Ele perdeu tudo, sua família, parte de seu corpo, sua dignidade, apenas uma pessoa foi causadora de sua dor e ainda assim, ele foi tido como o grande vilão.
Bastou apenas um olhar para ela, que se tornou obcecado.
Gancho faria tudo para tê-la, até...
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Enquanto todos estão comemorando a última noite onde orgias e festas com putas... quer dizer damas da noite serão permitidas dentro do Lobo do mar.
As risadas de diversão, os gemidos de prazer das mulheres, nada disso consegue me tirar do meu tupor distraído e cabisbaixo. Debruçado na beira do navio com o copo de rum na mão que ainda possuo, olho para o mar, a noite tranquila e sinto o suave vento que acalma o calor que está possuindo meu corpo e minha alma.
É uma necessidade tão forte, que fica até mesmo difícil de respirar e até mesmo pensar.
Não me recordo quando me vi assim, não sedento, tão faminto de algo, tão faminto por uma mulher.
Nunca fui o tipo de cavalheiro modesto ou casto, tive minha cota de escândalos e duelos por me envolver com viúvas ou alguma casada carente que o marido não podia dar conta, antes de eu me tornar noivo.
Sempre tive meus dedos saciados, jamais precisei conquistar alguma dama, era apenas um sorriso meu e eu conseguia o que bem queria e o pior de tudo, não era meu ego falando, era a realidade das coisas que antes aconteciam.
Aicha, essa mulher tão perfeita, tão malditamente apetitosa, é a primeira que foge de mim, mesmo depois de ter vindo para essa terra abandonada pelo todo poderoso. Ela é diferente de todas, não só sua aparência, mas o seu jeito doce, o modo como não parece ter ciência de sua beleza, que parece que vem de dentro dela, da sua alma.
— Vamos Capitão, é como uma despedida de solteiro. — Os homens me chamam para me divertir.
Grunho irritado, puto, não é como se eu estivesse apaixonado ou fosse me casar, eu apenas não quero nenhuma delas AGORA.
Algumas da meretrizes até tentam que eu as leve para cama, mas mais uma noite não quero.
— O senhor está sendo o comentário da tripulação. — Smee chega ao meu lado e comenta enquanto me acompanha bebendo sua bebida.
— Maldição, Smee! O que esse bando de comadres fofoqueiras estão dizendo agora?! — É impossível não ficar irritando.
Meus marujos nunca foram os tipos de homens que ficam de fuxico, afinal, somos piratas porra!
— Eles comentam que desde que começou a falar nessa garota, a donzela, senhor, o capitão anda mudado. — Smee murmura baixo, mesmo que os homens estão bem distantes de nós dois.
Paraliso, sem saber o que dizer, afinal são tolices.
— Porcaria! Continuo o mesmo Smee! — assevero achando graça da preocupação tola de todos.
— Não é isso que os homens acham, pensam que...
Parece que tem medo de me falar, não entendo o porque sou a calmaria em pessoa.
— Que? — insisto para que o diga.
— Que essa mulher pode o amolecer, acabar com nossos planos... — revela mas vejo o temor em me fala.
