Capítulo 38

1.7K 229 13
                                    


Foram dois dias tensos de trabalho, mas conseguimos juntar o material necessário para decretar as prisões. Temos em mãos algumas fotografias, e até algumas do passado, onde Petrus ainda era um político. Em uma das fotos, ele conversa com Luiz Otávio, que ainda era muito jovem.

Não há fotos recentes de Petrus, nenhuma movimentação. Com certeza, ele não morreu, já que tudo indica que é o homem de chapéu que participou da reunião com Francisco e Luiz Otávio. Além disso, não há nenhum indício de que Petrus esteja sendo procurado por familiares ou até mesmo por pessoas ligadas a ele devido aos seus negócios.

Enfim, isso agora é o grande mistério. Será que sua filha é a verdadeira criminosa? Descobrimos que ela vive fora do país há alguns anos, e não há nada indicando que se encontra com o pai. Porém, o que chama atenção é que ela está de volta ao Brasil, faz um mês. O que será que ela veio fazer aqui?

Bem, depois das prisões, com certeza ela deverá ser intimidada, afinal, a sala onde aconteceu o encontro com o Morcego está em seu nome. Será que Petrus é realmente o Morcego? São muitas perguntas, mas eu sei que logo todas serão respondidas.

Já passa da meia-noite quando eu chego em casa, e sinto um grande alívio no peito quando vejo Júlia dormindo em minha cama. Eu tomo um banho rápido e me deito ao seu lado. Beijo sua testa, e ela sente a minha presença, assim, aconchega-se em meu peito.

— Silas... — resmunga em seu sono, e eu sorrio.

Que sensação maravilhosa é tê-la aqui comigo. Depois do susto que eu levei, acredito que jamais vou querer que Júlia durma em outro lugar, a não ser em minha cama. Com um sorriso satisfeito, eu durmo profundamente, sabendo que falta pouco para alcançarmos o nosso objetivo.

Júlia e eu observamos o ônibus de Paula e Jair se afastando. Ela me abraça pela cintura e funga.

— Eu pretendo tirar férias daqui a dois meses, podemos visitá-los, o que acha? — pergunto, e ela olha para cima.

Seus olhos brilham, e eu sei que gostou da ideia.

— Você iria mesmo comigo? — indaga.

Eu sorrio e passo o polegar em seus lábios.

— Com você, eu iria a qualquer lugar, Júlia! — respondo, e ela sorri.

Caminhamos devagar, afinal, nós não podemos esquecer que Júlia está recém-operada. Por mim e por sua mãe, ela não viria até a rodoviária, mas a garota sabe como ser teimosa e argumentar. Se Júlia não fosse tão apaixonada por números, seria uma ótima advogada, pois encontra brecha para discutir sobre qualquer assunto.

Eu a deixo em meu apartamento, já que preciso ir para a delegacia. Eu já recebi uma ligação e tenho um depoimento para tomar ainda hoje.

— Tentarei chegar mais cedo hoje, mas não posso garantir nada, tudo pode acontecer — aviso, e ela ri.

— Faça o seu trabalho, delegado. Eu estou bem — comenta e beija o meu ombro.

Seguro o seu rosto e nós nos encaramos, então inclino a cabeça e beijo seus lábios. Eu nem acredito que posso beijá-la desta maneira, parece que eu não a beijo assim há séculos. Júlia envolve os braços em meu corpo, minha boca, com ânsia de sentir seu gosto, devora a sua.

Minha ereção empurra dentro das calças, enquanto meu sangue corre pelas veias e bombeia com energia, fazendo com que meu coração bata com intensidade.

Júlia geme em minha boca, e eu suspiro, afastando os nossos lábios. Eu a abraço e respiro com dificuldade.

— Temos que pegar leve, você ainda precisa de repouso — aponto, com a voz baixa e o coração batendo forte.

Delegado SilasOnde histórias criam vida. Descubra agora