quarenta e sete

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Jude Bellingham

Ignorar ela não estava sendo nada fácil! Mas ela não está com o Thomas? Então! Certo seria ela me ignorar!

Talvez eu esteja sendo um pouco duro demais, mas agora ela está em um possível relacionamento. Não vou ficar me humilhando por alguém que já está com outra pessoa, eu amo ela! Eu amo essa mulher mais que tudo! Mas aparentemente ela já está feliz com outro. E se é assim, vou deixar ela ser feliz.

Tudo estava dando errado, desse hospital para a casa dela é 1h e 30min mas estava com um trânsito, que já estávamos 2h parados no mesmo lugar!

Maya aparentemente já estava melhor, dormindo feito um anjinho. As vezes fico pensando que esse relacionamento conturbado meu e da mãe dela possa ter afetado ela. Eu vejo várias meninas que enxergam o pai como a mãe enxerga, quase sempre um traidor mentiroso. Meu maior medo é esse, um dia saber que Maya me olha assim. Jamais quero que ela pense isso de mim. Quero que ela pense que sou o herói dela, o pai presente, o pai que dá amor e carinho, o pai que faz de tudo para vê-la feliz...

Lembra de quando ela chamou o Thomas de pai? Aquilo foi uma facada em meu peito, de verdade. Eu sou o pai dela! Essa relação dos dois, parece ser saudável, nada demais...eu só não sei. Não quero ver ela enxergar outros homens como pais. Ela é minha filha!

Eu e ela temos passado mais tempo juntos, muitas das vezes agora pego ela de noite na quinta feira e só entrego na quarta-feira, ela está indo na maioria dos jogos comigo, e fica com as mulheres de meus companheiros de equipe quando vou treinar, no dia do jogo e etc...

Quando não estou tão cansado pego ela e saímos do hotel para conhecer o lugar que estamos, ela ama, e o mais engraçado é a cara dela admirando todos os lugares que vamos.

Saio dos meus pensamentos com a Maria me chamando.

—por que está me ignorando?

Penso em uma resposta indecente, mas me controlo e respiro fundo. Pensando em outra mas descente.

—não temos muito o que conversar.

Vejo ela parar, pensar e subir a guarda dela, ficando tensa e séria. Não gostou nada da minha resposta...

—essa semana não vai dar para você buscar a Maya da quinta ok?

—por?

—vou sair com ela.

—hum, posso pegar ela na sexta.

—vou viajar com ela Jude...

—ah. Ok, que dia volta?

—na sexta que vem.

Ouço sua resposta e fico em silêncio, aah mas que ótimo, um semana sem a mini cópia da Maria.

Vejo ela se remexendo, parecendo incomodada. Apenas olho e ignoro. Olhando a pista cheia de carros com um trânsito inacabável. Sério! Que trânsito é esse para cinco horas da manhã. CINCO HORAS DA MANHÃ! Eu ainda estou virado...cansado. Com cheiro enorme de bebida que derrubaram em mim.

—você bebeu?

—quê? claro que não.

—está com um cheiro horrível de bebida...

—derrubaram bebida em mim.

—está indo para festas de novo?

—sim...? O que tem?

—nada.

Mas não é possível. Que mulher confusa. Meu Deus, ela não se decide não? Será que eu pergunto? Ou é humilhação demais? Não importa.

—está com o Thomas?

—agora não está me ignorando mais?

Reviro meus olhos e pego meu celular colocando em qualquer coisa.

—não... não estou.

—hum. Ele não quer te assumir é?

—não! Minha relação com ele não é da sua conta!

—tá bom...

—mas e você? Está com alguém?

Solto uma risada

—ah tá, então tá. Sua vida amorosa não é da minha conta mas a minha é da sua?

Ela fica em silêncio parecendo irritada.

—já vi que sim...

—e se eu estiver? O que tem?

—nada oxi. A vida é sua.

Solto um sorriso irônico e volto a mexer em meu celular.

—que foi? Está rindo do que?

—nada oxi.

Depois ficamos calado mais quarente minutos, andamos até que bastante.

—não sei porque esse hospital fica tão longe!

Fico em silêncio e coloco uma música em meus fones. Tentado me desconcentrar deste mundo. Desse momento, dessa companhia que eu adoraria estar beijando, rindo e dizendo o quanto a amo.

you are still mineOnde histórias criam vida. Descubra agora