Em um fim de tarde de sexta-feira, Jimin colocou seu capacete e deu partida na kawasaki sem nenhum destino em mente. Só sabia que precisava sair de casa.
A moto partiu feito uma flecha e quase derrapou ao fazer uma curva fechada para a esquerda, contornando-a.
Ela aumentou a velocidade e atravessou a Ponte Bampo, depois subiu à toda a sinuosa rua que ia dar em Itaewon. Árvores e edifícios passavam voando enquanto ela fazia as curvas em disparada e se perdia em pensamentos.
Yeoreum estava se saindo muito bem na sua área de atuação. Sua mãe e Seulgi tinham vidas estáveis e bem sucedidas.
Minjeong estava seguindo em frente.
Todo mundo progredia, menos ela.
E o que a impedia? As despesas médicas tinham diminuído, e ela não precisaria mais se preocupar com a possibilidade de uma morte iminente. A mãe queria que ela parasse de se prender ao passado. As grades de sua jaula tinham sido eliminadas, mas Jimin continuava no mesmo lugar, com medo de se mover.Talvez fosse o momento de mudar aquilo.
Ela parou a moto diante da academia da família de Aeri. Uma rajada de frio a acompanhou quando ela entrou. Sua prima recolhia o material de treino e organizava o lugar. A última aula do dia tinha acabado, e ela estava sozinha ali — a não ser pela recepcionista que já estava de saída.
Aeri olhou para a prima, fez uma breve pausa e falou:
— Você está com uma aparência horrível.
Jimin esfregou a nuca.
— Não ando dormindo muito bem. — Depois de passar tanto tempo dividindo a cama com Minjeong, estava com dificuldade para pegar no sono sozinha. Quando conseguia, sonhava com ela e acordava se sentindo ainda pior.
— Quase não vejo mais você sem ser aqui na academia. Como andam as coisas com Minjeong?
Jimin enfiou as mãos nos bolsos.
— A gente terminou.
Os braços de Aeri pararam o que estavam fazendo.
— Por quê?
— Não estava dando certo.
— E por que não, caramba?
— Escuta só, vim pedir sua ajuda com outra coisa.
Aeri levantou as sobrancelhas.
— Então é por isso que você está com essa cara. O que aprontou para levar um pé na bunda? Já tentou pedir desculpa? Mandar flores? Comprar um bichinho de pelúcia? Chocolate? As garotas adoram essas coisas. Na verdade eu nem precisaria estar te falando isso.
— Fui eu que terminei tudo.
Aeri jogou o material no chão.
— Como assim? Por quê?
Jimin passou a mão nos cabelos, sentindo retorcerem a faca encravada em suas costelas. Porque ela não era boa o bastante para a ruiva. E, mesmo que conseguisse ser, Minjeong não estava mais interessada. Já tinha seguido em frente.
Aeri bufou ao ver que a prima a ignorava.
— Esquece. E você precisa da minha ajuda pra quê? Finalmente resolveu fazer uma tatuagem?
— Não, nada de tatuagem. Eu... estou pensando em criar meu próprio estúdio de artes.
Sempre tinha sido seu sonho, mas ela havia sido forçada a adiá-lo. Durante todo aquele tempo, ideias e conceitos tinham enchido sua cabeça, ficando cada vez mais claros e difíceis de ignorar, e agora...

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Behind Your Touch - WinRina
FanfictionDuas almas distintas unidas por uma grande paixão: a arte. Kim Minjeong se encontra em um grande dilema pessoal quando seus pais começam a pressioná-la para que entre em um relacionamento. Talentosa e determinada, a estudante de artes é portadora do...