Ele perdeu tudo, sua família, parte de seu corpo, sua dignidade, apenas uma pessoa foi causadora de sua dor e ainda assim, ele foi tido como o grande vilão.
Bastou apenas um olhar para ela, que se tornou obcecado.
Gancho faria tudo para tê-la, até...
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Acordo assustada, minha mente turva e meu corpo fraco. Minha boca está seca e minha cabeça parece girar sem parar. A roupa que me cobre parece grudada em minha pele. Respiro fundo, tentando me sentar um pouco.
As mãos fortes seguram minha cintura com firmeza, como se me desse apoio. Nem olho para quem me ajuda. Estou tão atordoada que a única coisa que anseio agora é água.
— Água... — murmuro, olhando em volta com os olhos embaçados demais para distinguir onde estou.
Olho para a pessoa e fico chocada. Os olhos verdes cinzentos me olham com atenção, como se eu...
Não, estou ficando louca. Gancho nunca me veria como algo precioso para ele. Não vou me deixar enganar pelo que aconteceu. Ele só me quer aqui para se vingar e conseguir o pó mágico. Só assim ele pode sair daqui.
Perdida em meus pensamentos, me assusto, pois ele aparece ao meu lado com um copo de água.
Me encolho contra a cama, segurando com força meus joelhos. Não quero olhá-lo, não quero a sua pena. Estou farta de sempre ser vista com pena pelos outros.
— Eu não irei te machucar. — a promessa sussurrada pela sua voz rouca e profunda mexe com meu coração, mas ainda assim, não acredito em nada do que ele diz.
Coloco em minha cabeça que James, o homem divertido, ousado e doce do lago, não existe. James não, Gancho, ele é apenas Gancho.
Pego o copo sem encará-lo. Posso sentir os seus olhos fixos em mim enquanto bebo a água fresca avidamente. Sinto a água refrescante aliviar minha sede e escorrer pelo meu pescoço e entre os meus seios.
A mão enorme trava o copo, pois bebo com um desespero tremendo.
— Calma, beba devagar, senão irá passar mal. — sua voz é firme, mas há uma estranha intensidade em seu olhar que me deixa ainda mais tonta.
— O que... o que estou fazendo aqui? — mudo de assunto, seu olhar sobre mim me deixa ansiosa demais.
Seus olhos ficam mais escuros, ele olha para algo com tanta intensidade que sigo com o olhar, olho para a frente da camisola, um pouco molhada de suor e água. É visível os meus mamilos na peça, que fica um pouco transparente.
Cubro-me rapidamente com o lençol, sentindo-me envergonhada sob seu olhar penetrante. O modo como encara os meus lábios, o jeito como o olhar intenso e bonito desce para meu pescoço e para os meus seios, um olhar de posse e fome.
