#3.2 | Vai ser Minha🏴‍☠️

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Tento me soltar, mas me sinto paralisada pelo medo. Estou diante do arqui-inimigo da pessoa mais importante para mim, incapaz de me transformar e simplesmente fugir desse homem conhecido por todos como cruel e sanguinário.

— Capitão Gancho? — digo, quase sem acreditar que é ele.

— Em carne e osso, minha cara, mas a única carne que quero provar é a sua! — o sorriso malicioso no rosto, me deixa de pernas bambas.

— Me largue! — grito, tentando disfarçar o tremor na minha voz.

O patife, como Wendy o chama, sorri ainda mais, e devo admitir que é um sorriso surpreendentemente bonito. Mas isso não me engana. Sei que ele é perigoso, e o brilho nos seus olhos denuncia suas intenções cruéis.

É como se ele pudesse enxergar a minha alma, e isso só aumenta o meu temor. Existe algo desconhecido entre nós, uma conexão que não consigo explicar, mas sei que não deveria sentir. Não posso permitir que ele perceba o quanto estou vulnerável diante dele.

Reúno toda a minha coragem e tento me libertar do seu aperto, mas parece que suas mãos estão congeladas, e eu estou presa na sua armadilha. O capitão Gancho não ri e muito menos parece satisfeito com o meu desespero e isso me confunde demais.

— Não lute, minha querida. Não quero te fazer mal, mesmo que minha reputação diga o contrário. — zomba estranhamente de si mesmo e por um momento quase rio.

"Não Aicha, simplesmente não!" minha mente me alerta de minha loucura.

Respiro fundo, tentando controlar a ansiedade que toma conta de mim. Não posso me deixar enganar por suas palavras ilusórias.

— Não gosto de você! — ordeno entredentes, quase o mordendo.

— Mas ela tem garras ou diria dentes afiados? — me provoca aos risos, fugindo do meu patético ataque. — Senhorita, sou muito mais forte que você, deixe de lutar, já disse não te farei mau!

Ele pode ser mais forte fisicamente, mas tenho a coragem e a determinação que ele nunca terá.

— Você pode me subestimar, Gancho, mas eu não vou me render facilmente. — digo, olhando-o nos olhos e me arrependo disso.

— Quem disse que quero que se renda? O difícil sempre é mais delicioso — parece satisfeito com a minha resistência, seus olhos de uma cor estranha ficam mais intensos.

O capitão Gancho se aproxima ainda mais, seu rosto a poucos centímetros do meu. Sinto o seu hálito frio na minha pele, e isso só aumenta o arrepio que percorre minha espinha. Ele inclina a cabeça, como se estivesse prestes a me beijar, mas sei que não é esse o seu plano.

— Seu... seu louco! — o acuso com a voz mais firme que consigo encontrar.

Não consigo me tranformar e simplesmente fugir desse homem conhecido por todos como cruel e sanguinário.

— Me larga, seu monstro! — ordeno, vendo como seu maxilar parece travado, talvez de raiva.

Posso usar minha mágica se eu quiser, mas não consigo e não entendo porque, ele é um homem, não tem poderes, mas ainda assim consegue me travar, me conter de algo que não consigo entender, mas que me amendontra.

— Parece que a moça, conhece a  minha fama? — Sorri ladino, aproximando demais seu corpo contra o meu.

A mão calejada acaricia meu rosto com tanto cuidado, que me vejo fechando os olhos, sentindo meu tolo coração bater tão forte dentro do peito que me assusto.

Seguro com as minhas mãos o vestido com força contra meu corpo, como um tipo de autodefesa.

Droga Wendy, porque você foi me ensinar que não podemos ficar nua na frente de um homem? Droga de aulas de anatomia!

Tomada Pelo Capitão Gancho - Era Uma Vez Vilões #1Onde histórias criam vida. Descubra agora