Uma batida na porta distraiu Minjeong da tela que estava pintando. Quando virou, a porta se abriu e um enorme buquê de rosas foi levado para dentro do seu estúdio.
Ningning pôs o vaso sobre uma mesa e soltou o ar com força pela boca.
— Nossa, estava pesado. Parece que você tem uma admiradora.
Minjeong pegou o cartão no meio das flores. Reconheceu imediatamente a caligrafia de Jimin.
Para minha Minjeong. Estou pensando em você. Com amor, Jimin.
— Não entendi nada. — Ela ficou olhando para o bilhete na palma da mão.
Ningning inclinou a cabeça para ler o cartão e sorriu.
— Parece que ela quer reatar. Vai dar mais uma chance a ela?
Minjeong segurou o cartão entre os dedos.
— Fui muito feliz enquanto estávamos juntas. Ela me ouvia. Queria saber mais sobre mim, sobre meu dia, sobre o que eu estava fazendo e...
— Parece que você também não esqueceu ela — interrompeu sua amiga.
Minjeong mordeu o lábio, ficou vermelha e olhou para o chão. Ningning não estava muito errada.
— Não acredito que vou dizer isso, mas talvez fosse interessante se as duas tivessem uma conversa — A chinesa se virou para sair do estúdio. — Está na cara que existem coisas pendentes entre vocês, MJ.
Depois que sua amiga saiu, Minjeong começou a mexer no buquê. Flores nunca tinham feito sentido para ela. Cheiravam mal, depois murchavam e definhavam, e alguém tinha que limpar a sujeira. Mas aquelas tinham sido dadas por Jimin.
Seu celular começou a vibrar. Quando pegou o aparelho, a ruiva viu que era ela. Pensou em deixar a ligação cair na caixa de mensagens, mas seu dedo apertou o botão por vontade própria.
— Alô.
— Recebeu? — Perguntou ela.
— Sim... obrigada.
— Você sabe como é que está o olho do Park Sunghoon?
— Roxo.
Jimin soltou um ruído de satisfação. Minjeong quase conseguia ver seu sorriso maligno. Por sorte conseguiu se segurar, em vez de suspirar como uma garotinha. Aquele tipo de barbaridade não deveria agradá-la.
— Daqui a alguns dias vai começar a amarelar — ela falou.
— Você não deveria ter batido nele daquele jeito. — Mas a verdade era que tinha adorado aquilo. Fizera com que se sentisse especial, de um jeito que nunca experimentara. Minjeong era uma vilã sedenta por sangue.
— Tem razão. Da próxima vez, vou acertar logo no saco. Se alguém vai beijar você, que seja eu. — Depois de uma pausa constrangedora, ela acrescentou: — Quer jantar comigo hoje?
O coração inocente de Minjeong disparou com a ideia de vê-la de novo, mas ela o forçou a se acalmar. Não entendia por que Jimin estava fazendo aquilo.
— Não — disse, desconfiada.
Houve um longo silêncio antes que ela respondesse:
— Tudo bem. Gosto de desafios.
— Não estou tentando procurar você.
— Sei que não. Está tentando me esquecer, o que é pior.
— Jimin...
— Estou ocupada. A gente se fala mais tarde. Sinto sua falta. — A ligação foi encerrada.
Minjeong começou a andar de um lado para outro, com passos cada vez mais acelerados. Jimin não queria que ela a esquecesse. Era irritante. O que Minjeong poderia fazer? Ficar chorando por ela a vida toda? Aquela demonstração bizarra de interesse tinha começado logo depois que vira Sunghoon tentando beijá-la à força. Jimin estava tentando afastar seu colega porque achava que ela não sabia se defender sozinha.

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Behind Your Touch - WinRina
FanfictionDuas almas distintas unidas por uma grande paixão: a arte. Kim Minjeong se encontra em um grande dilema pessoal quando seus pais começam a pressioná-la para que entre em um relacionamento. Talentosa e determinada, a estudante de artes é portadora do...