Forjada a Fogo e Sangue •27

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Estava um alvoroço quando entramos no Paraíso, anjos voavam e corriam às pressas como se o apocalipse estivesse nos portões. Avistei Miguel com seu elmo embaixo do braço dando ordem aos outros anjos que corriam com suas espadas e escudo em direção aos portais abertos. Ariel correu para saber o que estava acontecendo, a seguir com cautela, mas Miguel me chamou, e todos os olhares mais de mil se instalaram em mim com curiosidade ou raiva de certos anjos.
—O que está acontecendo? — perguntou Ariel.
— Estão tentando invadir o reino do Serafins outra. — Disse Miguel eufórico,
— Porque? O que tem lá? — Miguel e Ariel trocaram olhares — Liam não está solto?
— Liam sim — começou o arcanjo — mas Amitiel ainda está com a gente. Sentimos os tremores vindo do Monte Sinai. Alguém está tentando forçar a entrada que foi lacrada a muito tempo, só foi aberta uma vez quando....
— Quando meu avô chamou Moisés para lhe dar as tábuas dos Dez Mandamentos! — sussurrei. — Então é por lá que estão querendo entrar. Afinal quantas vezes o Paraíso já foi invadido?
Questionei e Miguel ficou de costa.
— Três vezes com essa se conseguirem.
Arqueei minhas sobrancelhas. De como assim o Paraíso foi invadido duas vezes! Ninguém nunca contou nada sobre isso e olha que eu convivo com um anjo que frequenta o Paraíso com frequência e não me disseram nada!

Bufei quase rindo, Miguel uniu as sobrancelhas chateado.
— Que! Não me olhe assim? Eu não tenho culpa se a segurança de vocês é falha. Parece piada que o Paraíso foi invadido duas vezes e estão tentando uma terceira. Preciso falar com meu avô. — Mudei o assunto quando vi fumaças saindo dos olhos do arcanjo que se sentiu ofendido por minhas palavras.
— Ele está fora do seu alcance — rosnou
— Então traga Ele para meu alcance, preciso falar com ele, agora — Avancei para Miguel, Ariel ficou entre nós.
— Vamos ao arsenal — Ariel me puxou para longe de Miguel que não parecia em nada com o cara que passou alguns dias conosco na terra e nos ensinava no templo.
— Ele está tão diferente que nem parece o mesmo — falei enraivecido.
— Aqui é diferente da terra, seu pai também tem o mesmo comportamento, ambos agimos diferentes em cada lugar que estamos. Para melhor nós optamos.

O arsenal estava cheio de anjos entrando e saindo às pressas, Ariel e eu desviamos dos celestiais com dificuldades pois eles não desviavam quando passávamos por nós. Ariel abriu uma porta que estava ao lado oeste que ficavam bem invisível a quem passasse às pressas ou não prestasse atenção. A porta em madeira avermelhada ficava entre lotes de armas bem colocados na parede que estava quase vazia. Ariel desenhou uma runa com os dedos indicadores e do meio, um círculo que não se fechou puxou levemente as duas linhas que formava um círculo e disse uma palavra que já tinha ouvido na noite em que conheci os outros Nefilim em San Diego. " Odarystia" e com um estalo a porta que até agora estava igualmente com a parede formando em linha dourada um grande retângulo formando uma porta que se abriu num estalo. A sala não era tão grande, era bem pequena só caberia uns cinco pessoas no máximo, não era ventilada, sendo até claustrofóbico por não obter janelas.
— Você primeiro —  disse Ariel olhando para mim com o brilho nos olhos. — Estou feliz por você finalmente ter abraçado seu destino.
— Não tive escolha, Emma está precisando de mim e... Pérola. Não sei porque ele levou ela.
— Uriel é também o anjo do abismo.
Entra, o que está aí dentro pode ajudá-las.

Ariel quase me empurrou para dentro, mas não tinha escolha, já estava aqui e não poderia permitir que pessoas inocentes como Emma sofresse ou perdesse a vida, ainda mais agora que Caim está tentando invadir o Paraíso para libertar Amitiel. Seria o cúmulo e o fim, ela era muito forte e eu não estava afim de te enfrentar-la, já bastava Caim.

Entrei no pequeno cômodo sentindo pequenas fagulhas beliscar meu corpo me deixando incômodo, passei as mãos nos braços para tirar, mas não sai, era como se estivesse dentro da minha carne. No instante em que me aprofundei na sala uma luz acendeu deixando toda sala com a iluminação dourada. Olhei em volta era um sala simples sem muita caracterização só duas poltrona uma de frente para outra e dois manequins que guardava duas armadura de corpo completo, desde elmo ao peitoral em bronze, e outro era forjado de um material que se assemelhava a aço mas a pintura era vermelho bordô ao lado da armadura um espada em volta de chamas incandescentes que circulavam a espada impedindo que eu o visse o que estava em volta. Me aproximei ao passo cauteloso diante dela, mas a voz de Ariel me fez parar.

Confronto Imortal Vol:01Onde histórias criam vida. Descubra agora