CAPÍTULO 14 - LABIRINTO DE EMOÇÕES

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Entramos na sala, e Alex me acomodou no sofá com um cuidado quase exagerado, como se eu fosse um objeto precioso para ele. Ele recuou, fitando-me intensamente. Era reconfortante vê-lo novamente, com sua aparência sempre impecável.

Meus olhos não desviavam dele, ansiosos por qualquer sinal ou ação sua. E então, finalmente, seus lábios se moveram:

- Você está bem? -, ele perguntou.

Sua pergunta me surpreendeu, e um sorriso involuntário surgiu em meu rosto.

- Estou sim... Obrigada por me ajudar -, agradeci, tentando transmitir um pouco de gratidão.

- Não agradeça -, ele retrucou, voltando a seu tom frio, o que me surpreendeu novamente.

- Eu não entendo você -, admiti.

- Você já me disse isso -, ele respondeu, dirigindo-se até a poltrona à minha frente.

Fiz uma careta e resolvi encarar minhas mãos, ignorando deliberadamente seus olhos fixos em mim. Por um momento, pensei que talvez ele tivesse mudado ou revelado seu verdadeiro eu, mas ele permanecia aparentemente o mesmo. A dúvida sobre por que ele parecia se importar comigo ainda persistia, mas talvez eu devesse deixá-la de lado.

Continuei no mesmo lugar, brincando com meus dedos e unhas, ignorando conscientemente a presença dele à minha frente.

- O que foi, Amy? -, ele perguntou.

Em vez de responder, apenas o ignorei, como havia dito que faria. Ele pode pensar que sou ingênua ou fácil de lidar porque perdoo facilmente, mas não sabe de nada. Estava na hora de eu crescer e dar uma lição nele. Não ia permitir que brincasse com meus sentimentos sem revelar os dele.

- Ei! -, ele chamou novamente.

Olhei brevemente para cima, percebendo sua expressão desagradável. Mesmo assim, permaneci em silêncio.

Alex suspirou, recostando-se na poltrona.

- Amy, estou falando com você -, ele insistiu.

- Pensei que não quisesse que eu falasse contigo. Afinal, atrapalho você -, respondi, sem encará-lo.

- Parece que minhas palavras ficaram gravadas na sua mente -, ele comentou.

- Sim, porque elas machucaram -, afirmei, mantendo um silêncio desconcertante entre nós.

- Era essa a intenção -, ele confirmou, finalmente conseguindo capturar meu olhar.

- Por quê? -, perguntei. Por que ele desejava me ferir? Talvez ele seja um insensível sociopata, afinal.

- Porque não quero que você esteja aqui. Já disse isso -, ele respondeu, com firmeza.

Suspirei e bati as mãos no colo, exausta.

- Sabe, Alex, estou cansada desse jogo de gato e rato. Por favor, seja sincero. Você age de forma suspeita, mas também dá sinais contraditórios. É hora de escolher o seu próprio caminho.

Ele continuou apenas me olhando, sem expressar nada, além de seriedade, por isso, prossegui:

- Não brinque comigo. Se não quer me dar esperança, não me ajude. Não aguento mais ser usada pela minha boa vontade. Já enfrento muitas dificuldades, não preciso de mais um impesilio vindo de você. - Afirmei, com todos os sentimentos carregados dentro de mim, e para finalizar, decidi dizer:

- Eu sinto algo por você, mas não estou aqui porque gosto. Estou aqui porque preciso sobreviver... - Uma lágrima escapou, limpando-a rapidamente. - Preciso sobreviver para provar para as pessoas como a Parker que sou capaz. - eu encarei as minhas mãos, - Às vezes, gostaria que estivesse comigo. Juntos, pois somos os isolados do mundo, e com isso, talvez pudéssemos ter uma chance -, terminei, enxugando o rosto.

𝑷𝒔𝒊𝒄𝒐𝒔𝒆Onde histórias criam vida. Descubra agora