Me segurei na minha escrivaninha para não cair quando minhas pernas falharam, minha visão ficou turva me sentindo nauseado, coloquei a mão no peito respirando devagar enquanto o ar entrava em meus pulmões acompanhado pelo perfume de rosas.
Olhei bem no fundo dos olhos castanhos claros do cupido tentando vê algum frasco de uma brincadeira ingênua, mas ela estava bem convicta de cada palavra dita.
— Não pode ser. — Neguei balançando a cabeça e passando as mãos no rosto. — Você…. um cúpido?
— Sim, eu sou, mesmo que não acredite que eu estou falando a verdade. —Ela pulou na minha cama. — Eu não fico usando minhas flechas com qualquer um, eu só faço o que me é ordenado. — Anna ergue o dedinho indicador.
Peguei no dedo e balancei, ela sorriu.
— Como é o nome dela? Onde eu devo encontrar? Eu preciso vê-la. — Supliquei.
— Ainda não está na hora. — Anna caminhou em direção a janela. — Ainda não estão prontos para se encontrarem.
— Não faça isso. — Pedi no desespero. — Você não pode ir assim sem me dizer nada.
— Eu já disse, Pérola não é sua alma gêmea. Eu não usei minha flecha nela com você. — Anna me encarou. — A que você sonhar, sim. Eu usei uma flecha especial para que você pudesse vê-la antes mesmo de conhecer e sentir as mesmas coisas que ela. “Alma gêmea” é a palavra para essa ligação. — Anna repetiu bem pertinho de mim com seu dedo indicador levantado.
— Como você usou uma flecha em nós dois se eu nunca a vi?
— Simples, usei quando você era uma criança e ela um pouco menor, uma vez que vocês se encontraram no parque, na verdade as mães de vocês se toparam por obra do Alto. — Ela olhou para cima. — Anna abriu suas pequenas asas cor de pérolas com algumas penas em rosas e pulou logo em seguida voou e desapareceu. Corri até a janela mas era tarde demais Anna tinha desaparecido com todas as informações que supliquei a vida toda pra encontrar, mas uma coisa eu tinha conseguido a garota dos meus sonhos era real e foi feita pra mim!
Não me contive e sorri sentindo as palpitações do meu coração acelerar como um louco e meu corpo todo entrar em combustão, parecia que a qualquer momento iria explodir de tanta felicidade, ela era finalmente real. Não era fruto da minha imaginação. Mas do nada parei.
Como era horrível sentir alegria e do nada sentir que não posso ser feliz, não profundamente pois tinha outras pessoas que dependiam de mim, da minha responsabilidade e era dever meu salvar a humanidade, Caim um demônio primordial que me daria trabalho para matá-lo. Tendo assim responsabilidade dupla com Pérola e como Salvador, mas não era nada disso que eu queria, não queria fazer parte desse mundo, dessa vida.
Me sentei no tapete encostado minhas costas na cama encarando o teto com aquele aperto no peito que me rasgava a alma e várias perguntas sobre ela se formaram. Será que ela era humana? E se fosse me aceitaria? Me amaria como eu sou? Um nefilim! Como ela era? Nome! Onde morava? Se ela também sonhava comigo, e se sim como ela reagiria com tudo isso? E uma pergunta que me doeu a alma. Se ela tinha namorado? Essa pergunta me doeu profundamente pois não poderia contestar já que eu tinha namorada, era…Respirei quando sentir meu peito queimar com a falta de oxigênio, agarrei meus cabelos no desespero de me sentir preso a uma possibilidade que não me foi dado, não tive opção não foi minha escolha salvar essa raça contra Caim era algo que eu estava longe dos meus planos futuros, e que tudo indica depois de hoje tudo mudaria por completo, Caim estava atrás de mim. Conhecendo ele como conhecia poderia jurar que ele não desistiria de mim, a não ser que eu estivesse morto. Mas de uma coisa eu tinha certeza, dessa garota eu não abriria mão, nem que eu tivesse que enfrentar Caim e todos os demônios do inferno para tê-la exclusivamente em meus braços.
Fiquei de pé num salto descido a tomar uma decisão, peguei um par de tênis preto da sapateira e sai do meu quarto às pressas saltando os degraus que foi um erro para levar uma bronca.
— Degraus um por um. — Minha mãe se materializou embaixo da escada. — Mas já que todos nós temos asas eu vou arrancar essa escada já que quase ninguém usa ela mesmo. — Ela falou quase gritando.
— Desculpas, eu vou lembrar da próxima vez. — Beijei suas bochechas.
— O que ouve? —Minha mãe me encarou. —Está tão branco quanto a neve! — Minha mãe me puxou pelos capuzes. — E esse perfume! Porque está com cheiro de rosas?
Com os braços cruzados e seus olhar fuzilante tremi na base, resolvi encarar um jarro de lírios com as flores exóticas e bem raras azul na mesinha de canto próximo a entrada para cozinha estilo americana, pelo cheiro meu pai estava de arcanjo guerreiro a chefe de cozinha.
