Ana Flávia Castela
Point of view
_____________________________— Levanta dessa cama, Ana Flávia — mandou minha mãe depois que entrou no meu quarto igual um furacão e sem bater na porta. — Eu não vou pedir de novo.
Eu estava deitada na minha cama assistindo um filme qualquer, minha mãe tinha mandado eu me arrumar, só que eu já disse para ela que não vou conhecer sogra nenhuma. Nem vou levantar dessa cama.
Então, ignorei sua fala e continuei assistindo o filme.
— Garota, me obedeça. — vociferou, irritada.
Mais uma vez, ignorei sua presença. Ela tem que entender que não pode controlar tudo e que isso que está fazendo é completamente errado, a gente não está mais no século 19.
Eu sei que estava brincando com a morte, mas eu não queria ir conhecer "minha sogra" e muito menos o filho dela. Eu tenho planos, e nenhum deles é casar.
Minha mãe já cansada da minha desobediência, pegou o controle que estava em cima da cama e desligou a televisão. Provavelmente pensando que eu ia levantar o tom de voz e pegar o controle da sua mão, sei que ela queria que eu reagisse e a contrariasse, seja de qualquer maneira. Mas não fiz.
Só respirei fundo e peguei um livro que estava em cima do meu criado mudo, começando a ler ele. Deixando ela mais irritada ainda.
Eu bufou e pegou o livro da minha mão, colocando entre seus braços e me encarando com sangue nos olhos.
— Larga de ser teimosa e levanta dessa cama. — balancei a cabeça, negativamente.
Estava parecendo uma criança de três anos, mas eu não vou levantar daqui.
— Ok. Tudo bem. Se você quer assim, vai ser assim. — disse e caminhou para fora do meu quarto.
Sorri vitoriosa e liguei a televisão novamente, voltando a ver o filme.
Não pensei que seria assim tão fácil, achei que ela iria tentar me derrubar da cama ou fazer alguma chantagem, mas até que foi tranquilo.
Sei que ela não vai desistir, e eu também não.
[...]
Minha alegria não durou nem dez minutos...
Só foi eu trocar de posição na cama que meu quarto foi invadido pela minha mãe, e dessa vez, ela trouxe reforço.
Meu pai.
Acho que esse era o pior reforço que ela poderia trazer, ela sabe que não consigo desobedecer uma ordem do meu pai, e por isso, trouxe ele. Meu pai tem poder sobre mim, ele consegue fazer eu mudar de ideia em menos de um minuto.
— Vai levantar da cama ou precisarei fazer isso por conta própria? — perguntou, se aproximando de mim lentamente.
Eu fiquei imóvel, olhando para a televisão e tentando sustentar a minha barra de durona e irreversível. Eu não posso ceder, preciso encarar ele igual fiz com a minha mãe.
Ela por sua vez, só me encarava com um sorriso debochado no rosto enquanto tinha os braços na cintura.
Fingi que não tinha percebido a presença deles no recinto e continuei olhando para a televisão, ignorando os dois completamente e me concentrando no Filme.
— ANA FLÁVIA CASTELA! — gritou meu pai, me chamando pelo nome completo.
Agora fudeu.
Ele me chamou pelo nome todo e quando isso acontece coisa boa não está por vir. Não sei o que ele poderia fazer mas eu não quero descobrir, então antes dele fazer alguma coisa, desliguei a televisão e saltei da cama reclamando.
— Que saco! Não pode nem assistir um filme em paz, vocês gostam de estragar minha alegria. — bufei, pisando duro na direção do banheiro.
Eu me odeio por ter dado o braço a torcer e ter decido daquela cama, minha mãe deve estar com aquele sorriso vitorioso no rosto então nem fiz questão de olhar para cara dela.
Caminhei até o banheiro e bati a porta com força, trancando a mesma em seguida.
— Espero você lá em baixo. — gritou minha mãe fazendo eu revirar os olhos.
Chamar meu pai foi jogo baixo!
O pior é saber que ele concorda com essa maluquice de casamento. O meu próprio pai.
Também, por que fico surpresa? Ele faz tudo que a mamãe quer, os dois não estão nem aí para mim e só pensam neles mesmo. Estou cercada de cobras, uma cascavel e uma sucuri.
Ouvi passos indo em direção a porta e, em seguida, a mesma foi fechada, me dando a certeza que eles tinham saído do meu quarto.
Antes de sair do banheiro, fiz xixi. Eu estava segurando a muito tempo, não aguentava mais prender. Lavei as mãos e fiz um coque frouxo no meu cabelo, em seguida saindo do banheiro e indo até meu closet.
Minha vontade era colocar uma conjunto de moletom, só para ver a cara da minha mãe. Ela fala que fico parecendo um homem quando coloco essas roupas. Certeza que ela mandaria em voltar e trocar.
Mas estava calor demais, se eu colocasse um conjunto de moletom, derreteria. O sol não deve piedade hoje não.
Optei por um cropped de tecido branco e uma bermuda feminina, Mamãe vai surtar quando me ver usando essa roupa, ela odeia quando coloco essas roupas.... ainda mais agora que ela quer ir na casa dessa mulher que eu nem conheço.
Mas como eu sou uma ótima pessoa, gosto de pôr fogo no parquinho.
Sai do meu quarto e caminhei até o andar de baixo na esperança dela ter tido um contratempo e não poder mais sair de casa. Mas infelizmente, não aconteceu.
— Que roupa é essa? — perguntou encarando meu short com as sobrancelhas franzidas e uma careta feia. — Você sabe que eu não gosto desse tipo de roupa.
— Ainda bem que sou eu que estou usando. — sorri debochada.
— Você está precisando de um bela lição para aprender me respeitar. Abusada.
— Sou, com muito orgulho.
Agora ela me mata.
Antes dela poder voar no meu pescoço e me matar sufocada, meu pai entrou na sala com seu livro na mão defendendo a mulher:
— Respeite sua mãe, Ana Flávia. Ela não é uma das suas amiguinhas, mais respeito.
— Eu tenho que respeitar ela, mas ela não tem que me respeitar? A empatia de vocês foram com Deus, né? — cruzei os braços, transtornada de raiva. Estou cercada de gente hipócrita.
— Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Ela é sua mãe, você deve respeito a ela e ponto. Sem discussão. — ele diz, se sentando no sofá e abrindo o livro.
Revirei os olhos e concordei calada, antes que a gente saisse no tapa.
Brincadeira, eu não batería neles.
Mas já eles....
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𝗖𝗮𝘀𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗮𝗿𝗿𝗮𝗻𝗷𝗮𝗱𝗼 | MIOTELA ✓
Fiksi Penggemar▌'𝐂𝐀𝐒𝐀𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎 𝐀𝐑𝐑𝐀𝐍𝐉𝐀𝐃𝐎 # !! ¡¡ # ° miotela fanfiction >'× |~ 𝗦𝟰𝘁𝘃𝗿𝗻𝟯𝘆𝘀 𝗢𝗻𝗱𝗲 a mãe de Ana Flávia obriga a jovem a se casar com um desconhecido, arruinando assim todos os planos da mesma. Gustavo Mioto, que estava...