Capítulo 6~

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***NÃO REVISADO ***

Damian

O trabalho é a maior e melhor ferramenta de distração para a minha cabeça.

-Pode entrar.

Estava no consultório quando ouvi alguém bater na porta. Esperei.

-Olá. -disse Tommy.

-Que bom vê-lo irmão. -levantei e fui até ele cumprimentá-lo.

-Vim comprar umas coisas no pet shop e aproveitei para visitá-lo.

-Fico feliz. -apontei para as poltronas que havia na sala e ele sentou-se. -Quer tomar algo?

-Não, obrigado. -ele sorriu. -Mamãe está chateada com você. -sentei-me ao lado lhe dando atenção. -Disse que você sumiu, a abandonou.

-Céus! -esfrego o rosto frustrado. -Eu realmente preciso visitar tia Frida, o Tom.

-O Flin até comentou que você foi ver como estava Pérola e que iria passar na casa, meus pais ficaram esperando por você, mas não apareceu. -seu comentário me faz lembrar o motivo e isso me deixa desconfortável.

-Surgiu um imprevisto. -digo simplesmente.

-Tudo bem. -ele rir. -Hoje terá a chance de se redimir. -olho para ele curioso. -Mamãe pediu para passar aqui e convidá-lo pessoalmente para jantar conosco, ou ela mesmo virá buscá-lo. -nós rimos. Essas ameaças realmente é típicas de Frida.

-Então não tenho como recusar. -levanto as mãos em redenção.

-Mais uma coisa... -Tommy começa, mas logo fica em silêncio me encarando. Parece um pouco sem graça.

-Aconteceu alguma coisa? -perguntei já preocupado. -Frida e Tom estão bem?

-Não aconteceu nada demais. -ele forçou um sorriso. -Mamãe e papai estão bem. -senti um alívio ao ouvir suas palavras, mas ele continuou estranho.

-Então o quê?

-Jasmine voltou. -finalmente disse.

Levanto-me e encaro através da janela. Minha preocupação transformou-se em total desconforto. Senti o peso de meus ombros tensos.

-Eu sei. -ainda encarava a janela em busca de parecer o mais indiferente com o assunto. -Eu a vi na baia dos cavalos. -sentei-me em minha cadeira e voltei minha atenção para alguns documentos em cima da mesa.

-Damian... -Tommy levantou-se e parou em frente a mesa me encarando.

-Não se preocupe. -olhei para ele e forcei-me a um pequeno sorriso. -Estou bem.

-É o que esparava de você irmão. -desta vez ele respirou sem dificuldades e me abriu um largo sorriso. -Você sabe que pode contar comigo não é?

-Sei. -retribuí com um sorriso.

-Bom, eu vou indo, mas temos que marcar uma noite de meninos. -sorrimos cúmplices. -Só para colocar os assuntos em dia.

-Podemos ir ao Jacks qualquer dia desses. -sugeri.

Jacks era o melhor bar da cidade. Havíamos ido lá muitas vezes, eu na época que fui deixado para trás pela única mulher que realmente amei na vida e Tommy, bom, tive que carrega-lo muitas vezes até em casa quando ele estava sofrendo com a dor do luto pela esposa.

-Ou podemos procurar algo mais calmo.

-Tia Frida ainda não liberou você a voltar ao Jacks? -ri.

-Mamãe disse que não quer nenhum filho alcolatra. -ele suspirou. Tommy sofreu muito e realmente por muito tempo recorreu a bebida para tentar esquecer sua realidade.

-Ela está certa. -concordo.

-Um bom jantar com um bom vinho por sua conta desta vez. -comecei a rir de sua careta.

-Válido.

Tommy saiu. Tentei voltar ao trabalho, mas minha dor de cabeça começou se intensificar. Larguei os papéis. Passei as mãos pelo rosto inúmeras vezes.

A volta de Jasmine não podia interferir na minha vida, eu não iria permitir.

Um tempo depois alguém bate a porta novamente.

-Sou eu. -disse Aurora apenas com a cabeça aparecendo.

-Entra. -ela se aproxima e percebo que ela está estranha. -Posso ajudar?

-Tem alguém lá fora querendo ver você. -diz simplesmente.

-Pede para entrar. -balanço a cabeça rindo. Como Aurora era dramática.

-Tudo bem. -ela me lançou um olhar significativo, mas eu juro que não entendo.

-Aurora. -ela volta até mim. -Preciso examinar o bichinho de Jessica antes dela vir busca-lo, ela disse que possivelmente ele machucou a pata, então pede para o Fred dar o banho e seca-lo que já estou indo fazer isso.

-Eu juro que não entendo a Jessica. -ela cruza os braços. -Ela vai acabar deixando esse gato doente de tantos banhos que ela pede por semana nele, só pra ter o pretesto de vir aqui ver você.

-Que ideia é essa Aurora? -tento reprimir uma risada.

-É verdade. -reclama. -Estou quase cedendo meu lugar, ela não sai daqui.

-Porque ela cuida bem de seu bichinho. -sentei mais relaxado. -Sabe que nossos clientes tratam seus bichinhos como filhos.

-Eu sei Damian, mas Jessica está obcecada em você, não no bem de seu gato. -desta vez ela rir.

-Pare de bobagens. -me endireitei na cadeira novamente. -Agora pede para a visita entrar, por favor. -ela voltou a ficar séria quando pareceu lembrar de algo.

-Ok.

Aurora saiu e então me permito a rir de suas teorias. A porta se abre e então fico imóvel.

-Oi. -diz Jasmine parando em minha frente.

-Aurora não me disse que era você. -apesar de surpreso, tento agir naturamente.

-Eu pedi. -ela olha em volta. -Que lugar incrível. -ela sorrir e isso me irrita.

-Eu não sei o que te trouxe a cidade novamente. -levanto-me. -E nem me interessa, mas eu não entendo o que está fazendo aqui.

-Você deixou cair algo ontem. -pisco algumas vezes processando sua calma e o sorriso quando me mostrou a caneta que havia perdido.

-Pode jogar no lixo. -disse simplesmente e volto a sentar dando atenção aos papéis em cima da mesa.

-Aurora disse que é sua caneta da sorte.

-Tanto faz. -continuo ignorando-a.

-Não é importante? -ela coloca o objeto sobre a mesa e observo. -Tia Frida te deu.

-Acha mesmo que não sei quem usou Frida para me dar esta caneta? -encaro-a friamente desta vez.

-E mesmo assim guardou? -porque ela tinha esse sorriso nos lábios mesmo?

-Foi burrice. -peguei a caneta e joguei no lixo. Desta vez seu sorriso se desfaz. -Agora você pode ir? -levanto-me pegando o jaleco. -Preciso trabalhar.

-Ok. -ela assentiu e me olha até me deixar desconfortável o suficiente para ir até a porta.

-Você já deve conhecer a saída. -faço o meu caminho em direção a sala de atendimentos.

Prefiro não olhar para trás para conferir se ela ainda estaria lá. Isso só pode ser um pesadelo!

Quando Deixar de Me Amar 💔 Onde histórias criam vida. Descubra agora