Sintomas de Saudades

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Os Beaumont haviam se programado ao máximo para que Lucy noivasse com Brandon o quanto antes, mas nada era tão fácil para o casal. O Pai de Lucy não deixava ela sair de casa para visitar Brandon, somente Brandon poderia ir até a Fazenda dos Beaumont visitar Lucy aos fins de semana, porém haviam funcionários que os vigiavam por toda a fazenda. Benjamin Beaumont teve uma viagem de última hora e passaria exatamente 20 dias fora. Lucy aproveitou essa oportunidade para conversar com sua mãe.

Lucy- Mamãe, podemos conversar?

Amelie estava sentada no sofá da sala, bordando o véu que sua filha iria usar no casamento.

Amelie- Sente-se, querida.

Lucy se sentou.

Lucy- Mamãe, o Papai ficará 20 dias fora, me permite ir passar uma semana com Brandon?

Amelie na mesma hora parou de bordar o véu, olhou para a filha e disse:

Amelie- Lucy Beaumont, você não acha que foi específica demais em relação a passar uma semana com Brandon?

Lucy não se atentou ao que a mãe perguntou e respondeu:

Lucy- Brandon e eu estamos há 3 semanas sem nos ver. Ele é um homem ocupado por conta dos serviços prestados ao exército britânico e são quatro horas de viagem até aqui. Nem sempre podemos nos ver e quando ele vem passar o fim de semana, o Papai e a Senhora mandam pessoas nos vigiar.

Amelie- Querida, estamos te protegendo e te guardando para o casamento. Brandon sabe que pode vir em dias de semana.

Lucy- Ele trabalha, Mamãe.

Amelie- Faltam 3 meses para o casamento de vocês. Então, por favor se controle.

Lucy- Eu só quero ter mais tempo com meu noivo. Não temos nem a privacidade de ficarmos sozinhos para nos beijarmos.

Amelie- E porque precisam de tanta privacidade se beijos vemos até na rua?

Lucy ficou quieta.

Amelie- Eu notei que você anda insistente em ficar a sós com Brandon. Posso saber o motivo?

Lucy- Precisamos nos conhecer melhor e ter a privacidade de sairmos a sós também como todos os casais fazem.

Amelie- Com Michael por perto eu até deixaria, mas sozinhos eu e seu pai não queremos.

Lucy cruzou os braços e se virou de costas para a mãe. Ela estava querendo mais que beijos e Amelie percebeu.

Amelie- Filha, se eu te perguntar algo promete me contar a verdade?

Lucy- Nunca menti para a Senhora.

Amelie colocou o véu em cima da mesa de centro, tocou no braço de Lucy a fazendo se virar para ela.

Amelie- Olhe para mim.

Lucy olhou.

Amelie- Você ainda é virgem?

No mesmo instante o semblante de irritação de Lucy se tornou de preocupação.

Amelie- Foi com o Brandon?

Com vergonha Lucy respondeu:

Lucy- Um dia antes dele vir aqui me pedir em casamento.

Amelie- E escondeu isso de mim?

Lucy- A senhora preza pelos bons costumes.

Amelie- Confesso que estou muito decepcionada com você.

Lucy- Me perdoe?

Amelie- Eu sempre quis ser a sua melhor amiga a ponto de me contar tudo.

Lucy- Eu sei... Mas certas coisas não dá para conversar com a Senhora e eu acho deselegante falar da vida íntima de alguém.

Amelie- E se Brandon desistir de casar com você?

Lucy- Isso é impossível. Estamos decididos.

Lucy mostrou o dedo que tem a aliança de noivado.

Amelie- Então esse é o motivo de você querer ter privacidade com Brandon?

Lucy- Sim e não.

Amelie- Quais os motivos então?

Lucy- Tem quase um mês que não o vejo porque ele teve que ir servir ao exército e eu estou com saudades do Brandon.

Amelie- Mas ao menos 3 vezes na semana você tem recebido cartas dele.

Lucy- Cartas não são a mesma coisa de sentir os abraços, os beijos, os carinhos...

Amelie- Entendo como se sente. Já tive sua idade. Mas o melhor é que você se guarde ao máximo ou poderá engravidar antes do casamento.

Lucy- Nos previnimos.

Amelie- Tirar antes não significa que estão se protegendo. Ainda assim pode acontecer de você ficar grávida.

Lucy- Eu não quero mais conversar. Acho que já falei demais. Vou subir para o meu quarto para escrever uma carta para ele e uma para saber como Michael está.

Lucy levantou-se. Amelie respirou fundo e disse:

Amelie- Poderá ir até Brandon com a condição de não dormir na casa dele.

Lucy- Pra onde eu irei?

Amelie- Na casa que temos na cidade.

Lucy- Lá não tem empregados.

Amelie- Se quer privacidade com Brandon, lá será o melhor lugar para isso.

Lucy- A senhora está me ajudando?

Amelie- Arrume as malas. Direi que precisei que fosse na casa para decidir se você quer morar lá com Brandon ou se deixaremos lá para Michael.

Lucy correu até sua mãe e a abraçou.

Lucy- Te amo, mãe!

Amelie- Também te amo, minha princesa!

Elas soltaram o abraço.

Amelie- Juízo, está entendendo?

Lucy- Prometo.

Lucy correu chamando pela empregada para ajudá-la a arrumar sua mala. Amelie foi ao lado de fora, conversou com o motorista e pediu para que ele levasse Lucy até casa da cidade.
Amelie voltou para dentro da casa e pensou alto:

Amelie- Benjamin não pode sonhar que Brandon e Lucy já tem uma vida sexual ou é capaz desse casamento ser antecipado.

Ela sentou no sofá, pegou o véu e voltou a bordar. Enquanto bordava teve uma lembrança de seus três filhos ainda crianças correndo descalços pela fazenda, eles nadando no lago e tendo uma infância saudável que toda criança deveria ter. Eles eram uma das poucas famílias negras com posses e com estudos.

Lucy desceu com as malas, se despediu da mãe e foi direto para a carruagem. Amelie viu sua filha caçula ir ao encontro do homem que tanto ama e ali ela falou para si mesma:

Amelie- Bem que minha mãe dizia que criamos nossos filhos para o mundo e não para nós. Só peço a Deus que ele abençoe esse relacionamento porque minha filha caiu de cabeça nisso.

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Te encontro no próximo capítulo.*

Sobre as Razões de um Coronel Onde histórias criam vida. Descubra agora