you are still mine

vinte e oito

A Maria é uma monstro.

Não acredito que não havia percebido antes. Como ela pode ter maltratado a própria filha daquela forma. A Maya não fala comigo direito. Já faz duas semanas que ela está aqui em casa.
Só fica no quarto, desce para comer quando a Clara vai chamar, sobe e fica lá. Quando vou tentar conversar com ela, ela sempre diz; "quero minha mamãe, e vocês só estão brigando com ela"

Sinceramente, não entendo. A Maria bateu nela, fez, vários e vários machucados e mesmo assim a Maya ainda quer a ver? Eu não quero ter contato algum com a Maria. Proibi ela de ver a Maya e só vou deixar no tribunal. E olhe lá, nem sei se vou levar a Maya. Assinei os papéis já e não somos mais casados. Divorciados.

Por tudo que está acontecendo...eu não sei se devo continuar com um relacionamento. Mesmo que a Débora não tenha nada haver com isso. Mas eu tenho que ficar agora, em mim, e na minha filha. Apenas.

—Débora.

—hum

—precisamos conversar.

—sobre?

—Sobre nós.

—pode falar bem.

—Eu quero terminar.—sem enrolação.

—Oi?? Terminar?

—isso mesmo.

—Não...—ela começou um choro.—você...você não pode fazer isso comigo.

—por quê?

—porque...porque...eu estou grávida!

—O QUÊ?

Os dias tem se passado muito devagar.
Eu não consigo me ver sem a Maya.

O Tomas tem tentando me animar todos os dias. Mas...eu não consigo.
Bellingham assinou os papéis.

Aquele dia no hospital foi horrível. Espero nunca mais reviver aquele dia, o Jude... gritando comigo, sem só menos me ouvir. É...não esperava, mas tudo vai se resolver.

Eu sou a principal suspeita.
Maya passou no psicólogo e...tudo indica que foi eu.

Só não estou presa por falta de provas. Maya só falou para a psicóloga "não briguem com a minha mamãe" o que não ajudou, mas eu a entendo, ela é criança. E ainda não sabe das coisas.

—Vamos sair vai...odeio ver você assim.

—hoje não Tom

—quer ver um filme? Uma série sua?
Que tal Brooklin nine-nine!?

—pode ser

—Ok,ok. Você realmente está muito mal...quer conversar?

—Tudo o que eu vou falar você já sabe.

—Mas pode desabafar comigo, você não confia em mim?

—É claro que confio. Deita aqui—falo batendo do outro lado da cama ao meu lado.

—então pode contar tudo,tudo, que está sentido.—falou enquanto eu me aconchegava em seu peito.

—eu não espera aquilo do Bellingham. Tudo bem, ele não sabe que não foi eu. Mas nós estávamos em público, eu pedi para ele me escutar, eu pedi para ele parar. Sabe? Doeu, eu...eu amo muito ele, e por mais que fui eu que pediu separação, foi porque ele mentiu para mim. Eu perdi total minha confiança nele, agora.
Estou longe da Maya faz quase três semanas. Não ter a minha pequena aqui é estranho, vê o quarto dela vazio é estranho. Jude não quis nem saber.

—Eu sei que você o ama, muito. E você deixa isso bem claro todos os dias, eu te entendo, confiança é algo para se conquistar, ele mentiu pra ti...  é estranho até para mim ver o quarto dela vazio.

—eu só queria alguém que acreditasse em mim.

—Ei,ei,ei. Eu sou ninguém agora é?—dei um sorriso mínimo e o abracei

—Além de você.

—É muito bom ficar contigo assim, sabia?—soltei uma pequena risada.

—Não, não sabia. É?

—É...é sim, muito bom—nossos olhares se cruzaram.

O olhar do Tom era intenso. Os olhos escuros, bem marcantes. Vi ele desviar o olhar para minha boca, e eu desviei para a dele...e ele me beijou,um beijo lento, mas com uma intensidade absurda, ele explorava cada canto da minha boca, como se nunca mais fosse beija-la. Paramos o beijo pela falta de ar e ele me deu um selinho.

—é...desculpa, eu não sei onde que eu estava com a cabeça de te bei-

—Cala boca—falei beijando ele de novo

Com mais intensidade dessa vez, em um movimento rápido ele ficou por cima de mim. Terminamos o beijo com dois selinhos e ele se deitou ao meu lado.

—bom não... maravilhoso ficar contigo.

—também e maravilhoso ficar contigo.

Acabei dormindo ao lado dele. Que paz. Pela primeira vez em três semanas.