NOTAS INICIAIS
SOLETRANDO: Sarinya Phongphet = a pronúncia é algo como "Sarinnía Ponpêt"
XXX
[POV REBECCA]
Eu estava nervosa. Nem eu entendia o porquê. Um pouco aflita, na verdade.
Hoje é outra sexta-feira. Uma semana depois daquela sexta-feira.
Ela não agiu estranho desde então, no entanto. Pelo contrário, estava tudo... normal. Acho que, de certa forma, ficamos até mais confortáveis uma com a outra e tudo mais, mesmo que eu quase... tenha cometido atrocidades.
Suspirei fundo. Trabalhei de maneira remota por toda a semana, não quis pisar lá nem mesmo podendo — na terça-feira meu acesso já havia sido retornado —, porém eu não estava com cabeça. Não é só por causa de Freen, aliás. Tem muita coisa acumulada, sendo franca.
Também estou meio nervosa porque deixei o meu notebook e celular pessoal com o tal do hacker. Diz ele que faz "hacking ético". Que diabos é algo que é errado, mas feito de maneira certa? Não faz sentido. Ele tentou explicar, mas era muita salada tecnológica para o meu gosto.
Sorte que Richie estava junto e entendeu tudo, me tranquilizando, de certa forma. Ainda assim, o fiz assinar um termo, tanto de sigilo quanto de posse, como a boa advogada que sou. Eu acredito em palavra? Acredito, mas principalmente daquela que vem com uma assinatura em seguida.
Enfim. Cá estou eu, com um celular reserva que fui obrigada a comprar, tentando interagir com algumas coisas, sendo um saco porque eu não lembrava das senhas para muitas coisas. Precisarei olhar meu caderninho na escrivaninha mais tarde. Ao menos o LINE estava funcionando. Não dá para ficar incomunicável também, né?
Ela estava demorando. Normalmente é pontual, então estou estranhando. Enviei uma mensagem perguntando se já estava perto. Meu celular vibrou de imediato, pensei ser ela respondendo, mas em realidade era nossa cliente, Sarinya Phongphet, a dona do spa, questionando se já havíamos chegado. Respondi que estávamos a caminho.
Eu estava em uma lanchonete, um pouco próxima ao nosso destino real para aquele dia. Confesso que foi muito complicado estruturar toda uma rota e plano para seguirmos, mas em parte foi interessante, pois a cliente ofereceu um apoio um tanto incondicional, providenciando os acessos e até os nomes que usaríamos lá, só não nos pôs como funcionárias porque o quadro já estava bem fechado — e não fazem contratações com frequência exatamente para não influenciar a discrição do local. Algo me dizia que realmente gostou da ideia. Em parte, fico feliz. Em outra parte, estamos ferradas se não der certo. Definitivamente.
Não sei por que fiquei com vontade de rir agora. De certa forma, me sinto enérgica, com um pouco de adrenalina percorrendo pelo corpo. Nunca pensei em fazer nada do tipo. Sair um pouco da vibe tribunalésca até que não me soava mal.
Até que minha atenção foi captada quando olhei para o lado, para a vidraça que separava o interior da lanchonete com a rua. Dei de cara com Freen.
Ela parecia surpresa. Meio que ficamos nos encarando por um instante. Isso me travou um pouco. Em seguida, continuou a andar, a passos largos, até a porta de entrada, que fez um barulho quando se pôs a entrar.
Estava vestida de uma maneira muito diferente da que vejo no dia a dia do escritório. Assim, naturalmente usava bastantes roupas sociais, saias, casacos, adereços refinados até. Eu afirmo e não deixo de admitir que se veste muito bem, isso não dava para negar nem quando eu queria arrancar a sua cabeça.
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Avesso (FreenBecky)
FanfictionEla carrega uma vontade inabalável de causar impacto no ramo jurídico e em qualquer situação em que estivesse envolvida. Sendo sócia e herdeira do mais prestigiado escritório de advocacia de Bangkok, mesmo com poucos anos de experiência, sua posição...