9.1 | Desmascarada 🏴‍☠️

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Vou para a cozinha, meu refúgio solitário, encaro a panela limpa e brilhante, buscando respostas à minha própria confusão

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Vou para a cozinha, meu refúgio solitário, encaro a panela limpa e brilhante, buscando respostas à minha própria confusão. O rosto que me encara parece pertencer a outra pessoa, uma versão vulnerável que não sei como proteger.

A resistência que tento construir desmorona quando escuto passos se aproximando. Gancho para minha frente e fecha a pequena porta da cozinha, a presença imponente preenchendo o pequeno espaço.

— O que você quer? — pergunto, tentando mascarar a vulnerabilidade que ele desperta em mim.

Seus olhos, normalmente frios como o oceano em uma tempestade, carregam uma mistura indecifrável de emoções. Uma tensão paira entre nós, uma dança silenciosa de palavras não ditas.

— Não devia estar vestida assim aqui fora. — não entendo porque minhas roupas sempre o incomodam.

— Se veio até aqui para tentar me humilhar, saia! — sim, eu grito pela primeira vez em minha vida. — Cansei de seu jogo, me deixe em paz!

Não me importo se ele é dono desse navio, se nada aqui me pertence; estou farta demais disso tudo.

— O que pensa que estava fazendo ao fazer perguntas descabidas aos meus homens?! — parece bravo e ainda não entendo o porquê.

— Eu apenas estava curiosa! — me defendo.

— Guarde sua curiosidade para si mesma, jamais volte a conversar algo do tipo com os meus marujos e muito menos se aproxime assim de algum outro homem. — se aproxima demais, me encurralando contra a mesa da cozinha.

— Isso serve apenas para os seus marujos? — o provoco, mesmo não entendendo suas palavras.

— Maldição, homem nenhum, não fique assim, perto de homem nenhum, só eu posso vê-la dessa forma. — esbraveja parecendo uma fera selvagem.

Seu rosto se aproxima do meu, sua barba roçando contra meu pescoço, suspiro, quase me entregando, quando ele está prestes a me beijar. Me afasto lhe dando as costas, não deixando que ele veja a pequena lágrima que sai dos meus olhos.

— Me deixe em paz, pare de me torturar. — peço, me sentindo tão cansada de tudo isso.

— Nunca quis te torturar, muito menos, ontem não se tratou disso. — toca no assunto que me fez perder o sono.

A rejeição é um eco entre nós, uma barreira que nenhum de nós tem coragem de romper. No entanto, a chama do que poderia ter sido ainda queima, uma fagulha persistente que se recusa a se apagar.

— Então, o que foi? — desafio, encarando-o com determinação, embora meu coração esteja à deriva em um mar de confusões.

Gancho se aproxima, e por um momento, o mundo desaparece. O perfume dele envolve meu ser, e a proximidade é um lembrete cruel do que não posso me iludir, começar a vê-lo de outra forma, pois esse homem nunca sentirá nada além de desprezo e nojo por mim.

Tomada Pelo Capitão Gancho - Era Uma Vez Vilões #1Onde histórias criam vida. Descubra agora