Confronto Imortal Vol:01

As Estrelas Choram • 21

Meus pais me impediram que eu curasse Emma alegando ser arriscado ela descobrir a verdade e colocá-la em risco. Miguel estava cada vez mais aflito com o estado dela, me deixando cada vez mais desconfiado de que algo ele sabia em relação a Emma. Miguel aflito por algo! E não era pelo fato dela ser humana, sendo assim ele ficaria preocupado com toda a humanidade igualmente, mas no caso de Emma tinha uma preocupação maior e especial.

Minha preocupação naquele momento era com Emma, sendo assim iria deixar as perguntas pra depois.
—Quem seria aquele cara? — Perguntei andando ele de um lado para outro — Porque não morreu de imediato, quando estava... Talvez um vassalo de Caim? — sugerir rapidamente.
— Sim, era um deles, mas tinha fugindo de Caim. Estava por contra própria — Miguel falou entre dentes. Estava tão furioso quanto eu.
— Onde está o... ? — tentava esquecer o que tinha acontecido.
— Em um lugar que não irá mais perturbar ninguém—disse meu pai me dando tapinhas nas costas.
— Emma acordou —Chloé desceu as escadas na velocidade da luz. —Tia Valentina está tentando acalmá-la. Será que você pode ajudar, Jaziel?

Me levantei do sofá no sobressalto, subindo as escadas na mesma velocidade que Chloe descia. Encontrei minha mãe tentando acalmar Emma que estava cada vez mais agitada olhando em volta. Minha mãe estava segurando- a pelo braço enquanto ela tentava correr. Parei diante dela me sentindo ainda mais aflito por vê-la naquele estado e no mesmo instante aquela raiva tinha se instalado em meu peito, mas ao vê seu olhos vermelhos de tanto chorar a minha fúria suavizou.
— Ei, sou eu — Falei com a voz trêmula — Jaziel, lembra de mim? Estudamos juntos, lembra!
Emma assentiu, parando de se debater nos braços da minha mãe.
— Ela é minha mãe, Valentina— Emma encarou minha mãe que a soltou — essa é minha casa, você está no meu quarto.

Com os olhos em lágrimas e arranhões pelo braço, sobrancelha e nas pernas, só me deixava ainda mais indignado. Poderia fazer desaparecer todas aquelas cicatrizes que marcavam sua pele e seu corpo. Me amaldiçoei por ter aceitado o que meus pais e Miguel tinham pedido. De não curá-la.

Emma assentiu erguendo os braços para mim, no pedido de consolo, abracei com força mas também com delicadeza não poderia colocar toda minha força em seu corpo frágil, poderia esmagá-la. Sentir suas lágrimas em minha camisa enquanto ouvia a soluçar. Emma me apertava com força que seus braços delicados conseguia, enquanto eu me fragilizava com sua dor, não conseguia segurar as minhas próprias lágrimas enquanto minha mãe e Chloé que tinha vindo deixar os trabalho para Ariel saíram batendo a porta nos deixando a sós.
Deixei Emma colocar tudo pra fora sem dizer uma única palavra, queria tirar dela toda a dor que estava entranhada em seu coração que pulsava com aflição.

Algumas horas depois ela se acalmou, comecei a acariciar meu braços e seus cabelos sentindo ela relaxar aos poucos com o rosto posicionado em meu peito. Queria poder fazer mais por ela, mas meus pais não permitiram com ajuda dos arcanjos era como se eles soubessem algo sobre ela que eu não conseguia e eu não poderia exigir perguntas deles. Mas ficar vendo aquelas feridas em seus braços e pernas e no seu rosto era demais pra mim. Ainda mais vê-la chorar daquela forma e não poder fazer nada, queria absorver sua dor igual fiz com Lara a poucos curando a fenda em sua incisão, mas Emma era humana e não sabia nada sobre a nossa existência.

Com tudo isso eu tinha uma única certeza, isso não ficaria assim, não importa o que meu pai diria ou que meu avô dissesse ou fizesse comigo, mesmo que meu pai afirmasse que tinha dado a aquela criatura um devido castigo. Não permitiria que aquele cara vivesse no mesmo mundo e respirasse o mesmo oxigênio que ela, já que o outro não resistiu morrendo no instante que caiu na caçamba de lixo. Ele me pagaria tão caro que imploraria pela morte, sendo eu a própria dona da foice.

— Como cheguei aqui?—Emma quis saber entre soluços ainda angustiada. —Foi você que me salvou?
Peguei seu rosto ainda úmido coloquei entre minhas mãos, olhando firme em seus olhos que tremia. Nós estávamos sentados na minha cama.
—Sim, te encontrei a tempo deles não fazerem algo muito ruim com você — Respondi a primeira pergunta rangendo os dentes. —Estava passando e ouvi alguém gritar por socorro, foi quando te encontrei desacordada. — Odiava mentir, mas não tinha escolha.
—Obrigada!—Emma suspirou. Limpei suas lágrimas. —Achei que fosse morrer... e eu preferia...não quero nem pensar no que eles fariam comigo.
—Shhhh, já passou eles não vão mas te machucar —Não mesmo um deles tinha morrido quando caiu violentamente sobre a caçamba de lixo e o outro quase que eu fiz atravessar o portal para o mundo dos mortos, tudo isso sem poder algum. — Eu prometo que vou cuidar de você.
Peguei em suas mãos levando ao meu peito.
— A partir de hoje você tem a mim como seu guardião. — Beijei sua mão que tinha arranhões.
— Guardião! Como um.... Anjo! — Seu corpo estremeceu.