Confronto Imortal Vol:01

Marca, Dor e Sangue • 25

A noite tinha sido a mais longa da minha vida, alguns dos nefilins tinham ficado pra dormir aqui em casa com Dinah, Ísis, Lara, Ravi e Marlon. Jake, Lily e Dante foram para casa de Uriel.
Depois que tinha mostrado pra eles o livro que conta toda a história de Abel e seus descendentes, meu pai ficou intrigado com aquele livro pois ele não tinha visto a séculos, mais ainda se mantinha trancado.

“Poste o sangue puro, sebe de justiça, ingrata dor.”

— O que isso significa?— Perguntei.

— Olha direito — Pediu Miguel.

Bem na divisa do tronco da árvore e os galhos tinha um pequeno ferro pontiagudo

— Uma gota de sangue de Emma pode abrir o livro — Disse meu pai. — Acho que está na hora dela saber a verdade sobre sua origem e porque Caim está atrás dela.

Fiquei com as palavras do meu pai entalado na minha garganta, tentando discernir as melhores formas de falar que Emma estava no meio de uma guerra sanguinária e que por ter o sangue de Abel todos seus familiares e provavelmente sua mãe tinha sido assassinada só por pertencer a essa genealogia, que teve origem no início da humanidade. Não era justo com Emma ficar às escuras, estava decidido assim que o sol nascer e ela despertar, que eu iria contar a ela toda a verdade, principalmente sobre mim. Espero de coração que ela entenda e não tenha receio de está tão perto de mim, naquela altura eu não imaginaria mas a minha vida sem ela.
— Não consegue dormir? — A voz de Dinah estava ao meu lado. — Preocupado com ela?
Fiquei de frente encostado às minhas costas no parapeito da cobertura, o mesmo lugar em que eu estava com Emma admirando as estrelas.
— Tentando pensar numa forma de impedir que Caim a encontre.
— Vamos encontrar, tenho certeza disso —Disse Dinah com voz formal, mas eu percebi que ela tinha tirado do fundo de sua alma.
— Nunca imaginei ser pego de surpreso — cruzei os braços olhando as casas e o céu com lua crescente — estava esperando enfrentar Caim, mesmo relutando e não querendo essa missão… pois meu maior sonho foi conviver em meio as mortais, mas não era maior do que conhecer você. — Dinah deu um passo à frente. — Foi na mesma noite em que houve a explosão que eu a conheci.
  
    Não achei uma boa ideia me aprofundar nessa história que era só minha e de Emma, não queria magoar os sentimentos de Dinah mesmo sabendo que ela era minha alma gêmea, mais era com Emma que eu desejava ficar até meu avô permitir.
— Não vai existir nós, não é mesmo?— a voz de Dinah saiu muito apertada como se segurasse as lágrimas.
— Era tudo que eu mais desejava em toda minha vida, nesse tempo todo em que tivemos nossa ligação, nos sonhos eu desejava mais que o ar pra respirar te ter em meu braços— lágrimas escorregava pelas suas bochechas assim também lágrimas escorriam pelo meu rosto — mais não posso fechar os olhos para o que está acontecendo, tem uma guerra a caminho e uma inocente que é a luz do meu mundo no meio. — sorri ironicamente lembrando das palavras do meu avô.

Mas algo me diz que alguém irá atravessar seu caminho muito em breve…

Ah você vai pagar com a própria língua, isso eu te garanto.

— Eu não sei, até porque nada vale o que a gente planeja perto do que Deus tem pra nós. Só agora tudo se encaixa e eu preciso levar adiante o que me foi incumbido por missão, só não abro mão de ter que sentir outra vez a dor do luto, da perda.
— Cristal!— sussurrou.
— Ela foi a pessoa que mais amei nesse mundo, com ela viver os melhores momentos e emoções, mas também foi com ela que conheci a pior dor. Não quero sentir, não, de novo não. Então eu te peço perdão, não posso viver uma história de amor em cima de uma tragédia que está prestes a acontecer.
— Demore o tempo que for— disse Dinah limpando as lágrimas — nossos caminhos um dia vão se encontrar.
Dinah chegou perto o bastante para com um beijo selar esse destino que só a eternidade poderia garantir a resposta. Mais que nesse exato momento meu destino seria viver o máximo que fosse preciso ao lado de Emma, então no ímpeto no calor da emoção que percorria meu corpo relutando o desejo de beijá- la com ferocidade, virei meu rosto.