Capítulo 5

1.8K 258 16
                                    


Visto o meu o uniforme e vou para o balcão enquanto amarro o avental, Adriana arruma as latas de suco e refrigerante na geladeira.

— Bom dia! — saúdo e paro ao seu lado.

Ela me olha e dá um sorriso.

— Hoje não seria sua folga? — pergunta.

Eu começo a ajudar na arrumação, pois em alguns minutos a cafeteria será aberta.

— Hora extra, eu preciso do dinheiro, e não tenho nada para fazer mesmo, geralmente nos finais de semana a pensão fica um deserto.

Adriana para o que está fazendo, fecha a geladeira e olha para mim, cruzando os braços.

— Não me conformo com isso. Sei que posso está me metendo onde não devo, mas o cara é seu primo, sabe que não conhece ninguém, mora numa casa num condomínio de luxo e praticamente te abandona por causa daquela metida.

Eu seguro o riso. Adriana não consegue disfarçar a raiva que tem da Valéria, esposa do Francisco.

— Ela tem ciúmes de mim, já te falei isso. Só não entendo o motivo desse ciúmes dela.

— Mas você é parente dele, Júlia.

Coloco a mão no ombro da Adriana e baixo os ombros.

— Eu sei, mas eu entendo o meu primo, não posso reclamar, afinal ele me deu esse emprego, sou agradecida a ela.

Adriana olha para o teto e solta o ar pela boca, depois volta a me encarar.

— Abra seu olho, o Francisco não é santo. Sei que ele é seu primo, e que você pode até ficar com raiva do que falo, mas na minha opinião ele te explora... — Sentimos que alguém se aproxima e ela olha por detrás do meu ombro e dá um sorriso de má vontade. — Bom dia Marlon.

— Bom dia meninas, posso tomar um cafezinho para começar o dia? — questiona

Adriana revira os olhos.

— Como se nós pudéssemos te impedir...

Ele ri e para ao meu lado, sinto que me olha e eu me ajeito. O Marlon parece legal, mas seus olhares me deixam desconfortável. Isso sem contar suas piadinhas.

— Alguém acordou de mal humor... Acho que você precisa extravasar Adriana — comenta e sem pedir passa o braço por meus ombros.

Adriana percebe incomodo, então me puxa pelo braço.

— Pegue o seu café, estou numa conversa particular com a Júlia, coisa de mulher.

Ele dá uma risada e vai até a máquina de café. Eu e Adriana esperamos até que ele termine, entretanto ela ainda para perno de nós e me olha.

— Vamos sair hoje, beber alguma coisa quando acabar o expediente?

Eu engulo um caroço que se forma em minha garganta. Passo a mão em meu cabelo, apalpando o meu coque.

— Eu já tenho um compromisso — minto. A última coisa que quero é sair com Marlon.

Ele me olha atentamente, afinal sou uma péssima mentirosa.

— Eu não acredito em você...

— Mas é verdade dela — corta Adriana, e no mesmo instante entrelaço o seu braço com o meu. — Júlia e eu vamos para a minha casa, a convidei para o aniversário da minha sobrinha.

Marlon a encara e faz um beicinho ridículo.

— Nem me convidou...

— Nem pensei nisso, agora vamos nos apressar, vou liberar a entrada, hora de trabalhar. — Adriana me puxa e deixamos Marlon.

Delegado SilasOnde histórias criam vida. Descubra agora