Capítulo 21

1.9K 269 28
                                    


A minha noite é maravilhosa, nem parece que ontem mesmo eu me encontrava desesperada. Mas o Silas tem essa capacidade, ele me acalma, consegue me fazer esquecer tudo. Com ele, eu me sinto em êxtase.

Mais uma vez, ele me deixa em frente à porta da pensão e me dá um beijo que me derrete toda antes de eu entrar. Passo a noite toda revirando na cama, cheia de calor. Meu corpo todo queima de desejo por Silas, e pela primeira vez eu me toco, imaginando-o no lugar da minha mão.

Quando eu finalmente pego no sono, meu desejo não está nem perto de ter sido aplacado.

Na manhã seguinte, quando eu chego à cafeteria, Adriana já está de uniforme. Eu me troco, e o nosso dia é muito tranquilo. O único incômodo é o Marlon, que me olha como uma águia.

Será que o Francisco o mandou me vigiar? Se for esse o caso, eu terei de tomar um cuidado redobrado.

No fim da tarde, o senhor Patrício aparece. Desta vez, acompanhado de uma jovem muito bonita, ela até parece uma modelo.

— Olá, senhor Patrício! Que bom que pôde vir hoje — digo assim que ele e a moça se sentam.

Ele parece feliz, e seu sorriso é mais espontâneo.

— Eu não poderia deixar de vir e apresentar Damiana, a minha neta. — Ele aponta para a jovem mulher, todo orgulhoso.

Eu olho para ela e sorrio. É uma mulher morena, por volta dos seus 30 anos de idade. Eu a imaginava mais nova.

Ela estende a mão e sorri.

— Prazer, sou a Damiana. Meu avô falou muito da cafeteria.

Eu a cumprimento.

— Seu avô é um amor! E ele fala muito bem de você — aponto, dando uma piscadinha. — Prazer, eu sou a Júlia.

— A Júlia é uma das poucas pessoas que dão atenção a este velho caquético aqui — cochicha com a neta, e nós rimos.

— Ele exagera, não é bem assim. E eu já falei que ele não é velho.

— Não ligue, Júlia. Meu avô adora uma dramatização.

Senhor Patrício resmunga.

Damiana beija o rosto do avô com carinho, e saber que ele está tendo esse momento de felicidade me deixa satisfeita.

Os dois pedem café com bolo e suco e permanecem um bom tempo na cafeteria. Eu ainda converso um pouco com eles, mas, depois, preciso atender outros clientes. Adriana pergunta quem é a moça com o senhor Patrício, e eu digo ser a neta dele.

Ela me olha com espanto.

— Ele não dizia que você lembrava muito a neta dele?

Eu aceno, rindo.

— Sim, mas logo se vê que ele não é bom em comparação, ela parece uma modelo.

— Além de parecer ser bem mais velha que você — conclui Adriana.

— Pois é.

Seguimos no atendimento, e quando o dia termina, estamos exaustas. Por ser sexta-feira, o movimento foi muito intenso, e nós só queremos ir logo para casa descansar.

Silas estará de plantão até amanhã de manhã, então não nos veremos. Sendo assim, eu estudo um pouco e faço algumas atividades da faculdade. Mas, antes de dormir, envio uma mensagem para ele.

Ser delegado não deve ser nada fácil, e sinto um grande frio na barriga quando imagino Silas em ação. Com certeza, ele é um homem correto e faz tudo com responsabilidade, mesmo assim, eu não consigo deixar de me preocupar.

Delegado SilasOnde histórias criam vida. Descubra agora