Visto o meu o uniforme e vou para o balcão enquanto amarro o avental, Adriana arruma as latas de suco e refrigerante na geladeira.
— Bom dia! — saúdo e paro ao seu lado.
Ela me olha e dá um sorriso.
— Hoje não seria sua folga? — pergunta.
Eu começo a ajudar na arrumação, pois em alguns minutos a cafeteria será aberta.
— Hora extra, eu preciso do dinheiro, e não tenho nada para fazer mesmo, geralmente nos finais de semana a pensão fica um deserto.
Adriana para o que está fazendo, fecha a geladeira e olha para mim, cruzando os braços.
— Não me conformo com isso. Sei que posso está me metendo onde não devo, mas o cara é seu primo, sabe que não conhece ninguém, mora numa casa num condomínio de luxo e praticamente te abandona por causa daquela metida.
Eu seguro o riso. Adriana não consegue disfarçar a raiva que tem da Valéria, esposa do Francisco.
— Ela tem ciúmes de mim, já te falei isso. Só não entendo o motivo desse ciúmes dela.
— Mas você é parente dele, Júlia.
Coloco a mão no ombro da Adriana e baixo os ombros.
— Eu sei, mas eu entendo o meu primo, não posso reclamar, afinal ele me deu esse emprego, sou agradecida a ela.
Adriana olha para o teto e solta o ar pela boca, depois volta a me encarar.
— Abra seu olho, o Francisco não é santo. Sei que ele é seu primo, e que você pode até ficar com raiva do que falo, mas na minha opinião ele te explora... — Sentimos que alguém se aproxima e ela olha por detrás do meu ombro e dá um sorriso de má vontade. — Bom dia Marlon.
— Bom dia meninas, posso tomar um cafezinho para começar o dia? — questiona
Adriana revira os olhos.
— Como se nós pudéssemos te impedir...
Ele ri e para ao meu lado, sinto que me olha e eu me ajeito. O Marlon parece legal, mas seus olhares me deixam desconfortável. Isso sem contar suas piadinhas.
— Alguém acordou de mal humor... Acho que você precisa extravasar Adriana — comenta e sem pedir passa o braço por meus ombros.
Adriana percebe incomodo, então me puxa pelo braço.
— Pegue o seu café, estou numa conversa particular com a Júlia, coisa de mulher.
Ele dá uma risada e vai até a máquina de café. Eu e Adriana esperamos até que ele termine, entretanto ela ainda para perno de nós e me olha.
— Vamos sair hoje, beber alguma coisa quando acabar o expediente?
Eu engulo um caroço que se forma em minha garganta. Passo a mão em meu cabelo, apalpando o meu coque.
— Eu já tenho um compromisso — minto. A última coisa que quero é sair com Marlon.
Ele me olha atentamente, afinal sou uma péssima mentirosa.
— Eu não acredito em você...
— Mas é verdade dela — corta Adriana, e no mesmo instante entrelaço o seu braço com o meu. — Júlia e eu vamos para a minha casa, a convidei para o aniversário da minha sobrinha.
Marlon a encara e faz um beicinho ridículo.
— Nem me convidou...
— Nem pensei nisso, agora vamos nos apressar, vou liberar a entrada, hora de trabalhar. — Adriana me puxa e deixamos Marlon.
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Delegado Silas
RomanceEM BREVE: Vamos conhecer Silas Mourão Bellucci Matarazzo, o delegado linha dura e muito gostoso.