Ele perdeu tudo, sua família, parte de seu corpo, sua dignidade, apenas uma pessoa foi causadora de sua dor e ainda assim, ele foi tido como o grande vilão.
Bastou apenas um olhar para ela, que se tornou obcecado.
Gancho faria tudo para tê-la, até...
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Não consegui dormir em meio a doses de rum, e as palavras daquele infeliz ecoando em minha cabeça. Tentei esquecer da existência da maldita feiticeira, ou melhor, fada, que dorme há alguns passos de distância de mim.
Sentado em minha poltrona, ainda podia sentir o cheiro delicioso dela por todo o maldito cômodo, me torturando, me deixando quase enfraquecido. Contudo, nada, nem a bebida, minha velha companheira, pode amenizar o anseio que queima em mim, a fome que sinto por essa mulher que creio que me enfeitiçou, jogou-me algum encanto, e assim me tornei escravo do desejo que sinto por ela.
Fui para o meu quarto, tentando esfriar minha pele aquecida pela raiva e o tesão. Todavia, fiquei pior, ao me lembrar que nossos quartos são ligados por uma porta há muito tempo esquecida.
Abro a maldita porta com cautela, há apenas uma toalha envolvendo os meus quadris, ainda úmidos pelo banho.
Ofego ainda na porta, sentindo o quão doce é o aroma da maldita tentação há passos de mim, que deixa meu corpo em chamas.
Entro, sem conseguir me conter. O desejo é tão incontrolável que nem mesmo o deus dos mares poderia aplacar.
Me sinto tonto, hipnotizado pelo perfume, que exala no cômodo, como um convite para uma noite de prazeres inimagináveis.
Ando alguns passos apenas, travando com a visão dela deitada na cama, como se fosse o maior tesouro raro e escondido que meus olhos já puderam cruzar.
— O que está fazendo, James? Saia daqui, inferno! — resmungo baixo em forma de sermão para mim mesmo.
De nada adianta, vou indo a passos lentos e silenciosos, lutando contra a força invisível que me leva a cada segundo para mais perto dela.
Parado em frente ao leito, olho como ela dorme profundamente, como uma sereia... não, uma fada ao luar, e uma raiva ardente se mistura com o desejo que queima em mim. Ela é minha rival e, no entanto, o fogo que sinto por ela é tão intenso quanto a paixão de um pirata em busca de um tesouro proibido.
— Não, estou enganado, não sinto nada por essa maldita!
Minto para mim mesmo, enquanto olho para a deusa da noite, com a pele escura como o ébano, que parece tão macia como seda e ardente como as chamas do inferno.
Noto cada detalhe, faminto, vendo que apesar de sua estatura pequena e serena, seu corpo cheio de curvas é um convite à luxúria, esculpido pelo próprio deus do amor. Seus cabelos longos e cacheados são como as ondas do oceano em uma tempestade, e seu rosto de anjo esconde lábios carnudos que convidam a um beijo roubado cheio de paixão e desejo.