Capítulo 31| Invasão

123 11 1
                                    

Sua pele está em chamas, seu rosto úmido por tantas lágrimas faz meu corpo ranger de dor

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Sua pele está em chamas, seu rosto úmido por tantas lágrimas faz meu corpo ranger de dor. Ignorando inocentemente a minha mente que grita para mim não ter piedade dele.

Mas meu coração fala mais alto.

— Eu te amo. — confesso, juntando nossos lábios em um único gesto de misericórdia para as nossas pobres almas.

Deslizo meus dedos em seu rosto e pescoço, com seus toques calmos em minha cintura e peito.

Nossos lábios dançam em sintonia, sua língua invade minha boca tocando com frieza e lentidão a minha, sua barba faz cócegas em minha pele e tudo parece perfeito.

Parece que somos feitos um para o outro, mas com um pequeno erro de fábrica.

— Por que parou?

Eu queria dizer a ele o quanto é lindo vê-lo levantar as sobrancelhas quando faço algo que ele odeia. Mas agora eu preciso fazer o certo.

— Somos pessoas passageiras, causando estragos irreparáveis na vida de ambos. E pelo nosso bem-estar, eu preciso me afastar de você.

Tanto para não me machucar novamente quanto para não fazer com que ele se meta em brigas por mim.

— Só preciso te falar uma coisa — ele diz.

Assinto.

— Diga.

— Eu matei sua mãe.

Travo.

Meu corpo parece parar de funcionar ali. Meu cérebro parece murchar. Tudo ao meu redor parece girar. Lembranças invadem minha consciência e meu corpo formiga como água em uma temperatura ardente.

Não estou triste ou algo do tipo.

Ela me fez muito mal e me causou traumas irreparáveis. Eu sei que a morte é pouca para aquela mulher.

Mas não vou expressar minha felicidade com essa informação.

Finalmente vou poder ter uma vida calma, sem receio de ser assassinada pelas mãos da minha própria mãe a qualquer momento.

Seus olhos parecem procurar alguma reação em meu corpo.

— Finalmente, ela morreu — sorrio.

— Eu achava que ela havia fugido. Mas agora sei que ela morreu — comento, ainda impactada, enquanto me sento à beira da cama.

— Eu sinto...

— Não, sinta.

Ela não merece sentimentos de ninguém.

— Minha mãe era uma mulher sórdida e cruel. Ela não se importava com quem era, iria destruir para conseguir algo.

Desde criança, ela fazia atrocidades para conseguir o que sempre almejou.

𝐌𝐈𝐒𝐓𝐄𝐑 𝐁𝐈𝐀𝐍𝐂𝐇𝐈𝐍𝐈   Onde histórias criam vida. Descubra agora