobre o stalker....

Helô focou no trabalho o resto do dia, focou em tentar avançar as investigações e esquecer seu ex e sua prima. Tentando mergulhar no trabalho para esquecer da sua vida pessoal. Era um esquema que havia funcionado bem sua vida inteira, funcionaria bem agora.

Ela foi para casa se sentindo exausta, chegou jogando as coisas na poltrona e se deitou no sofá para descansar.

- Cruesa? Tá ai? – gritou Helô, não querendo se levantar do sofá.

the wine chroniclesOnde histórias criam vida. Descubra agora