As Dashwood

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Em um século onde mulheres não tinham tantas oportunidades, famílias eram divididas entre classes socioeconômicas, onde se envolvia agricultura, pecuária, agropecuária, refinarias, fábricas e muito mais. Onde muitas delas, mulheres de baixa renda eram empregadas independentemente de sua raça ou etnia.

Porém, a família Dashwood era um pouco diferente das outras, pois a Senhora Dashwood era vista como a amante do Pai de suas filhas, mas que não se tratava de uma verdade, mas era sim, a segunda esposa de Henry Dashwood. Quando a morte do pai de suas filhas foi decretada, elas se viram diante de uma tribulação muito grande, mas sabiam que a qualquer momento a herança sairia e voltariam a ter o conforto de antes.
A irmã mais velha, Elinor Dashwood, parecia ser a mais sensata das mulheres da família e sabia que o filho legítimo iria brigar por cada centavo e terras de seu Pai e não se importaria em deixar as mulheres na miséria, já que isso não era de sua conta, mesmo que seu Pai fosse o único provedor das mulheres Dashwood.

Elinor Dashwood não tinha muitas amizades, era completamente diferente de sua irmã do meio, Marianne Dashwood e sua irmãzinha caçula Margaret Dashwood que eram bem sociáveis e faladeiras. Porém, havia apenas uma amizade que realmente Marianne era apegada, era filha de um dos fazendeiros mais ricos da Inglaterra, a moça de pequena estatura, de pele negra, cabelos curtos e pretos, com um sorriso inconfundível e olhos castanhos escuros. Essa moça se chamava Lucy Beaumont, futura herdeira de uma das maiores fazendas de Agropecuária.

Elinor- Certamente veio ver a Marianne, correto?

Lucy- Não exatamente... Pode ser com você também.

Elinor estava bordando quando ouviu Lucy.

Elinor- O que precisa?

Lucy- É verdade que o "irmão" de vocês está pedindo a casa?

Elinor- Todos estão sabendo, não é mesmo?

Lucy- É o assunto da semana por aqui.

Elinor- Onde ouviu?

Lucy- Meus pais.

Elinor- Bom... É verdade.

Lucy- Eu sei que a família de vocês é um pouco polêmica, mas pensassem ao menos na pequena Margaret que acabou de perder o pai e agora perderá o lar.

Elinor- Todos sabemos como ele é e como somos filhas de um segundo casamento, não temos tantos direitos.

Lucy- Mesmo sendo filhas legítimas do falecido Henry Dashwood?

Elinor- Isso mesmo.

Lucy- Já tentaram fazer algum empréstimo em algum banco da cidade?

Elinor- Até como doméstica estou providenciando vaga de emprego.

Lucy- É que infelizmente meu pai não gosta de vocês, se não eu pediria pra contratar você e assim poderia morar na casa do antigo capataz.

Elinor- Fico agradecida pela preocupação, mas já sabemos para onde iremos.

Lucy- É aqui perto?

Lucy fala em um tom de certa esperança que por segundos se acaba.

Elinor- Na verdade, é no interior.

Lucy- Mas...

Marianne entra e pula sobre a amiga que estava ali.

Marianne- Lucy, precisamos conversar.

Lucy- Eu já estou sabendo.

Marianne- John não quer deixar nada e a Mamãe irá nos levar para a casa de um parente distante.

Lucy- Pense pelo lado positivo, pelo menos tem onde dormir.

Marianne- Mas e o conforto fica como?

Lucy- Isso vocês conquistam novamente. Afinal, já estamos na idade de nos casarmos Marianne.

Marianne- Você é a mais velha e eu só me casarei se for com um homem rico e bonito.

Lucy- Você só pensa nisso, Marianne?

Marianne- Que foi?

Lucy- A vida não é feita de beleza e dinheiro!

Marianne- Fala isso porque é rica e tem tudo o que quer.

Lucy- Isso não tem nada haver com o fato de que devemos nos casar. Claro, que precisamos manter nosso padrão de vida, mas pra mim beleza é irrelevante.

Marianne- Se casaria com um homem com o dobro de sua idade?

Lucy fica pensativa e mesmo sem gostar de homens mais velhos, diz algo pra que sua amiga tome consciência para a realidade que vivem.

Lucy- Sim! Desde que me trate como sua prioridade, não me importo com a idade.

Marianne para atrás da amiga, se apoia nos ombros dela e diz:

Marianne- Então, em breve serei sua madrinha de casamento e quando eu chegar na cerimônia, por favor, me avise quem será o seu noivo e o seu avô.

Lucy começa a perceber que mais uma vez sua amiga começa a te diminuir, como sempre fez desde quando eram crianças.

Lucy- Isso Marianne, continue com suas zombarias e eu te digo algo: Quando eu me casar será com alguém que me amará da forma que você jamais será amada por alguém!

Marianne- Acha que alguém irá te amar também com essa cicatriz em sua bochecha?

Elinor vê que sua irmã está tendo uma atitude infantil e desagradável com a única que amiga que ainda se preocupava com ela.

Elinor- Peça desculpas a Lucy.

Marianne- Eu não irei e também peço que não volte mais em nossa casa.

Lucy- Elinor, não se preocupe, sua irmã sempre fez questão de zombar de minha cicatriz...

Elinor interrompe Lucy e completa a frase.

Elinor- Cicatriz da qual foi para proteger Marianne de se machucar e você infelizmente cortou o rosto na cerca de arame.

Marianne sai ao ouvir sobre o ato que consideram heróico de sua amiga e Lucy ao ver a amiga ir, diz:

Lucy- Infelizmente, ela enxerga o que fiz por ela com uma certa rivalidade e pra que eu me sinta menos que ela, ela fala da cicatriz que ficou em meu rosto... Então, há 10 anos seguidos suporto os chiliques de Marianne sobre isso.

Elinor- Peço perdão pelas atitudes de Marianne, ela infelizmente é muito paparicada.

Lucy- Me perdoe, Elinor, mas Marianne é mimada demais e é exatamente por conta desses comentários dela que meus pais odeiam a sua família e eu ainda sou chamada de tola por querer me manter por perto.

Margaret aparece repentinamente e diz para Lucy:

Margaret- Eu acho que sua cicatriz é o seu charme!

Lucy- Acha mesmo?

Margaret- Sim! Mostra o quão valente e corajosa você é.

Lucy abraça Margaret e dá um beijo na bochecha da pequena como forma de carinho já que trata as irmãs Dashwood, como suas irmãs.

Sobre as Razões de um Coronel Onde histórias criam vida. Descubra agora