Sobre as Razões de um Coronel

A Mudança de Cidade

Lucy após conversar com Elinor percebe que Marianne nunca irá amadurecer e entender que ela jamais usou sua cicatriz pra diminuir Marianne, mas no fundo sabe que a qualquer momento a amizade com sua amiga pode acabar.

Alguns dias depois o filho do primeiro casamento do Senhor Dashwood chega na casa e começa com suas falas sobre direitos, porém as Dashwood já tinham para onde ir na situação atual.

Enquanto isso na Fazenda Beaumont...

Lucy- Mas meu Pai, elas irão partir em poucos minutos e não sei quando as verei novamente.

Sr. Beaumont- As Dashwood não merecem sua atenção depois do que te causaram no passado.

Ele fala gesticulando a mão sobre o próprio rosto, dando menção a cicatriz da filha, Lucy.

Lucy- Eu não me importo com o que aconteceu naquele dia. Acho também que está na hora de parar com esse assunto. Já se passaram 10 anos. Há 10 anos me tratam como se eu fosse uma heroína de crianças inocentes, mas isso não é verdade.

Sr. Beaumont- Se você for será a última vez que verás aquela garota mimada e impertinente. Está entendendo, Lucy Beaumont?

Lucy- Entendi, meu Pai.

O Sr. Beaumont da um beijo na testa de sua filha e a permite ir se despedir de Marianne Dashwood.

Lucy, segura seu longo vestido perolado enquanto corre o máximo que pode. Ao chegar na casa das Dashwood, vê Marianne se preparando para entrar na carruagem.

Lucy- Amiga...

Marianne- Venho falar do seu ato heróico novamente?

Lucy- Eu nunca falei sobre isso, sabes muito bem disso.

Marianne- Veio fazer o que então?

Lucy se aproxima da amiga e diz:

Lucy- Me diga o local que irão morar que irei lhes visitar muito em breve.

Marianne- Eu não sei onde fica.

Lucy- Vou perguntar para Elinor.

Lucy vai até Elinor que estava pegando as últimas malas.

Elinor- Veio se despedir?

Lucy- Sim, mas gostaria de perguntar o local que irão morar.

Elinor- É em uma casa que fica no mesmo quintal de um parente distante da Mamãe, ele é bem conhecido, mas aqui está o endereço.

Elinor entrega um pequeno papel onde está escrito o endereço que irão residir a partir de agora.

Lucy- Assim que eu puder eu irei até vocês.

Sra. Dashwood- Você sempre será muito bem vinda em nossa casa.

A Sra. Dashwood se aproxima de Lucy, colocando suas mãos no rosto da moça e dando um beijo em sua testa.

Lucy- Quero que fique com isso, Sra. Dashwood.

Lucy entrega um pequeno envelope nas mãos da Senhora Dashwood.

Sra. Dashwood- É uma carta?

Lucy segura nas mãos de Elinor e da Sra. Dashwood, olhando nos olhos das duas e diz baixinho para elas:

Lucy- Essa é a metade da minha mesada.

Sra. Dashwood- Minha filha, mas...

Elinor- Lucy, sei que gosta muito de nós, mas isso é demais. Estarás tirando do seu conforto mensal uma parte que podes usar futuramente.

Lucy- Não me fará falta. Estou fazendo isso de coração e não precisa dizer a ninguém que estarei fazendo isso.

Elinor- Fazendo?

Lucy- Sim, eu mandarei todos os meses até que vocês se ajeitem financeiramente e eu não aceito "Não" como resposta.

Sra. Dashwood- Prometo que irei devolver tudo assim nos estabilizarmos!

Lucy segura firme nas mãos delas e diz:

Lucy- Não precisa. Só que quero fiquem bem e quando eu for visitá-las quero que façam aquele bolo de laranja com chá de camomila que só vocês sabem fazer.

Elas começam a rir juntas e abraçam Lucy. De dentro da carruagem, Marianne mais uma vez se sente enciumada em ver a irmã mais velha e a mãe dando carinho para Lucy. Marianne fecha a cortina e cruza os braços. Margaret olha para a irmã e diz:

Margaret- Você está mostrando ciúmes de sua melhor amiga.

Marianne- Não me importo com a Lucy, e sim, com a atenção que a Mamãe e a Elinor dão para ela. Estou cansada dela de certa forma, mesmo que estejamos indo embora eu não quero mais ver a Lucy.

Margaret- Porque dizes isto se ela é sua melhor amiga?

Marianne- Eu vivo há 10 anos na sombra de Lucy pelo ato que consideram heróico, onde na verdade não se passa de um incidente que até mesmo eu faria.

Margaret- Se sentiria confortável com uma cicatriz no rosto por ter salvo alguém?

Marianne tem um flash do momento que estava fugindo de algumas galinhas, mas durante a corrida tropeçou e como Lucy já estava perto da cerca ela pulou para segurar a amiga pra não se machucar, e foi nesse momento do impacto do corpo da Marianne que Lucy acabou raspando o rosto sobre o arame farpado.

Margaret- Para mim, Lucy foi muito corajosa. Você precisa aceitar que ela te salvou e para Mamãe e Elinor isso foi um ato heróico, não que elas a ame mais que a você.

Marianne- De qualquer forma será muito bom Lucy não estar por perto.

Margaret- Tem medo?

Marianne- Tenho certeza que ela por perto me trará ainda mais desconforto com essa história.

Do lado de fora, Lucy se despede das Dashwood e de longe da tchau para Margaret, exceto para Marianne que parecia se esconder.