that's what makes us good in bed

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Stênio conseguia ser a pessoa mais irritante do mundo as vezes e isso era algo que Helô, com seus dois casamentos, um divórcio, uma filha e muitos problemas... podia falar com propriedade.

Ela conseguia aguentar bastante coisa nessa relação conturbada de gato e rato que eles levavam. Tentaram fazer a relação funcionar com um segundo casamento, mas não conseguiram. O trabalho de um constantemente atrapalhando o trabalho do outro, provocando distâncias até quando eles estavam em casa, tornou o relacionamento deles cada vez mais desgastante e impossível de seguir.

Embora os papéis do divórcio ainda não estivessem assinados, uma enrolação que nem ela mesma conseguia mais justificar, eles se viam o mínimo possível, e dificilmente sozinhos. Era uma situação nova, que ambos estava precisando aprender a aceitar.

Helô julgava que tinha jogo de cintura para lidar com as diferentes situações sobre Stenio. Mas, se Leonor parada em sua frente, em seu local de trabalho, dissesse mais uma vez o quanto ele era um homem incrível e cavalheiro, ela não sabia o que seria capaz de fazer.

- Helô, eu não sei como a relação de vocês não deu certo. Ele é incrível, ele...

- Leonor, sem querer te interromper, mas tu tem alguma coisa urgente pra me dizer? Porque eu tô cheia de trabalho aqui... – além de chata, a prima era também inconveniente. Não era atoa que a delegada se mantinha afastada de quase toda a família

- Ah, desculpa não quero atrapalhar...eu vou indo então. – Ela não parecia sem graça com a interrupção. Era como se tivesse ido até ali, apenas para conseguir exatamente isso, deixar Helô com a pulga atrás da orelha sobre ela e Stênio.

E conseguiu. Leonor saiu, mas deixou Heloísa pensativa. Pensativa porque ela também se questionava por que ela e Stênio não conseguiam fazer esse relacionamento funcionar. Não era falta de amor, não era falta de sentimento. Era, talvez, o não saber como levar uma vida a dois. Eles falhavam nessa parte. E isso era incrivelmente triste.

Ela sentia saudades dele, não podia negar, mas também estava profundamente irritada. Ia além da capacidade de Stênio não flertar com qualquer mulher que aparecia na frente dele? Ainda mais prima dela?

Pegando suas coisas, ela avisou Yone que em breve voltaria para a delegacia. Sem pensar demais para não desistir, pegou seu carro e foi até o escritório de Stênio.

Chegando no endereço no novo escritório de advocacia dele, ela entrou feito um furacão, apenas gritando um "oi" mal-humorado para Laís, que observou a cena sem falar nada. Ela conhecia Helô agora, e sabia que ela era melhor não mexer com a delegada quando ela chegava desse jeito. Stenio mal teve tempo de entender o que estava acontecendo antes de Helô jogar a bolsa com violência sobre a mesa dele, chamando a atenção do advogado.

- Stenio, você as vezes passou de todos os limites.

- Bom dia pra você também, Helô – disse ele olhando para ela, mas sem levantar-se da mesa – Vai... que foi que eu fiz agora?

- Minha prima, Stênio? Sério? Minha prima? - Ele podia ver a cara de indignação da delegada. Ela estava realmente irritada. E Stênio estava, por sua vez, confuso.

- Prima? – parou um pouco, como se estivesse tentando se lembrar de algo - A Leonor? Do que que você tá falando, Helô?

- Ela passou na minha delegacia agora de manhã, pra falar que vocês jantaram juntos e que você foi um cavalheiro com ela...em como era incrível...

- Helô- Ele tentou interromper, mas a delegada não deixou.

- Tanta mulher no mundo pra você pegar e tu vai querer pegar minha prima? Canalhice tem limite.

the wine chroniclesOnde histórias criam vida. Descubra agora