Capítulo 9~

68 9 3
                                    

*** NÃO REVISADO ***

Jasmine

Tive uma tarde tão legal, que não queria perder esse sentimento de felicidade, mas eu precisava ligar para minha mãe. Fiquei protelando isso por horas. Depois do jantar fui para o quarto, tomei banho, me troquei e fiquei andando de um lado a outro. -olho para o celular e percebo mais ligações perdidas de mamãe e Emir.

Inclusive deixei propositalmente para ligar a esta hora da noite, para que justamente já estivessem dormindo e não atendessem minha chamada. -apertei na tela e esperei a ligação se completar e por sorte cair na caixa de mensagem.

-Jasmine? -ouço a voz da minha mãe e faço uma careta por meu plano não dar tão certo. Fico em silêncio. Ela com certeza estava em algum evento, é possível ouvir o som de música e mais pessoas ao fundo. -Finalmente filha. Estou com saudades.

-Até parece mamãe. -ri. -A senhora não está com saudades, está com medo.

-Medo? Porque eu teria medo Jasmine? -sua voz doce some, a música diminui, ela deve ter se afastado dos outros. -Eu sei que não seria maluca de colocar tudo a perder querida.

-Sabe de uma coisa mamãe? -começo. -Estou pensando seriamente nesta possibilidade.

-Jasmine! -ela me repreende. -Você sabe muito bem o que Emir seria capaz de fazer. -ela fica em silêncio por um momento. -E se eu fosse você voltaria logo para casa. Emir está furioso porque não consegue falar com você, ele já até falou em ir te buscar.

-Não. -suas palavras me assustam. -Ele não pode fazer isso.

-Claro que pode, e vai, se você continuar o ignorando. -ela para de falar por um momento. Emir. Ouço ela dizer.

-Querida. -a voz de Emir ao telefone me provoca um arrepio. -Você anda bem rebelde não é? -sua risada me dar nojo. -Porque não tem atendido minhas ligações?

-O sinal aqui não é muito bom. -digo a primeira coisa que me vem a cabeça.

-Engraçado. -ele rir mais uma vez. -Você consegue falar com seu pai todos os dias. -meu coração acelera. -Tem algum horário específico para o sinal funcionar melhor?

-Não exatamente. -sento na cama sentindo minhas pernas falharem.

-Ok. -ele concorda. -Espero que não esteja fugindo de mim.

-Porque eu faria isso?

-Boa pergunta. Porque fugiria de mim, minha doce Jasmine? -sinto a garganta secar. -Isso é impossível.

-Não estou fugindo Emir, só estou aproveitando a minha família que não vejo há anos. -respiro fundo.

-Eu acho muito bom que realmente seja este motivo meu amor. -percebo o seu tom de ameaça. -Porque se eu souber que está planejando alguma coisa pelas minhas costas, eu pego o primeiro avião que encontrar, só para ir te buscar meu amor.

Minhas mãos começam a tremer e sinto algumas lágrimas molharem meu rosto.

-Nós vamos casar mês que vem Emir, não seja ansioso. -tento lhe passar segurança através das palavras.

-Você é minha Jasmine. -ele diz simplesmente. -Somente minha.

-Preciso desligar. -respirar começa a se tornar algo difícil para eu conseguir fazer. -Está tarde.

-Tudo bem meu amor. -sinto vontade de gritar de dor quando ouço sua risada. Flashes de lembranças ruins vêm a minha mente. -Tenha uma boa noite e sonhe comigo.

-Pode deixar. -respondo irônica.

-Ahh. Não deixe de atender minhas ligações ou responder minhas mensagens. -ele enfatiza. -Eu odiaria ter que acabar com suas férias antes do tempo.

-Boa noite Emir.

Nem espero suas últimas palavras. -jogo o celular sobre a cama e continuo andando de um lado a outro agitada.

