Amor de Primavera •07

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Pérola ficou de pé enquanto minha mãe nos encarava sentindo o clima nada romântico entre nós, desci os últimos degraus com cautela, não queria discutir com ela e nem com ninguém. Estava preocupado demais com Anna e não tinha como eu ter notícias dela a menos que eu encontrasse Ísis ou meu pai que falaria com Hanael sobre o real estado de Anna que era minha preocupação maior.

— Desculpas, não ter te ligado. — Abracei. — Como foi?

Ela forçou um sorriso e ajeitando os cabelos, olhei para minha mãe que entendeu.

— Boa noite. — Minha mãe beijou meus cabelos subindo as escadas. Ela nos encarou mais uma vez e sumiu.

Ficamos em silêncio por um segundo, mas apareceu um milênio.

— Era caso de vida ou morte, Pérola eu não poderia deixar Anna morrer.

— Eu sei, mas você poderia ter me contado sobre ela, Jaziel! — Fiquei sem acreditar no que ouvi. — Somos namorados.

— Conheci Anna hoje a tarde, logo depois de você ter desligado o telefone.

— Mesmo assim, tinha que ter me contado.

— Eu esqueci e não fazia ideia que essa informação era relevante para você. — Ironizei. — Eu estou preocupado com ela.

— Desculpas, eu só queria ter um momento  só nosso, faz tempo que ficamos sozinhos. — Pérola começou a me provocar beijando meu pescoço, mas meu corpo estava tenso demais para o que ela estava planejando.

— Melhor não, não estou no clima.
Me joguei no sofá enfadado com toda a situação, não conseguia parar de pensar em que fez tamanha crueldade capaz de ferir Anna daquela forma e de quem Ísis estava falando que "nós estávamos atrás dela a um tempo".

Pensei

— Você não me deseja mais? — Pérola perguntou. Encarei.

— Você ouviu o que eu disse? Anna quase morreu,  aposto todas as minhas fichas que eu sou o motivo, ela é uma criança!

— Se não tivesse acontecido nada disso, se aquela… pirralha não tivesse aparecido teríamos uma noite incrível com a surpresa que você ficou de fazer pra mim. — Pérola tentou me beijar, afastei ela de mim ficando de pé.

— Sabe a verdade. —Encarei seus olhos verdes. — Eu mentir e não tinha surpresa nenhuma, mas depois que seu pai falou tudo aquilo …. eu queria outra coisa.

— Tipo, terminar comigo? Você não vai terminar comigo! — Falou de uma forma convicta.

— Você namoraria alguém que não sente o mesmo por você? — Exclamei.

— Eu amo você, amo como uma louca desde de quando eu tinha onze anos. Fiz de tudo pra você me notar, tudo. — Me afastei dela.

— Eu estava preocupado com você,  namorando com você sem amor.— Não contei sobre a garota dos meus sonhos.

— Estava me sentindo mal e você age assim, Pérola olha você o quanto você é linda, se rebaixando a esse ponto pra ter um cara na sua vida sem amor!

— Faço qualquer coisa, serei o que você quiser desde que me ame. — Pérola coloca suas mãos em volta do meu pescoço. —Só isso que eu quero, seu amor, seus carinhos, ver em seus olhos com  fogo do desejo que tem por mim.

— Sinto muito, eu….. — Fiquei sem o que dizer — desejos são físicos passageiros. — Apertei meus olhos.—Ligar-se a uma pessoa pelo desejo e algo fútil e inútil é como um fogo que queixa forte e alto mas que passa num piscar de olhos deixando apenas os buracos das feridas, é gostoso mas não tem gosto, não é a mesmo coisa se fosse com quem amamos.

Confronto Imortal Vol:01Onde histórias criam vida. Descubra agora