CAPÍTULO 4 - DIÁLOGO SECRETO

42 11 0
                                    

Quando abri os olhos, estava deitada em uma cama de hospital, com um cateter venoso periférico em minhas veias. A luz sobre mim inicialmente incomodou meus olhos, mas com o tempo, me acostumei. Vi o Dr. Simon verificando meus batimentos cardíacos, minha mãe cochilando na poltrona ao meu lado e Rosa ao telefone. Surpreendentemente, Alex também estava lá.

Meu corpo ficou tenso instantaneamente, pois eu estava a poucos metros de um assassino. Fiquei sem palavras por um momento, meus olhos pareciam saltar das órbitas. Alex estava no canto da sala, isolado e algemado.

Perguntei-me por que ele estava ali. Ele havia acabado de ser preso, e isso era sério. Afinal, assassinato é um crime grave, especialmente porque ele já tinha mais de 18 anos.

Então, minha memória se atualizou. Espere! Aquilo que tocou meus lábios recentemente, foi ele? Senti uma onda de vergonha e minhas bochechas coraram profundamente. Eu não podia negar meus sentimentos por ele, mesmo que fosse difícil de entender, mesmo sem realmente conhecê-lo.

Tentei encará-lo, mas minha timidez era avassaladora. Meu coração batia de medo e nervosismo, mesmo que ele estivesse longe, ele ainda era extremamente intimidador.

Quando o Dr. Simon percebeu minha presença:

- Vejo que acordou. - Ele afirmou.

- Sim... - Respondi, enquanto ele sorria.

Após aquele momento, doutor Simon se distanciou de mim e caminhou até Alex, dizendo algo em seu ouvido, o que o fez levantar da cadeira e sair do quarto.

Aquilo me deixou aliviada e curiosa ao mesmo tempo. Não pude deixar de prestar atenção e sentir minha respiração voltar ao normal.

O Dr. Simon, com seu rosto amigável e olhos azuis brilhantes como o gelo, puxou uma cadeira para perto do meu leito e disse:

- Amy, já que estamos sozinhos... Quero conversar com você sobre algo importante.

- Comigo? - Perguntei.

- Sim. - Ele respondeu.

- Certo. Fale, por favor. - Eu disse.

- Primeiramente, sei que isso pode parecer estranho, mas quero propor que fique como acompanhante do meu irmão, Alex.

- O quê? Acompanhante de Alex? - Minha voz saiu surpresa e alarmada.

Simon, com um sorriso preocupado, pediu para que eu me acalmasse.

- Acalme-se, por favor, sei que é um pedido delicado. Mas ninguém neste hospital deve saber.

- Claro... Me desculpe. Mas me explique melhor. Por que eu? Você sabe que ele é um assassino, e eu já tenho meus problemas.

Ele riu da minha preocupação.

- Estou ciente das suas dúvidas. Permita-me explicar.

- Sim, estou ouvindo. - Afirmei, observando atentamente cada palavra.

- Você tem um sério problema nos pulmões. Uma cirurgia agora seria arriscada, e a obtenção de um transplante seria ainda mais complicada, já que você não possui um plano adequado e, portanto, ficaria na fila de espera por um longo período. - Ele afirmou. - Mas para resolver essa situação, eu poderia encontrar um doador em Nova York, com a condição de que você me ajudasse com Alex. - Ele completou. - Mas é claro, como sou um homem de negócios, você ficará algumas semanas com ele até que eu tenha certeza de que cumpriu com sua palavra, e após isso, trarei o transplante para você e, a cirurgia será uma cortesia.

- Bem, isso parece ser uma proposta interessante...

- Com certeza. - ele sorriu convencido.

-, mas como você garantirá a minha segurança, bem, o Alex é um assassino, não é?

𝑷𝒔𝒊𝒄𝒐𝒔𝒆Onde histórias criam vida. Descubra agora