Ele perdeu tudo, sua família, parte de seu corpo, sua dignidade, apenas uma pessoa foi causadora de sua dor e ainda assim, ele foi tido como o grande vilão.
Bastou apenas um olhar para ela, que se tornou obcecado.
Gancho faria tudo para tê-la, até...
O wattpad tinha excluído o APP, tive que reescrever.
Espero que gostem, se gostarem volte e comente, já estou escrevendo o próximo. Qualquer opinião sobre o capítulo é sempre bem vinda. Críticas construtivas também. ❤️
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Está amanhecendo, mal dormi; o aperto em meu peito não permitiu. A sensação de exclusão fez com que me sentisse assim. Por mais que eu tente esquecer o que houve, não consigo.
Ontem à noite tudo aconteceu tão de repente que me sinto confusa, acuada e o pior, irritada comigo mesma e os meus sentimentos.
O cheiro dele, sua mão e gancho contra minha pele, os lábios famintos tomando o que nunca dei para alguém antes...
— Oh, o que eu faço?! — pergunto deitada, olhando para o bonito teto de minha cabine.
Jamais achei que me sentiria tão estranha por um homem, principalmente por quem sempre detestei. Posso dizer que o sentimento de raiva é desprezo, também se aplica a ele em relação a mim.
O sol adentra pela pequena janela entreaberta, refletindo no objeto que aprendi que se chama espelho.
Me aproximo do objeto bonito que reflete minha imagem, chocando-me com minha própria aparência. Eu já havia visto meu reflexo antes, mas nunca assim, de maneira tão nítida. Não me reconheço, pareço outra pessoa, tão diferente; é como se eu tivesse mudado do dia para a noite.
— Quem é você? — pergunto à imagem refletida de mim mesma.
Não consigo me reconhecer, não pareço mais a mesma; algo mudou em mim e nem sei bem o que.
Preciso tomar um banho, mas não sei como; temo pedir e enfurecer ainda mais Gancho. Quero evitá-lo e irei fazer.
— O que, vamos navegar?! — corro para a pequena janela e vejo que sim, o navio está em alto mar.
Fico tonta, sem saber o que fazer, sentindo pavor. Não, claro, de viajar, mas sim de viajar com o homem mais temido de toda a Terra do Nunca, o mesmo homem que deixou claro que pensa as piores coisas sobre mim.
Me sento perto da pequena janela da cabine, olhando para o horizonte, me sentindo tão perdida e sozinha.
Os homens parecem se preparar para seguir viagem em breve, alguns começam a tirar as âncoras que mantêm o navio no lugar.
Olho os homens que começam a fazer o serviço pesado, cada um carregando madeira e o que parece ser mantimentos, assobiando, rindo; acabo que sorrio também, vendo que eles são felizes do seu modo de ser.