Os cabelos que eu admirava da minha mãe não era mas logos como era nas fotos da época de sua adolescência estava acima do ombro com as pontas ondulados, mas sua beleza ainda exalava um charme que chamava atenção de muitos homens deixando meu pai enciumado tremendo de medo de perde a mulher incrível que era minha mãe. Mas ela o amava profundamente isso era nítido em como ela mudava ao vê-lo, seu semblante leve e sorridente era bem diferente quando ele estava em casa e não no paraíso, ela ria falava algo engraçado mas não era da mesma forma quando meu pai estava em casa ao seu lado. Sentir as mãos macias da minha mãe em meu rosto dei um sorriso amarelo desviando meu olhar de seus olhos que era como uma bússola para detectar as mais profundas das verdades que eu escondia dela, da minha mãe.
— Deve ser aquele lírio. — Falei apontando para o jarro. — Eu já vou indo, vou na casa da tia Sara, buscar Pérola para…
— Namorar. — Meu pai entrou na sala vestido com um avental branco e uma touca na cabeça. Pus as mãos na boca e não contive o riso, meu pai estava muito engraçado.
— Ah é moleque está mangando do seu pai! — Ele apontou para si. Levando suas mãos para meus cabelos. Me esquivei para trás impedindo que ele colocasse as mãos nos meus cabelos.
— Bom jantar pra vocês. — Peguei as chaves da casa e do carro na mesinha do painel onde estava a TV. — Onde está minha prima?
— Ela foi pro paraíso. — Meu pai beijou os cabelos da minha mãe. — Eu vou dormir aqui então não precisa ela fica aqui pra cuidar de vocês.
— Durmir? —Minha mãe o encarou com olhar malicioso.
— AFF, pelo amor de meu avô! Acho que vou dormir no Daniel ou…
— Ou na Pérola. — Meu pai imitou minha voz.
— Pérola não. — Minha mãe quase gritou. — Eu sei que vocês — Minha mãe pigarreou. Quase morri de vergonha ficando com as bochechas ardendo já sabendo no que ela iria dizer. — Mas não… por favor... evitar.
— Jura amor, ele sabe se cuidar, ela não foi a primeira dele.
— Já chega, por favor, chega, eu não quero ter essa conversa mesmo com vocês! Fui, bom jantar.
— Bom passeio pra vocês e se cuidem. Ah, prevenção nunca é mais. — Meu pai provocou e eu gritei batendo a porta para abafar o som da voz do meu pai.
Coloquei a chave na ignição saindo de marcha ré, esperei o portão fechar por completo pegando velocidade para o bairro que morava Pérola não era muito longe de onde eu morava, ainda fazendo parte do mesmo projeto da construção dos anjos ambos tinham o mesmo nome só com numeração. Heavenly I e Heavenly II eu morava na primeira.
Era uma rua calma naquela hora da noite sem muitos carros e alguns pedestres de um lado a praça com parquinho onde as crianças brincavam de balanço, no escorrega feita de madeira com várias árvores de tamanho diferente, bancos de cimentos e vários arbusto e uma grama verdinha e uma fonte com um anjo de uns dois metros uma balança em mão e na outra uma espada erguida para o céu. Mas adiante o letreiro do Ed's Bar piscando em vermelho e laranja, a fachada do bar era todos em vidro transparente que dava pra vê as pessoas bebendo e comendo algo nas mesas com tecido em vermelho redondo, muito mas a frente ainda na avenida na esquina de uma rua uma casa noturna que não era bem o que parecia ser já que era o local preferido dos demônios desertores esses pelo menos na visão de alguns anjos, não ofereciam perigo para nós muitos menos os humanos eles eram pouco que conseguiram sair com vida do inferno e estava aqui vivendo entre os humanos, esse local recebiam uma vez por semana uma vista de um arcanjo para recepcionar se estava indo tudo bem se eles estavam levando as regras a sério. Eu nunca tinha entrado nesse ambiente apesar que Daniel e Max dava sempre uma passado por lá e falava que era um ambiente bem divertido onde as leis não se aplicavam, com muita bebida e até mesmo ilícita e mulheres que trabalham no ramo de você sabe como, havia shows de bandas aspirantes a rock dentre outras e uma pista de danças. Daniel e Max costumavam falar bastante sobre esse lugar até me convidaram algumas vezes, mas minha mãe e Ariel me arrancariam os rins e as penas das minhas asas uma à uma se eu sequer pensasse em pisar naquela casa. Que tinha uma bela fachada para quem passasse na frente nunca imaginasse o que haveria lá dentro. Era uma casa de dois andares como uma pousada de cor roxa com preto, os portões sempre com dois seguranças de cada lado grandes e fortes mal encarados.
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Confronto Imortal Vol:01
FantasyContará a história de Jaziel filho de Valentina a Mensageira dos Anjos e de Gabriel um Arcanjo. Um jovem doce mais de pessoalidade forte que quer viver sua vida sem nenhum compromisso com a vida que seu pais levam. Tudo que ele mais desejar é viver...