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Na noite de sábado, Jimin estava na frente de uma moderna residência de dois andares sendo acompanhada por Minjeong. Quando a mão dela pousou sobre a sua, a tensão no estômago de Jimin se dissipou, mas uma terrível mistura de culpa e tristeza continuava a devorá-la por dentro.

A ruiva parecia ansiosa. Os olhos normalmente fulgurantes e expressivos pareciam apagados e preocupados. O coração de Jimin disparou quando ela concluiu que Minjeong devia estar lutando contra um pânico crescente por conta do jantar com sua família.

Ela apertou de leve a mão dela e a conduziu até a varanda.

Quando abriu a porta para entrar, Minjeong ficou tensa e deteve o passo.

— Não tenho nada. Vi no Google que as visitas precisam trazer alguma coisa. Vou comprar...

— Não tem problema, MJ. — Jimin a envolveu pela cintura e a empurrou para
dentro.

Ela fechou os olhos e respirou fundo. Jimin podia ver que estava absorvendo o silêncio, e o corpo dela ficou mais relaxado sob seu braço.

— Você pode dizer se estiver se sentindo incomodada com alguma coisa, sabia? Como a festa da última vez...

Os olhos dela se abriram, mas Minjeong os desviou rapidamente. A tensão havia voltado.

— Eu não gosto que as pessoas tenham que agir diferente por minha causa.

— A gente poderia ter feito outra coisa naquela noite — ela falou, preocupada.

A última coisa que queria era deixá-la chateada ou desconfortável.

— Sua família vai estar toda aqui? — Perguntou Minjeong, apontando para o corredor que dava acesso a sala.

— Não mude de assunto.

Ela suspirou.

— Tenho vergonha. Morro de vergonha.

Tanto autoflagelo... só porque ela tinha vergonha de admitir que era diferente? Jimin sentiu suas entranhas se derreterem e apertou a mão dela com força.

— Tudo bem. Vamos cumprimentar minha mãe e minha irmã e comer alguma coisa. Deixei o jantar adiantado antes de ir buscar você.

— Certo.

Minjeong a seguiu até a sala de jantar e depois à cozinha, onde sua irmã misturava macarrão de arroz, fatias de carne, hortelã e alface picadinhas em uma tigela enorme. Parecia completamente submersa na tarefa. Aquilo era comum: Yeoreum também ficava extremamente focada quando o assunto era cozinha. Sua mãe estava sentada à mesa mais informal onde costumavam comer — a da sala de jantar era mais decorativa. — revisando alguns casos dos seus pacientes.

— Olá — cumprimentou Jimin.

A mãe acenou com a cabeça e se virou para Minjeong. Tinha óculos no alto da cabeça, num ângulo que desafiava a gravidade, e os cabelos pretos presos num coque, com algumas mechas soltas. Vestia uma camisa social cinza e calças escuras. Como Jimin, tinha lindos olhos azuis-acizentados.

— É um prazer finalmente conhecê-la — disse ela em tom gentil. — Pode me chamar de Joohyun.

— Joohyun? — repetiu Minjeong.

Ela sorriu em sinal de aprovação.

— O jantar fica pronto daqui a pouco. Sente aí.

Minjeong sorriu, mas apertou a mão de Jimin com ainda mais força.

— Claro, obrigada.

— Esta é Yeoreum. Minha irmã mais velha — apresentou Jimin, levando Minjeong até a ilha central da cozinha, que estava repleta de comida em potes de vidro novinhos. — Ela é fisioterapeuta.

Behind Your Touch - WinRina Onde histórias criam vida. Descubra agora