Ao abrir inadvertidamente o armário de ferro enferrujado, deparei-me com um cenário que gelou meu sangue e congelou meu coração. Lá dentro, iluminado apenas pela fraca luz que penetrava pela fresta da porta entreaberta, estava um corpo. Um corpo pálido e imóvel, com os olhos vidrados encarando o vazio, e o rosto congelado em uma expressão de horror. Esse corpo pertencia ninguém menos do que Rosa, minha babá.
Meus olhos se arregalaram de terror diante da visão macabra, e lágrimas de descrença escaparam dos meus olhos sem que eu pudesse conter. Minha mente gritava em desespero, enquanto meu corpo tremia de pavor diante daquela descoberta chocante.
Sem pensar duas vezes, afastei-me do armário como se estivesse fugindo de um monstro, meu coração pulsando tão forte que parecia prestes a explodir. A imagem do corpo inerte e assombrado continuava gravada em minha mente, como uma lembrança indelével de que o perigo ainda estava à espreita, mais próximo do que eu jamais poderia imaginar.
As lembranças da última vez que a vi sair de minha casa, e agora ver que ela estava com a mesma roupa daquele dia, significava que ela já tinha sido assassinada há muito tempo... Eu não queria acreditar, mas pela primeira vez, eu realmente acreditava que eu poderia morrer ali mesmo. E o pior de tudo, era que ela havia morrido por minha causa...
Com as pernas trêmulas e a mente em turbilhão, eu sabia que precisava sair dali imediatamente. Corri em direção à porta da cabana, ignorando qualquer pensamento que não fosse o de escapar daquele lugar amaldiçoado o mais rápido possível. Girei a maçaneta da porta e a abri rapidamente, colocando os pés para fora, em uma mesma velocidade em que uma faca pontiaguda passou por minha lateral e cortou o lóbulo da minha orelha, parando apenas ao fincar-se na madeira podre da cabana.
Ergui os olhos e vi o homem parado à minha frente, a poucos metros de distância. A única coisa que pude fazer foi dar um longo suspiro e começar a correr. Por incrível que pareça, ele não correu atrás de mim dessa vez, apenas retirou uma pistola da cintura, engatilhou o silenciador e a apontou na minha direção.
Com o coração acelerado e a dor latejante na orelha ferida, continuei a correr desesperadamente pela floresta, cada passo sendo uma luta contra o medo que ameaçava paralisar meu corpo. O som da pistola sendo engatilhada ecoava em meus ouvidos, aumentando ainda mais a sensação de terror que me consumia.
Eu sabia que não poderia parar, que precisava encontrar ajuda o mais rápido possível. Afinal, cada árvore que passava por mim era um lembrete sombrio de que o perigo ainda estava à espreita, pronto para me capturar.
Enquanto eu corria, as lágrimas misturavam-se ao suor em meu rosto, e a dor na orelha ferida pulsava em ritmo com os batimentos frenéticos do meu coração. Minha mente estava em turbilhão, tentando encontrar uma rota de fuga, um meio de escapar daquele pesadelo vivo que me perseguia implacavelmente.
No entanto, logo ouvi um tiro ecoar por toda a floresta! Parei imediatamente, sentindo que o tiro havia sido disparado a poucos metros de distância de mim. Não ousei voltar, mas também desejava saber o que tinha acontecido.
Antes que pudesse decidir o que fazer, ouvi a voz de Parker e seu namorado gritando meu nome.
Rapidamente, voltei na direção de onde vinha, alcançando o rosto preocupado de Parker e seu namorado, este último segurando uma espingarda.
- Amy! O que aconteceu? Você está bem?
- Parker! Graças a Deus! - Disse, abraçando-a em lágrimas.
Surpreendendo-a, ela não se importou e me abraçou, visivelmente preocupada.
- Vimos você correndo para a floresta e um cara te perseguindo, então ficamos preocupados. Trouxe a espingarda para amedrontá-lo. Mas, como ele também estava armado, dei um tiro na perna dele para não matá-lo. - Afirmou, Tom.
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𝑷𝒔𝒊𝒄𝒐𝒔𝒆
Romance🥉3° LUGAR NO CONCURSO ENXANDRISTA [NA CATEGORIA MISTÉRIO/SUSPENSE] 🥈2° LUGAR NO CONCURSO CONHECENDO ESCRITORES [NA CATEGORIA DRAMA] 🥈2° LUGAR NO CONCURSO LUA PRODUÇÕES [NA CATEGORIA MISTÉRIO/SUSPENSE] 🏅5° LUGAR NO CONCURSO JANE AUSTEN [NA CATEGO...