Sinto calafrios, meu corpo está tremendo. Tenho dificuldade para respirar. Meu coração vai saltar do peito a qualquer momento.

Abro a porta do quarto e saio correndo. De alguma forma que nem consigo pensar como, estou fora de casa. Comecei a correr e nem sei aonde queria chegar, corria sem direção alguma. O ar faltou em meus pulmões. Eu chorava e tentava respirar, mas com dificuldade.

-Uou! -senti quando mãos seguraram meus braços me aparando. Parei ofegante. -Você está bem?

-Eu não consigo... -puxei o ar com dificuldade. -Respirar.

-Calma Jasmine. -as mãos continuam segurando meus braços, mas meu olhar está sem foco, não consigo olhar para a pessoa a minha frente. -Tente respirar devagar ok? -assenti ao seu comando.

Aos poucos consigo ir retornando, já posso respirar com menos dificuldade. Me afasto um pouco de quem quer que seja, e percebo que estou perto da baia dos cavalos.

-Obrigada. -continuei chorando em silêncio e mais controlada.

-Está melhor? -assenti ao ouvir sua pergunta.

Agora mais calma, e que consegui voltar a si, eu sabia exatamente a quem pertencia essa voz, e meu corpo reagiu.

-Obrigada, novamente. -continuo imóvel evitando seu olhar.

-Fugindo?

-Porque eu fugiria? -pergunto atrevida. -Minha vida é perfeita. -forço um sorriso em meio as lágrimas. -Não é o que pensa a meu respeito?

-Nenhum pecador tem a vida perfeita. -ele se aproxima e para ao meu lado, viro o rosto em direção oposta para que ele não veja que estou chorando, apesar de ser algo bem difícil.

-Você tem razão. -deixo escapar um longo suspiro. -Não precisava ter a vida perfeita, eu já me contentava com um pouco de paz. -olhei para as luzes brilhantes ao horizonte se destacando na escuridão da noite. -Se meu pai estivesse aqui comigo, eu já não me importaria com nada. -senti dificuldade de falar quando a voz embargou. -Sem nenhuma cobrança, ou obrigação...

-Jas, você tem certeza que está bem?

Damian se aproxima ainda mais e para a minha frente me encarando confuso, mas agora estou muito mais emocionada e surpresa por ele me chamar pelo apelido carinhoso como antes, no passado.

-Você me chamou de Jas? -pergunto boba. Ele recua um pouco quando percebe que cometeu tal deslize.

-Eu... -Damian tenta pensar em algo que possa justificar sua atitude espontânea. Sorrio para ele que volta a me encarar. -Porque está chorando assim? -ele insiste na sua pergunta de antes.

Agora é minha vez de voltar a realidade e desviar o olhar com vergonha dele.

-Consequências da minha vida perfeita. -sorrio com irônia.

-Tudo bem. -ele assente. -Então acho que não posso ajudar quanto a isso. -ele faz menção de sair. -Boa noite.

-Damian? -ele para e vira-se me encarando novamente.

Fico com vergonha da situação que ele acaba de presenciar. Enxugo minhas lágrimas e tento me recompor. -me aproximo um pouco.

-O que faz aqui a esta hora? -pergunto para ter um motivo para continuar perto dele.

-Pérola deu a luz ao seu filhote. -ele diz com satisfação.

-Eles estão bem? -pergunto um pouco angustiada ao lembrar da conversa que eu ouvi sobre os riscos.

-Sim. -ele sorrir e me derreto. -Deu tudo certo, graças a Deus, os dois estão saudáveis, mas precisam ficar em observação. -assenti.

-Posso vê-los? -pergunto ansiosa.

Ele pondera um pouco, mas começa a andar e faz um sinal para que eu o acompanhe.

-Vamos lá.

Algo dentro de mim aconteceu, e meu coração acelerou desesperadamente.

Quando Deixar de Me Amar 💔 Onde histórias criam vida. Descubra agora