Carta.

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Ana Flávia Mioto Castela Point of View______________________________

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Ana Flávia Mioto Castela
Point of View
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A aula acabou não faz nem dez minutos, agora estou indo para a casa com a Gabriela. — chamei ela para dar um passadinha lá antes dela ir para casa.

A aula foi tranquila e hoje não tive que beijar ninguém, só fingir que estava descobrindo uma traição e chorar de tristeza.

Os alunos riram tanto de mim que nem sei como conseguir continuar com a atuação, mas eu não julgo eles, ver uma professora gritar com a parede e dar tapas no ar deve ser bem engraçado mesmo.

Assim que a Gabriela estacionou, desci do carro e fui até a porta principal. O carro do Gustavo não estava estacionado na garagem, o que indica que ele não está em casa.

Abri a porta e entrei, junto com a minha prima. Sua expressão mudou assim que observou os quatro cantos da casa.

— Que mansão! — exclamou com a boca entreaberta. — MEU DEUS
— gritou e correu até a área de lazer. — Ana Flávia do céu, esse é o meu lugar preferido da sua casa.

— Mas você nem viu o resto da casa ainda. — lembrei.

— Mas mesmo assim, eu amei esse cantinho aqui. Vou aparecer na sua casa todo os dias que o sol sair. — alertou, no começo até pensei que era brincadeira, mas quando vi que ela não riu, percebi que ela estava falando serio.

— Muito conveniente falar uma coisa dessas para quem mora no nordeste. Na sua casa tem piscina.

— Está querendo dizer que não sou bem-vinda aqui? — perguntou, se virando para mim com os braços cruzados, a cabeça meio tombada para o lado e as sobrancelhas erguidas.

— Sim. — brinquei, recebendo uma tapa no braço. — Ai.

— Idiota. — revirou os olhos.

— Licença, Dona Ana Flávia, posso falar com a senhora? — pediu a Rebeca quando chegou perto da gente.

— Claro, mas retira esse senhora e dona por favor. — ela riu timidamente e ajeitou a toca que escondia seu cabelo.

— Desculpa, é o costume. Mas será que a senho... Ana, poderia me ajudar? Eu estava arrumando o quarto do Gustavo e caiu uma sacola cheia de coisas dentro, não sei se devo mexer sem a permissão dele. Poderia vir comigo?

Desviei o olhar para a Gabriela e depois para a Rebeca, ela acha que eu posso mexer nas coisas dele só porque somos casados, mas isso não é certo. Ela pensa que ele só guarda as coisas naquele quarto e que dorme comigo no meu, não sabe nem da metade.

Acho melhor esperar ele chegar ou mandar uma mensagem, não posso sair mexendo nas coisas pessoais dele.

— Acho melhor....

— Claro, ela vai lá com você. — disse a Gabriela, me interrompendo. Olhei desorientada para ela que só fez um gesto com a cabeça, me incentivando a seguir em frente.

Por que o Gustavo não está em casa? Seria mais fácil se ele estivesse aqui e fosse lá ver para eu não precisar mexer nas coisas dele.

Eu sou curiosa, quero muito saber o que é, afinal, deve ser alguma coisa pessoal pois se fosse só objetos sem valor a Rebeca não teria me chamado.

Mas mesmo assim não é certo, eu não quero que ele me chame de enxerida
ou fuxiqueira.

Ao entrar no quarto dele, logo de cara eu já vi tudo caído pelo chão. O quarto dele é grande, mas não igual o meu. Não é espaçoso igual a suite mas eu acho que ele não liga para isso, se ligasse iria brigar comigo pela suite master.

— Eu não poderia mexer nas coisas dele sem permissão, parece pessoal demais. — disse a Rebeca, explicando-se.

— O que fez você pensar que a Ana Flávia poderia mexer nas coisas dele? — perguntou a Gabriela para ela. Uma pergunta bem ridícula para falar a verdade.

— Eles são casados. — respondeu a Rebeca.

— É, faz sentido. — concordou pensativa, dando de ombros.

Revirei os olhos e me abaixei para pegar o que tinha caído da sacola. Até o momento, eu não bisbiihotei nada, mesmo minha curiosidade gritando para eu olhar, eu ignorei e coloquei dentro da sacola novamente.

Porém, tinha que ter alguma coisa para chamar mais a minha atenção e me deixar intrigada. Eu não consegui me controlar, peguei um pedaço de papel que estava marcando a página de um livro e comecei a ler.

"Eu nem sei como começar essa carta. Não sei que palavras usar para demonstrar o meu amor e a minha dor por ter que ir embora, só de pensar em ficar longe de você meu peito já dói, mas eu preciso ir. Preciso voltar para o meu país, não posso me esconder do mundo e dos meus pais para sempre, preciso enfrentá-los cara a cara, sem medo do que vai acontecer.

Mas eu prometo voltar. Voltar para os seus braços e retomar o que começamos, sem faíscas do passado ou medo do que posso acontecer no
futuro. Eu te amo demais e nunca esquecerei de ti. Espero que não esqueça de mim também pois em breve estaremos juntos novamente."

Gustavo.

Senti meus olhos encherem d'água e uma dor invadir meu peito. Ele tem alguém no México?

Não era para eu ficar assim, querer chorar por ler uma carta que me leva a crer que o Gustavo tem um amor verdadeiro no México. A gente não se ama, foi um casamento arranjado então não tem sentido essa reação.

Era para eu estar feliz, pensar que a qualquer momento esse casamento poderá acabar e eu estarei livre.

"É isso mesmo que você quer?" Meu subconsciente questiona, me deixando ainda mais confusa.

Será que eu quero mesmo que esse casamento acabe? Será que a Gabriela tem razão e eu estou começando a criar sentimentos pelo Gustavo?

Não. Não pode ser. É impossível!

— O que é isso? — a Gabriela pergunta, me despertando desses pensamentos sem fundamento.

— Ah, uma carta. — limpei as lágrimas que escorreram e me levantei, depois de guardar a carta na sacola e colocar em cima da cama.

— E o que diz nela? — fez outra pergunta. Respirei fundo, tentando me acalmar para não mandar ela parar de ser intrometida e me deixar em paz.

Nunca pensei que iria pensar em alguma coisa dessas a respeito dela, mas depois dessa situação toda, não estou me reconhecendo.

— Nada de interessante. — me virei e caminhei até as duas mulheres que estavam paradas uma do lado da outra. — Pode continuar arrumando o quarto. — disse para a Rebeca e segui até o meu quarto, sem querer ouvir outra pergunta.

 — disse para a Rebeca e segui até o meu quarto, sem querer ouvir outra pergunta

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𝗖𝗮𝘀𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗮𝗿𝗿𝗮𝗻𝗷𝗮𝗱𝗼  | MIOTELA ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora