Capítulo 31 - Tensão

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Saíram cedo da casa de Chan já que queriam aproveitar o fim de semana. Jisung tinha finalmente pego o dinheiro a mais que senhor Jang havia lhe prometido e estava ansioso para finalmente contar a Vee o que havia preparado.

Han estranhava o quão bem estava se sentindo em como as coisas pareciam estar saindo como planejava a um tempo.

Estava acariciando a mão de Vee enquanto caminhavam próximo a casa, a garota bocejava abraçando o braço forte do rapaz, não conseguiu dormir a noite inteira pois Han passou um bom tempo se mexendo na poltrona minúscula.

— Quando chegarmos em casa deixo você dormir e vou preparar o almoço, okay? — Indagou ao virar a rua e fitou a namorada por cima.

— Você é o melhor... — Respondeu baixinho e sorriu ficando na ponta dos pés para beijar a bochecha do garoto.

Quando voltaram o olhar para a rua sentiram o corpo esfriar, um homem parado em frente a entrada do prédio com uma mala nas mãos fitou Jisung e sorriu. Han parou de andar e Vee o fitou preocupada, seus olhos estavam petrificados na figura do mais velho que se aproximava e só depois que ele chegou perto Vee pode decifrar quem era.

— Filho...

— Ah, olá senhor — Vee se curvou e o homem retribuiu.

— O que tá fazendo aqui? — Han indagou receoso.

— Você está morando aqui, filho?

— Como conseguiu esse endereço?

— Pedi para a mãe de Changbin, encontrei com ela recentemente...

Han revirou os olhos e mordeu os lábios, ter seu pai ali não era coisa boa, ele conseguia sentir isso.

— Precisamos conversar Jisung, preciso muito de sua ajuda.

Vee se intrometeu mesmo com medo e passou a frente de Han sorrindo para o mais velho.

— Podemos entrar, o que acha?

O velho concordou e Vee tomou a frente o guiando pelo prédio. Jisung seguiu atrás já sabendo que não teria paciência o suficiente e que seu pai estava armando algo.

— Podem conversar a vontade, vou preparar um chá...

— Não precisa, amor — disse rápido e percebeu que a garota corou ao ver a reação do mais velho.

— Já volto — ela sorriu e se curvou saindo de lá rápido e indo para a cozinha.

— Está morando com sua namorada? — Ele indagou e Han deu de ombros – Sabe que isso não é certo, não é?

— Acho que expulsar seu filho de casa porque você ouviu um 'não' também não é o certo a se fazer, não é?

— É por causa dela que não vai para Jeju comigo? — Indagou.

— Não ir pra Jeju com você foi uma escolha minha, Vee não tem nada a ver com isso.

O senhor Han deu uma boa olhada em Jisung e parou em seus mãos vermelhas e machucadas pela briga.

— Está machucado?

— Não foi nada.

— Como não? Me deixe ver, sou seu pai quero cuidar de você — ele segurou a mão de Han que puxou rápido e o fitou irritado.

— Fala sério, que teatro é esse? Você nunca se preocupou comigo e agora aparece atrás de mim querendo saber da minha vida pessoal. O que você quer? Fale logo.

O Sr. Han engoliu a seco e automaticamente mudou o olhar.

— Preciso do seu nome no banco para fazer um empréstimo e ir para Jeju-do.

Han deixou um riso nasalado escapar e o olhou indignado, agora tudo fazia sentido.

— Então esse era seu plano desde o início? — o velho desviou o olhar — Você não queria que eu fosse pra Jeju pra me proteger, não é? Queria que eu fosse com você pra poder me usar e usar o meu dinheiro...

— Não tire conclusões precipitadas Han Jisung.

— Conclusões Preciptadas?! — Han aumentou a voz e Vee esticou o pescoço pela janela da cozinha para ver se estava tudo bem — Admita suas ideias mirabolantes, Senhor Han!

— Você sempre foi um infiel bastardo! — o homem aumentou a voz e Vee saiu da cozinha parando na porta da sala preocupada — Sua mãe está em jogo também, vai negar ajuda a ela?!

— A minha mãe tem a ajuda que precisa, não vou cair no seu papinho de canalha!

— Não fale assim com seu pai!

— VOCÊ NÃO É O MEU PAI! — Han gritou pausadamente a plenos pulmões e apontou o dedo na cara do mais velho. Seus olhos estavam vermelhos de Ódio e suas mãos começavam a tremer.

O mais velho levantou a mão rápido e deferiu um tapa sob o rosto de Han, Vee arfou e cobriu a boca com as mãos. Jisung fitou o chão sentindo o rosto arder mas logo levantou o olhar raivoso ao mais velho.

— Eu te dei tudo, te dei fama, uma boa educação, teto, roupa lavada e é assim que você me retribui?

— Você não fez mais que a sua obrigação... — Jisung se endireitou e o mais velho pode finalmente sentir medo dele, seu olhar havia mudado.

— Só preciso desse dinheiro, leve em consideração tudo o que passamos juntos e vá comigo até o banco, será rápido e prometo que nunca mais verá meu rosto na sua frente.

— Eu quero que você apodreça na pobreza seu velho miserável — Jisung se aproximou e o pai deu passos para trás sentindo seu coração acelerar pelo medo — Sai da minha casa.

O velho olhou em volta e encontrou Vee que observava tudo com um olhar assustado.

— Jisung...

— Sai logo daqui e não apareça mais, se voltar eu acabo com você.

O Sr. Han exitou mas pegou a mala e saiu do apartamento.

Han continuou ali, parado na sala respirando fundo enquanto fitava a porta, seus olhos marejaram e suas pernas enfraqueceram. O garoto se ajoelhou no chão e não demorou para que Vee corresse até ele. Ela segurou seu rosto e sentiu o peito apertar ao ver o olhar triste e marejado.

Vee o abraçou forte apoiando a cabeça em seu peito e fazendo com que ele ouvisse seu coração, Han subiu as mãos devagar pela cintura da namorada e retribuiu o abraço com cuidado.

— Eu sinto muito... — Vee disse em um sussurro e sentiu as lágrimas de Han umedecerem sua camisa.

A garota permaneceu ali por um tempinho até que o namorado parasse de chorar, quando as lágrimas cessaram Han levantou o rosto e a fitou, Vee sorriu gentilmente e beijou sua testa.

— Me desculpa por isso... — Ele disse envergonhado e Vee negou com a cabeça.

— Você é o homem mais corajoso que conheço — ela ditou com o sorriso pequeno nos lábios e Han sentiu o corpo se acalmar de novo  — tenho muito orgulho de você, muito mesmo...

Vee secou o rosto do mais velho e roubou um selar rápido.

— Vamos tomar um banho pra tirar essa tristeza do corpo? — Han concordou com a cabeça e abraçou mais forte — Eu fiz um cházinho, você quer?

— Quero você... — ditou baixo contra a camisa fina que estava encostado e Vee de ajeitou no chão podendo acolher o rapaz da melhor maneira em seu colo.

Vee acariciou suas costas e beijou sua testa com cuidado.

— Estou aqui, não vou a lugar algum, eu prometo...

Silent Cry | skz [ FINALIZADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora