Capítulo 13

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ROSEANNE  

Não recebo uma resposta, mas pelo menos todos param de me olhar como se eu tivesse crescido outra cabeça. Eles começam a passar pratos e empilhar comida em seus pratos. Todos nós fingimos que os últimos minutos não aconteceram.

É melhor assim por enquanto. O cheiro atraente da comida estrangeira faz minha barriga roncar alto o suficiente para que as pessoas ao meu redor possam ouvi-la. Eu mantenho meus olhos no meu prato com vergonha. Com todo o estresse de antes, esqueci de comer e agora estou me fazendo de boba.

– Então, o que o trouxe aos nossos portões, Lalisa? Não procuramos problemas, nem os convidamos. Existe algo que você deseja de nosso reino que nos reúna todos aqui? – Colocando um pedaço de fruta na boca, meu pai reclina-se indiferente sobre o cotovelo.

– Foi o meu destino que me trouxe aqui. – Lalisa responde calmamente, como se isso fosse de conhecimento comum. Seu destino, quero dizer.

– Um-hum. – Meu pai responde, balançando a cabeça como se tudo fizesse sentido – E que destino é esse, jovem rainha? – Ele observa Lalisa sem piscar enquanto rasga a carne com os dentes e enxuga a gordura que escorre pelo queixo com as costas da mão.

– Eu nasci para governar o mundo. É por isso que estou aqui. – Não há arrogância ou hostilidade nas palavras de Lalisa. Ela está apenas relatando fatos, da mesma forma que eu diria que o sol nasceu hoje e um novo dia começou.

– E quem te contou este grande destino? Quem tem o poder de dizer que uma pessoa pode governar o mundo? – As palavras de meu pai são uniformes e calmas, enganosamente.

– Eu sou uma descendente do Deus Sol. Ele disse a minha mãe meu destino. Muitos videntes também o confirmaram.

– E que deus é esse? Seu deus ou meu? Ou talvez o persa?

– Só existe um Deus Sol, Doyoon. Como você o chama, ou como eu o chamo, não importa. – Inclinando-se para frente, Lalisa pressiona seu corpo mais perto da mesa. – No final do dia, não importa o que me traz aqui. Não importa o motivo, aqui estou e você não pode me mandar embora. Tínhamos um acordo e deveríamos nos concentrar nele. Depois que isso for resolvido, posso satisfazer sua curiosidade sobre meus ancestrais e meu destino. – Depois que um suspiro cansado escapa de seus lábios, ela levanta uma taça e toma um longo gole.

Eu vejo seu braço apertar enquanto ela segura a taça. Meus olhos rastreiam até seus lábios entreabertos enquanto pressionam suavemente sobre ela. Lalisa levanta a cabeça e vejo sua garganta trabalhando a cada gole como se fosse a coisa mais fascinante do mundo. Isso me faz esquecer tudo sobre a dor e todos os outros ao meu redor. Um suspiro me escapa quando uma mão agarra meu pé e aperta com tanta força que posso sentir meus ossos rangerem.

Olhando rapidamente para baixo, sigo a mão até o rosto carrancudo de Jungkook. Isso me faz querer explodi-lo com poder e queimá-lo onde ele está, mas não posso fazer isso agora. A dor que ele está causando não é nada comparada à dor no meu peito. Eu preciso voltar para casa logo. Minha força está diminuindo rapidamente, e pelos olhares preocupados que meu irmão me lança de soslaio, isso é perceptível para todos. A voz do meu pai me tira dos meus pensamentos.

– Sim. O pacto. – Ele se endireita na cadeira. – Você queria uma vidente. Trouxemos uma para você. – Acenando com a mão para um de seus conselheiros, meu pai sinaliza para ele trazer a sacerdotisa que nos acompanhou até aqui. Toda a minha atenção está em Lalisa, e essa é a única razão pela qual vejo seus lábios se contorcerem como se lutasse contra um sorriso. Meus olhos se estreitam e aquele sorriso cresce lentamente. É como se ela soubesse algo que nós não sabemos. O que, claro, ela sabe. Ela ouviu Jimin me chamar de vidente, maldita seja.

Cursed Queen - Lalisa G!pOnde histórias criam vida. Descubra agora