Quando abri os olhos, estava deitada em uma cama de hospital. O cheiro daquele lugar invadiu minhas narinas enquanto minha visão voltava. Não sentia mais tontura, mas meu corpo ainda estava fraco.
Admito que não me recordo muito bem do que aconteceu, apenas lembro de estar a poucos metros de Alex e, de repente, ver uma cena. Em seguida, desmaiei quando minha visão ficou turva.
Sinceramente, não sei o que isso significa, mas essas alucinações devem ser um sinal de que preciso fazer a cirurgia urgentemente. Sinto-me cansada, como se tivesse corrido uma maratona. Com a força do hábito, deitei-me ainda mais na cama e, em um piscar de olhos, peguei no sono.
Depois de algum tempo, acordei com a voz do Dr. Simon ecoando na minha cabeça. Ao abrir os olhos, lá estavam ele e Alex. Eu me levantei imediatamente e abri a boca para dizer alguma coisa, mas, inesperadamente, nada saiu!
O Dr. Simon se aproximou de mim e disse:
- Sinto muito, mas acredito que você ficará alguns dias sem falar.
Arqueei as sobrancelhas, sem entender o que ele estava falando. Porém, ele continuou:
- Temos uma dúvida grande, afinal, você por acaso já sofreu algum trauma?
Balancei a cabeça negativamente em resposta à sua pergunta.
Ele me olhou com ainda mais atenção e prosseguiu:
- Não sabemos o porquê, mas seu cérebro teve um comportamento estranho nos últimos minutos. Parece que você experimentou um trauma por um curto período.
- Pensamos que poderia estar relacionado ao seu câncer ou a alguma alteração, mas esses sinais surgiram e desapareceram como se não tivessem acontecido enquanto fazíamos uma nova ressonância. - Ele afirmou. - Por isso acreditamos que a perda da sua fala seja um sinal de que algo aconteceu devido a algum trauma. - Ele completou. - Você se lembra de algo do seu passado que tenha afetado profundamente a sua mente?
Balancei a cabeça novamente, negando.
- Certo. Talvez seja melhor assim. - Ele sorriu de maneira inusitada.
- Bem, sua cirurgia não poderá ser realizada agora, já que sua saúde continua instável, o que poderia aumentar a chance de você não sobreviver.
- Continuaremos com os exames de rotina e a quimioterapia. A partir de hoje, eu serei o seu médico oficial.
- A Dr.ª Rachel manda lembranças. - Ele sorriu e saiu da sala com o meu prontuário médico, deixando-me sozinha, com Alex observando de perto.Evitava olhar para ele, afinal, ainda estávamos brigados desde o que aconteceu. Além disso, eu já tinha problemas suficientes. Mal conseguia sobreviver direito, por que pioraria minha vida com fantasias românticas com um assassino? Talvez eu fosse louca. Um romance com um assassino, em que mundo vivo...
Sei que isso é um desvio de assunto, mas confesso que sinto saudades de me reencontrar com a garota que eu era antes, aquela Amy que não precisava se preocupar com medicamentos e com a vida. E questiono-me, por que não posso ter a minha vida de volta? Não sei se é pedir demais, mas sempre em minhas orações, imploro a Deus por mais um tempo de vida, mas que se Ele for me levar, que me faça partir pelo menos feliz.
De repente, Alex me tirou dos meus pensamentos ao caminhar em passos firmes até mim. Encarei seu capuz, com os olhos arregalados de surpresa, e ele parou, estendendo as mãos para o alto e me entregando um pequeno bilhete. Abri meu semblante de dúvida e peguei o papel, lendo em meus pensamentos:
"Me desculpe" - Sorri após ler a mensagem e agradeci apenas com um aceno de cabeça. Acredito que ele deve ter ficado com remorso pelo que disse, e não o culpo, afinal, pegou pesado comigo. Talvez, esse seja um sinal de que ele esconde seu verdadeiro eu por trás de uma máscara fria e repleta de mágoa.××××
Após algumas horas, Alex continua ao meu lado enquanto como a comida do hospital. Ela desce com dificuldade pela minha garganta, e confesso que gostaria de comer algo diferente, talvez uma pizza para variar. No entanto, dada minha condição de saúde, é improvável que eu possa fazer isso. Sinceramente, estou me sentindo um caco, ainda mais sem voz. Além disso, sinto-me deprimida por estar mentindo para minha mãe. Estou cansada de diariamente ter que inventar desculpas sobre como foi meu dia, quando, na verdade, foi péssimo, e estive na companhia de um assassino. O pior é que, se ele me matar, minha mãe será provavelmente a última a acreditar que foi ele, pois ela não está ciente de nossos encontros. Para mim, isso é uma incógnita, já que o doutor poderia explicar a situação em vez de me forçar a mentir.
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𝑷𝒔𝒊𝒄𝒐𝒔𝒆
Romance🥉3° LUGAR NO CONCURSO ENXANDRISTA [NA CATEGORIA MISTÉRIO/SUSPENSE] 🥈2° LUGAR NO CONCURSO CONHECENDO ESCRITORES [NA CATEGORIA DRAMA] 🥈2° LUGAR NO CONCURSO LUA PRODUÇÕES [NA CATEGORIA MISTÉRIO/SUSPENSE] 🏅5° LUGAR NO CONCURSO JANE AUSTEN [NA CATEGO...