No dia seguinte, acordei sentindo-me eventualmente disposta, no entanto, bastante nervosa com a ideia de que vou pela primeira vez conhecer pessoalmente Alex Hart. Essa emoção é estranha, e me pergunto se a quimioterapia não está afetando minha sanidade mental, mas acredito que não, afinal, o medo ainda persiste.
Tenho dúvidas sobre minha vestimenta, não sei se devo vestir roupas normais ou com várias camadas de superproteção, afinal, minha mãe tem alguns coletes que podem me ajudar. Mas não quero que pensem que estou superpreocupada; tenho que fingir indiferença, afinal, não quero atiçar sua mente assassina contra mim.
Após alguns minutos de pensamento, vesti um conjunto de moletom preto e um par de tênis All-Star vermelhos. No entanto, parei no meio dos degraus da escada e pensei: será que o vermelho atrai um assassino? Assustada, arregalei os olhos e "corri" - na verdade, caminhei - até meu quarto e troquei os tênis vermelhos por um par de tênis brancos, agora um símbolo de paz.
Com o coração na boca e o barulho constante da bolsa de oxigênio levando ar aos tubos ligados ao meu nariz, atravessei o hall e vi minha mãe tomando café enquanto trabalhava em seu laptop.
- Bom dia, mãe.
- Bom dia, querida.
- Está pronta para tomar café?
Fiz uma careta, indicando que não, enquanto ela cerrava os olhos com a mesma implicância de sempre.
- Tudo bem, Amy. Se não quer comer, não vou te forçar, mas por favor, pelo menos almoce hoje.
- Está bem, mãe. Farei um esforço, não se preocupe.
- Ah, espero que sim. Só não tente me enrolar, ok? Conheço essa sua teimosia.
- Já te disse, mãe, vou tentar, mas se minhas feridas estiverem doendo, eu não comerei.
- Amy, você sabe que, se os médicos descobrirem que você não está comendo, vão querer te alimentar pela veia, e você quer isso?
Suspirei, considerando suas palavras.
- Não, mãe... vou comer, não se preocupe.
- Certo. Agora me sinto melhor em saber.
- Me dê um beijo de despedida. Vou para a empresa agora.
Minha mãe se aproximou e me deu um beijo de despedida na testa, expressando preocupação em seus olhos. Seus lábios roçaram levemente na minha pele, um gesto de carinho que sempre me confortava.
- Cuide-se, Amy. Ligue para mim se precisar de alguma coisa.
- Vou ficar bem, mãe. - Sorri.
Ela assentiu, embora a preocupação ainda estivesse presente em seu olhar. Minha mãe sempre foi minha maior apoiadora durante esse período difícil da minha vida, e eu não sabia o que faria sem ela.
Até que me lembrei da minha missão que eu teria que realizar daqui a algumas horas, e com astúcia, eu sabia que deveria lhe dizer alguma desculpa para enfim conseguia realizar as minhas tarefas sem revelar o nosso contrato. Como também a Rosa estaria lá, o que consequentemente dificultaria a minha saída sem que ela percebesse.
Então, contive os seus passos, e disse:
- Ah, mãe, antes que a senhora vá, tenho algo a te dizer. - Afirmei. - Pode parecer estranho ou repentino, mas eu consegui arrumar um estágio de meio período com o doutor Simon.
- Estágio? Você está falando sério, querida? Estou surpresa de que você se interesse por medicina.
- Acho que me interesso bastante...
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𝑷𝒔𝒊𝒄𝒐𝒔𝒆
Romance🥉3° LUGAR NO CONCURSO ENXANDRISTA [NA CATEGORIA MISTÉRIO/SUSPENSE] 🥈2° LUGAR NO CONCURSO CONHECENDO ESCRITORES [NA CATEGORIA DRAMA] 🥈2° LUGAR NO CONCURSO LUA PRODUÇÕES [NA CATEGORIA MISTÉRIO/SUSPENSE] 🏅5° LUGAR NO CONCURSO JANE AUSTEN [NA CATEGO...