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Na manhã seguinte, Minjeong acordou bem cedo. Ainda não havia amanhecido e o quarto estava silencioso; os únicos sons eram o da respiração ritmada de Jimin e o chilrear distante dos pássaros lá fora.

Ela puxou as cobertas para junto do peito nu e fechou os olhos, forçando a respiração a se acalmar. Isso serviu apenas para trazer as cenas da noite anterior à tona com total clareza.

Depois de suas três primeiras experiências sexuais, Minjeong havia se convencido de que aquela não era sua praia. Parecia uma coisa confusa, às vezes dolorosa, e extremamente desconfortável. Mas, ultimamente, sua percepção havia mudado completamente.

Ela sorriu ao se lembrar do que Jimin havia dito. Seria comum rir durante o sexo?

Batucando com o dedo na cama, ela ficou esperando a morena acordar, mas a paciência não era seu forte. Minjeong era uma pessoa prática. Detestava perder tempo. E não havia terminado de ver o apartamento dela.

Ela apoiou os pés no chão, pegou a camisa de Jimin, sorrindo sozinha ao ver que chegava aos seus joelhos. As costuras pinicavam sua pele, mas o cheiro dela compensava. E ela não ficaria vestida assim por muito tempo.

Uma olhada dentro do closet a encheu de alegria. Estava mesmo impressionada. Todos os belíssimos casacos e camisas estavam perfeitamente alinhados, organizados por cor, tecido e padrão. Ela passou os dedos pelas mangas dos casacos antes de se virar para a cômoda. Pensou em abrir as gavetas e ver como ela guardava as meias, mas achou que seria invasivo demais. E se Jimin a pegasse bisbilhotando? Pensaria que estava procurando alguma coisa? E ela estaria de fato procurando alguma coisa? Talvez, mas nada específico. Só queria entendê-la melhor.

Minjeong saiu do quarto, passou pela TV, deslizou os dedos pelas superfícies frias dos pesos e do banco de musculação, deu um soco no saco de pancadas e depois esfregou a mão, porque doeu.

Uma espiada na geladeira revelou que ela cozinhava com frequência. Havia um monte de temperos asiáticos com rótulos misteriosos, legumes e verduras e um monte de coisas saudáveis com que Minjeong nem saberia o que fazer. E alguns potes do iogurte que a ruiva certa vez comentara que gostava.

Quando passou pela mesa para admirar a planta ali, a papelada em cima do armário de madeira chamou a sua atenção. Deviam ser contas a pagar.

Mas Jimin não tinha problemas financeiros.

Ela lançou um olhar para a porta, que permanecia fechada. Apurou os ouvidos, à espera de passos. Nada.

Seu coração disparou. Sabia que era uma violação de privacidade.

Não deveria fazer aquilo.

Ela abriu a primeira cobrança e leu o mais rápido possível. Era só uma conta de luz. E já estava paga. Estava prestes a guardá-la de volta quando viu um envelope do Seul Hospital. Endereçada a Yu Jimin.

Um incômodo doloroso se instalou em seu peito. Ela não esperava encontrar algo assim na casa dela.

Minjeong pegou o papel e leu a lista de procedimentos: tomografia computadorizada, ressonância magnética, raios X, coletas e exames de sangue e outros. Alguns eram recentes.

Jimin estava doente?

Ela levou a mão trêmula à testa.

Mas ela parecia levar uma vida saudável. Como poderia...?

Sua respiração ficou acelerada e seus olhos se encheram de lágrimas, embaçando sua visão. Minjeong deixou o envelope como o encontrara e engoliu em seco, sentindo um nó na garganta. Era por isso que a morena não queria um relacionamento sério com ninguém, inclusive com ela, porque estava doente?

Behind Your Touch - WinRina Onde histórias criam vida. Descubra agora