não preciso ser bancada por você.

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Ana Flávia Mioto CastelaPoint of view_____________________________

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Ana Flávia Mioto Castela
Point of view
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.. — Preciso que feche os olhos.

Devo confiar nele?

— Confia em mim, por favor. — pediu.

Revirei os olhos e fechei os olhos, me sentindo uma boba por ter concordado com isso.

Ele segurou na minha mão e me seguiu até uma escada. Eu morrendo de medo de cair, subi degrau por degrau igual uma tartaruga.

Foram alguns minutos andando e quase caindo, porém, no final tudo deu certo. Ele parou de me guiar e falou:

— Pode abrir.

Meio receosa mas muito curiosa, abri os olhos. Dei um passo para trás assim que vi onde eu estava.

Aplausos ecoaram por todo o teatro e eu encarei o Gustavo confusa.

Por que ele me trouxe aqui?

— Seus alunos estão esperando pela professora. — disse, sorrindo e me fazendo sorrir também.

Eu não acredito que ele fez isso. Ele é maravilhoso!

—Eu... eu... meu Deus. — gaguejei, colocando a mão na boca e me segurando para não chorar. — Gustavo, muito obrigada! — pulei em seus braços, o abraçando.

Ele foi pego de surpresa e deu um passo para trás, mas assim que se equilibrou, devolveu o abraço.

— Não precisa agradecer, só estou devolvendo o que o casamento tirou de você. — disse todo tímido e com as bochechas vermelhas.

Achava confuso o fato dele ser tímido e ao mesmo tempo, despojado e brincalhão.

— Você tem um ótimo marido, Ana! — exclamou a Esther, que estava parada na minha frente.

— Então, você vai voltar a dar aulas para a gente Ana? — perguntou um dos alunos, vulgo aquele que eu beijei e minha mãe viu.

— Mas é claro. Com muita alegria, a resposta não poderia ser outra. — disse e abri um sorriso de orelha e orelha, não conseguindo encontrar minha alegria.

Não apenas pelo fato de voltar a dar aula, mas também por saber que o Gustavo não é quem eu achava que era. Ele é incrível! E com certeza me fez muito feliz hoje.

Espero que nossa relação não mude.

[...]

— O que vamos fazer agora? — perguntei, assim que saímos do teatro.

— Bom, eu já tive muitas ideias hoje, agora é sua vez. — ele diz, pulando os últimos dois degraus.

— Ok, muito bem. — olhei em volta. Estávamos na praça e aqui tem vários bares e restaurantes, pequenos locais agradáveis que podemos parar para comer alguma coisa. — Que tal uma churrascaria?

— Ótima ideia. — disse, respirando aliviado.

— O que foi? — perguntei com curiosidade.

— Não, é que pensei que você ina escolher um desses restaurantes caros que um prato custa o olho da cara e ainda vem com um pingo de comida. — ri da cara que ele fez falando aquilo e dei um tapa de leve no seu braço.

— Acho que era mais fácil eu chamar você para ir num bar tomar uma pinga.. — disse brincando.

— Eu não iria recusar. — admitiu e caímos na gargalhada, no meio da rua. Em menos de seis minutos, já estávamos sentados na churrascaria comendo e bebendo.

— Eu estava beijando o meu aluno e quando vi minha mãe estava em pé do lado da minha tia que estava desmaiada no chão. — contei para ele e risadas altas ecoaram pela local.

Senti olhares sobre a nossa mesa e rapidamente, senti minhas bochechas ficarem vermelha e a vontade de rir aumenta ainda mais.

— Sua mãe deve ter surtado com você. — disse, bebendo a cerveja que tínhamos pedido.

— Bom, eu recebi um tapa na cara. — dei de ombros, dando um gole bem grande na minha cerveja.

— Ela bateu em você? Não acredito. Que baixa! — exclamou, parecendo estar bem revoltado.

— Essa é minha mãe. — Aquele assunto estava me deixando desconfortável, eu não quero ficar falando da minha mãe. — Mas me conta como que é lá no méxico, você já morou lá, deve ser incrível.

— Muito incrível, é um país maravilhoso. Cheio de atrativos e lugares esplendidos. Foi uma experiência incrível, eu queria poder ter ficado mais, deixei muitas coisas para trás. — contou o Gustavo, com uma expressão meio de tristeza e de... saudade?

— Tipo o que? — eu poderia está sendo um pouco intrometida, mas eu fiquei curiosa para saber o que ele deixou para trás.

— Ah, nada de mais. — murmurei um "a" abafado ao ouvir isso, acho que ele não quer me contar.

Me recostei na cadeira e bebi o restinho da minha cerveja, tentando ignorar o fato dele não querer contar para mim o que deixou para trás.

"O que será que é? Por que não pode me contar?" Minha curiosidade não vai me deixar em paz.

— Podemos ir? Estou bem cansado. — perguntou ele, já pedindo a conta para o garçom.

Não diz e nem disse nada, só entreguei a ele uma nota de cinquenta e me retirei do local. sei lá se a conta tinha dado mais.

Sai do estabelecimento e fiquei esperando o Gustavo do lado da moto dele. Eu não sei o que deu em mim, não sei porque sai do restaurante daquele jeito, mas eu fiquei um pouco irritada por ele não querer me contar e ter pedido para ir embora tão de repente, parece que está escondido alguma coisa.

Não que eu me importe, mas pensei que estávamos tentando nos dar bem; virar amigos.

Vi ele se aproximar da moto e dei de costas para ele, olhando para a estrada.

— Aqui. — ele esticou o braço me entregando a nota de cinquenta reais.

— Era para pagar a conta com essa nota. — respondi, evitando contato visual.

— Eu paguei, pega seu dinheiro. — ele diz num tom tão firme, me fazendo revirar os olhos e pegar o dinheiro.

— Eu não preciso ser bancada por você. — fui clara, guardando o dinheiro e subindo na garupa da moto.

— Você não está sendo bancada por mim, só estou sendo cavalheiro. Eu não me importo de pagar a conta, e eu fui um pouco grosso, queria me desculpar.

Não disse nada em relação a isso, só o ignorei e ele pilotou de volta para casa.

Não disse nada em relação a isso, só o ignorei e ele pilotou de volta para casa

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𝗖𝗮𝘀𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗮𝗿𝗿𝗮𝗻𝗷𝗮𝗱𝗼  | MIOTELA ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora